terça-feira, 29 de julho de 2025

RECOMEÇAR

Recomeçar não é fingir que nada aconteceu. É ter a coragem de olhar para trás, reconhecer as quedas e, mesmo assim, levantar. É admitir diante de Deus: "Eu sei que errei... e, por mais que eu lute, sei que posso errar de novo." Ainda assim, não desisto.

O justo cai sete vezes, e se levanta (Provérbios 24:16). Deus não se impressiona com perfeição, mas com corações quebrantados que se rendem. Ele sabe que somos pó (Salmo 103:14), que lutamos com fraquezas, que há dias em que parece que retrocedemos. Mas Ele também sabe onde há arrependimento verdadeiro, e onde há arrependimento, há recomeço.

Pedro errou. Negou Jesus três vezes. Chorou amargamente. Mas Jesus o restaurou e o usou poderosamente. Davi caiu, mas foi chamado homem segundo o coração de Deus. Paulo foi perseguidor, e se tornou apóstolo.

Não é sobre nunca errar. É sobre voltar ao Pai cada vez que errar. É sobre não se esconder, mas confessar, se arrepender e continuar.

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque não têm fim. Renovam-se cada manhã.” (Lamentações 3:22-23)

Se tem misericórdia nova hoje, tem recomeço.

Recomece!

VIVA INTENSAMENTE

Você já parou para pensar em quantas coisas boas já viveu? Quanto já recebeu? E quantas perdeu e/ou deixou de ganhar? Quantas delas você mereceu?

Tem gente que é tão miserável que conta nos dedos as bênçãos recebidas, os bons momentos vividos. E digo isso não porque eles tenham vivido poucas coisas, mas sim porque não deram o devido valor ao que já viveram!

Olhe para o céu, veja o brilho das estrelas, as formas variadas das nuvens, o fulgor do sol. Sinta a brisa no rosto, ouça o canto dos pássaros, admire uma flor, sinta o perfume das rosas, corra das abelhas, cante uma música, leia um livro...

Sinta-se abençoado pelos sentidos que Deus lhe deu; outros não podem fazer isso.
Sinta-se agraciado; outros não podem ver.
Sinta-se maravilhado; outros não podem ouvir.

Sinta-se enobrecido; outros não podem caminhar. Mas mesmo assim, os que não podem ver, ouvir, falar, andar ou movimentar-se com os próprios membros, são alvo da graça de Deus, que nos concede o ar, a chuva, o sol, a respiração a todos.

Sinta-se abençoado, sinta-se lindo(a), maravilhoso(a)!
Sinta-se feliz com seus quilinhos a mais ou a menos.
Sinta-se abençoado!

Alegrem-se pelo pouco, outros nada têm!
Agradeça pela vida que vive, outros queriam a sua!
Sorria de tudo, mesmo sem motivos, sorria. É melhor um rosto alegre do que uma cara fechada!

Viva com intensidade os momentos em companhia da família, amigos, parentes, vizinhos. O que temos hoje pode não se ter amanhã.

Seja grato pelos livramentos que viu, e agradeça pelos que não viu! Abrace seu pai, sua mãe, irmãos, primos, tios, tias... Faça isso hoje, amanhã pode ser muito tarde.

Beije-os, diga que os ama, que os quer bem! Saudai a todos com um bom dia, boa tarde, boa noite!

Caminhe na rua, fale com quem por você passar!

Exale alegria! Não se deixe abater pelas dificuldades. Em algum lugar, tem alguém sofrendo mais que eu, que você, que nós!

Goze a vida, mas não se esqueça de quem você deve ser! Nunca desista! Lute! Insista! Persista!

Para quem tem fé, tudo é possível! Só duas coisas nesta vida durarão para sempre: a tristeza de quem não quer ser feliz e a alegria de quem não quer ser triste!

Seja otimista, a situação vai melhorar, a vida vai melhorar! Para quem tem fé, a luz sempre brilha no final do túnel! E se piorar? Um dia as coisas melhoram, pois TUDO PASSA, menos quem faz a vontade de Deus.

Desprenda-se das coisas temporais, materiais! Valorize o que tem e quem tem! Seja o verdadeiro e que outros sejam como você, e seja três vezes mais do que dizem que você é de bom!

Não se intimide naquilo que não é capaz; nem todo mundo é capaz em tudo. E você sempre será capaz de algo que meio mundo não é! Não se vanglorie disso, não se sinta superior, mas sim honrado.

Lembre sempre de agradecer e ser humilde, pois diante da honra vai a humildade!

Nunca pare de crescer, nunca pare de aprender, nunca pare de sonhar.

Continue, mesmo chorando, continue, mesmo em dificuldade, continue, mesmo em desprezo, continue, mesmo em afronta, continue, mesmo em desarmonia, continue, mesmo em cansaço, continue, mesmo em exaustão, continue. Quando der vontade de parar, continue, continue, continue... Jamais recue!

Não sofra por antecipação. Se sentir vontade de chorar, chore; de sorrir, sorria; de pular, pule; de gritar, grite; de cantar, cante! Não se reprima! Não se incomode com os que falam. Falam de você, falam de mim, falam de todos e até deles falam. O importante é ser lembrado!

Tenha senso de humor! Não se prenda, não se limite, voe, saia do chão, saia do lugar que limita a sua visão. Não espere cair no poço para olhar para cima! Ouça, neste dia, a voz de Deus dizendo ao seu coração... - Eu tenho mais para você!

Você é capaz,
Viva intensamente,
Ore intensamente,
Cante intensamente,
Leia intensamente,
Ame intensamente,
Ajude intensamente,
Doe intensamente,
Peça intensamente,

Seja intenso e tenha a pretensão de servir bem para sempre servir, pois quem não vive para servir não serve para viver!

Estenda as mãos, reparta, divida, não desperdice. Seja ordeiro, moderado, amigo do bem e de todos! Não perca as oportunidades, prepare-se para elas!

Esqueça o amor que perdeu e viva com o amor que tem! Tem gente que é feliz sem saber que é, pois não sofreu.

Não deixe ninguém poder dizer que te viu triste a chorar, mas sim sempre a sorrir e a cantar!

Seja criança por um dia, dois, três, por tantos quantos preciso for, lembrando sempre: fomos feitos para ser feliz e de nada nos falta sentir!

Enfim, sinto falta de viver intensamente.

NÃO ANDEIS OCIOSOS

A ansiedade é uma agitação interna que tenta assumir o controle daquilo que só Deus pode conduzir. Mas aquele que serve ao Senhor precisa viver de forma diferente: com fé, descanso e confiança.

“Não andeis ansiosos por coisa alguma...” (Filipenses 4:6), essa é uma ordem, não uma sugestão. A ansiedade revela, muitas vezes, uma dificuldade de crer que Deus está no controle. Mas quem nasceu de novo deve aprender a entregar, confiar e descansar.

Um exemplo claro disso é Ana, mãe do profeta Samuel (1 Samuel 1). Ela sofria com a esterilidade e a provocação constante de Penina. Seu coração estava aflito, chorava, não comia, estava profundamente angustiada. Mas o ponto de virada aconteceu quando ela derramou sua alma diante do Senhor.

Após orar, a Bíblia diz:
“Ela se foi, comeu, e o seu semblante já não era triste.” (1 Samuel 1:18)

Ou seja, ela entregou e confiou. A ansiedade deu lugar à paz. Mesmo sem ainda ter o milagre nas mãos, Ana descansou porque sabia que Deus havia ouvido.

A ansiedade e a paz de Deus são adversárias no coração. Onde uma reina, a outra não permanece. A ansiedade olha para o problema; a paz olha para a promessa. A ansiedade desespera; a paz espera.

Mas a paz de Deus, que excede todo entendimento, guarda o coração daquele que confia. (Filipenses 4:7)

Por isso, escolha confiar. Entregue, descanse, e creia: Deus já está cuidando.

Ele não falha. Ele não tarda. E Ele nunca perde o controle. Aquieta o teu coração. O que vem de Deus não chega atrasado!

ADMIRAÇÃO É RESPEITO

Todos, em algum nível, desejam ser admirados. Almejamos o respeito dos colegas, o reconhecimento da liderança, o elogio silencioso dos que nos observam. Isso não é vaidade, é um impulso natural por significado e pertencimento.

Mas a admiração verdadeira vai além do que fazemos. Ela nasce do que somos. E o que somos é muitas vezes percebido não por nossas palavras ou resultados, mas pelo que transmitimos em silêncio, caráter, postura, integridade.

É importante também distinguir admiração de respeito. A admiração pode surgir da competência, do brilho, do talento. Mas o respeito nasce da constância, da ética e da verdade. Nem todos os admirados são respeitados, mas todo aquele que é respeitado, mesmo sem aplausos, carrega algo muito mais duradouro: credibilidade.

Na Bíblia, Provérbios 22:1 afirma: “Mais vale o bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro.” Ou seja, reputação não se compra, se constrói. E isso exige coerência: entre o que se fala e o que se faz, entre o currículo e o comportamento, entre o discurso e a prática.

Ser admirado, respeitado, elogiado… passa, sim, pelas competências que desenvolvemos, mas principalmente pelas convicções que carregamos. Pelo modo como tratamos os outros. Como enfrentamos adversidades. Como decidimos no escuro.

No ambiente corporativo e na vida, não adianta parecer, é preciso ser. Porque o que realmente conquista o olhar dos outros é o que somos quando ninguém está olhando.

Então, é bom saber que, o respeito a quem sou e como sou, é a maior prova de admiração que se pode oferecer a alguém, é o elogio que todos merecemos.

UMA VIDA ÚTIL

“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio.” (Salmos 90:12)

A maior tragédia não é a morte. É viver sem propósito. É acordar todos os dias respirando, mas não sabendo por quê e nem para que. É gastar tempo com o que não edifica, não santifica, correr atrás do vento, e chegar ao fim percebendo que nada do que fez teve sentido eterno.

A Bíblia nos exorta a viver com sabedoria, a contar os nossos dias, a entender que a vida é breve demais para ser desperdiçada.

Deus não nos criou para a inutilidade, mas para o serviço, a relevância, a transformação, para a gloria do Seu Nome. Jesus mesmo disse: “Vós sois o sal da terra... a luz do mundo” (Mateus 5:13-14). Sal que não salga, luz que não brilha, são inúteis.

Não sejamos inúteis.

Há dons em você, e isso para um propósito divino. Há chamados específicos que Deus reservou para as suas mãos. O que falta, muitas vezes, não é direção, mas decisão. Não é oportunidade, mas atitude.

A nossa tragédia será chegar ao fim da vida e perceber que não vivemos de fato. Que passamos pelo mundo sem deixar marcas. Que enterramos talentos por medo, ou por preguiça.

Então, hoje, reflita: o que você tem feito com a vida que Deus te deu? Porque quem tem a Cristo tem propósito. E quem tem propósito, tem missão. E quem tem missão, tem sentido, mesmo em meio à dor.

Seja útil!
Viva com utilidade.
Viva com intencionalidade. Viva para a glória de Deus.

QUANDO O BEM VENCE O MAL

"Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto." (Romanos 8:28)

A arte de viver não é simplesmente passar pelos dias; é aprender a transformar cada capítulo da vida, por mais amargo que pareça, em oportunidade para crescer, amadurecer e confiar em Deus. É tirar o maior bem do maior mal, assim como a luz vence a escuridão com a simples força de ser luz.

Na Bíblia, vemos isso com clareza. José, filho de Jacó, sofreu traições, calúnias, abandono, mas mesmo preso e humilhado, permaneceu fiel. No final, pôde dizer a seus irmãos: “Vós intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande” (Gênesis 50:20). Isso é arte de viver.

Paulo reforça essa postura: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Romanos 12:21). Não é fácil, mas é divino. O mal quer nos endurecer, nos tornar iguais a ele. Mas quando respondemos com bondade, quando perdoamos, quando seguimos firmes sem deixar o coração azedar, vencemos.

Essa escolha de fazer o bem, mesmo em tempos difíceis, também é um mandamento. “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4:17). Ou seja, não basta não praticar o mal. Deus nos chama para uma vida de bondade prática, mesmo quando ninguém mais está fazendo.

Cristo, nosso maior exemplo, foi rejeitado, espancado e crucificado injustamente. Mas do maior mal da história, a cruz, Deus tirou o maior bem: a nossa salvação. Ele não revidou, Ele perdoou. E com isso, nos ensinou: a arte de viver com Ele é fazer do sofrimento uma ponte para a graça, da dor um caminho para a glória.

Portanto, quando a vida parecer injusta, confusa ou cruel, lembre-se: Deus não desperdiça nenhum mal. Tudo Ele pode usar para moldar em nós o caráter de Cristo. Viva com fé, ame com coragem, e não deixe o mal te vencer. Porque quem caminha com Deus, vence… com o bem.

O MEU QUERER E A VONTADE DIVINA

"Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." (Filipenses 2:13)

Nem tudo na vida acontece apenas porque queremos. Nossos desejos, por mais legítimos que sejam, não são garantias de resultados. A Bíblia nos mostra que o querer, por si só, não move montanhas. Mas também revela que, sem querer, sem iniciativa, sem disposição interior, nada acontece.

Deus plantou em nós o poder do querer, esse impulso que nos leva a sonhar, a lutar, a esperar. Mas quando o nosso querer é alinhado à vontade d’Ele, aí sim, as coisas fluem. Foi assim com Ana, que desejou um filho e orou com fé. Seu querer estava alinhado à vontade de Deus e Samuel nasceu (1 Samuel 1).

Jesus, mesmo sendo Deus, nos ensinou no Getsêmani que o querer precisa se submeter ao plano divino: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42).

O exemplo claro de "querer não realizado" na Bíblia é o de Davi, que desejou profundamente construir o Templo do Senhor.

"E se levantou o rei Davi sobre os seus pés e disse: Ouvi-me, irmãos meus e povo meu. Eu tinha no coração o propósito de edificar uma casa de repouso para a arca da aliança do Senhor e para o estrado dos pés do nosso Deus, e já tinha feito o preparo para edificar. Porém Deus me disse: Não edificarás casa ao meu nome, porque és homem de guerra e derramaste muito sangue." (1 Crônicas 28:2-3)

Davi quis, planejou, separou recursos, chamou artesãos, mas Deus disse não. O motivo? Não era o papel de Davi, e sim de seu filho Salomão.

Aqui aprendemos que nem todo querer, mesmo sendo nobre, é para nós realizarmos. Às vezes Deus diz “não” para o nosso querer, porque há outro propósito, outro tempo, outra pessoa.

Mas o “não” de Deus para Davi não foi um fim. Ele deixou um legado. *Seu desejo não foi atendido da forma como queria, mas ele participou da realização ao preparar tudo. Quando nosso querer se submete a Deus, mesmo os “nãos” se tornam sementes de algo eterno.

E lembre-se: Tiago nos alerta que pedimos e não recebemos porque pedimos mal (Tiago 4:3). Isso nos ensina que querer não basta, é necessário querer bem, com o coração alinhado à Palavra.

Portanto, deseje, sim. Queira com fé, com esperança. Mas submeta seu querer à vontade soberana de Deus. Se for para sua edificação, para o bem de outros e para a glória de Deus, vai acontecer. Não pelo seu querer apenas, mas porque Deus realizou em você o querer e o realizar.

Não desista de querer. Mas aprenda a querer o que Deus quer. Porque quando o querer nasce do coração de Deus, nada pode impedir.

MUDANÇAS

As coisas mudam;
Os tempos mudam;
As pessoas mudam;
As coisas mudam pessoas;
As pessoas mudam coisas;
Tudo muda;
Muda tudo;

Só Jesus que não muda nunca, mas pode mudar tudo, mas Ele não muda não.

É muita mudança;
Mudanças que não mudam nada;
Mudanças que mudam tudo;
Alguns querem mudar;
Outros querem mudança;
Outros fazem mudar;
Outros mudam sem nada fazer;

Só Jesus que não muda nunca, mas pode mudar tudo, mas Ele não muda não.

Há mudança pelo cansaço;
Há mudança pela convicção;
Há mudança pelo sonho;
Há mudança pela desilusão;
Há mudança pela fidelidade;
Há mudança pela infidelidade;
Há mudança pela mudança;
Há mudança pela aparição;
Há mudança pela desilusão;

Só Jesus que não muda nunca, mas pode mudar tudo, mas Ele não muda não.

Adão jamais pensou em se mudar;
Abraão foi orientado a se mudar;
Jacó brigou para se mudar;
Paulo mudou pela conversão;
Pedro mudou pela negação;
Judas mudou pela traição;
Toda verdadeira mudança é de coração, é fruto da determinação;

Só Jesus que não muda nunca, mas pode mudar tudo, mas Ele não muda não.

Alguns mudam por amar;
Alguns mudam por odiar;
Alguns mudam por se encantar;
Alguns mudam por pecar;
Alguns mudam por mandar;
Alguns mudam pelo nascimento;
Alguns mudam pela morte;
Alguns mudam pela força;
Alguns mudam pela dor;
Alguns mudam pelo ter;
Alguns mudam por perder;
Alguns mudam por ganhar;

Só Jesus que não muda nunca, mas pode mudar tudo, mas Ele não muda não.

Tudo muda, tudo pode mudar, só Jesus que não muda não!

AS DIFERENÇAS, SIM, INDIFERENÇA, JAMAIS

"Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." (João 16:33)

Muitos desejam uma vida sem conflitos, sem perdas, sem contratempos. Mas a própria Bíblia nunca prometeu um caminho fácil, apenas um caminho seguro. Jesus foi claro: no mundo teríamos aflições. E mesmo assim, Ele nos chama à paz, ao ânimo e à confiança. Por quê? Porque Ele venceu, e n’Ele, nós também venceremos.

Se a vida fosse, como dizem, um “mar de rosas”, onde estaria a força que se forma na dor? Onde surgiriam os testemunhos de superação, de fé, de recomeço? A vida tem beleza justamente por ser contrastada com suas lutas. É nas diferenças que aprendemos. É nos desertos que crescemos. É nas dores que nos aproximamos do consolo de Deus.

A Bíblia mostra homens e mulheres que passaram por vales escuros, noites silenciosas e mares agitados. José foi traído pelos irmãos, mas ali começou sua preparação para governar. Davi fugiu como um perseguido, antes de reinar como escolhido. Paulo foi perseguido e preso, mas escreveu suas mais poderosas cartas no cárcere.

A vida não é fácil, e nem precisa ser. O sentido dela não está na ausência de problemas, mas na presença de Deus. Ele é quem dá propósito ao caos, sentido à dor e direção às incertezas.

E mesmo quando tudo parece diferente do que esperávamos, a fé nos lembra: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28).

A vida ganha sabor nos contrastes. Não nas indiferenças, mas nas diferenças. Não na monotonia da igualdade absoluta, mas no desafio de crescer em meio às diversidades.

Por isso, viva com coragem. Confie em Deus. E lembre-se: não é a ausência de luta que revela a graça, é a paz em meio à batalha que mostra quem está guiando o barco.

domingo, 20 de julho de 2025

A VIDA, O HOMEM SUPRIDO POR DEUS

A glória aparente desta era, com seus brilhos, holofotes e aparências, se contrapõe à simplicidade com que a vida foi instituída por Deus desde o princípio. Quando o homem foi criado, Adão estava nu no Éden (Gênesis 2:25), e isso não era vergonha, mas símbolo de inocência e verdade. Ele vivia em um lugar de plena provisão, mas não havia vanglória. Não havia espelhos, nem aplausos, tampouco seguidores: havia comunhão com Deus.

Ainda hoje, nascemos nus (Jó 1:21), sem posses, sem escolha sobre a família, o nome ou a cor. Uns nascem em berços de maior provisão, outros em lares de escassez. Mas em ambos os casos, nascer é bênção, pois a vida é dom de Deus. O pecado não está no conforto, tampouco na pobreza. Está no coração que se exalta ou se desespera longe do Senhor.

A Bíblia afirma claramente: "O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez" (Provérbios 22:2). Esta verdade nos ensina que, diante de Deus, todos têm igual origem e igual valor. E mais: o próprio Jesus declarou: "Porque os pobres sempre os tendes convosco" (Mateus 26:11). Isso nos revela duas coisas: que a pobreza é uma realidade constante neste mundo caído, e que a missão cristã não é eliminar a pobreza, mas amar e servir ao próximo em qualquer condição.

A riqueza pode conduzir à soberba, e a pobreza, ao desespero, e há quem nada tenha e seja do mesmo jeito, ambos perigosos pois são vividos sem Deus. Há ricos que se perdem em suas vaidades, e há pobres que, na angústia, tiram a própria vida ou ferem o próximo. Há quem acuse a Deus pela falta de recursos, e há quem ignore Deus por tê-los em abundância. Mas a ausência de glamour ou a presença dele não definem o amor divino: Deus ama a todos.

A Escritura ainda nos ensina que há os que “se fazem ricos, não tendo coisa nenhuma; e outros se fazem pobres, tendo grandes riquezas” (Provérbios 13:7). Isso nos mostra que a verdadeira riqueza ou pobreza não está na conta bancária, mas no coração. Há generosos que, mesmo com pouco, abençoam muitos; e há avarentos que, mesmo com muito, não repartem nada. A verdadeira grandeza está em ser rico para com Deus (Lucas 12:21), e isso se demonstra com generosidade. "A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado" (Provérbios 11:25). Quem dá com alegria (2 Coríntios 9:7) revela que compreendeu o valor eterno da graça de Deus.

Por isso, quer sejamos ricos ou pobres, honrados ou desprezados, com ou sem conforto, devemos viver para a glória de Deus, pois: "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens" (Colossenses 3:23).

A VERDADE É ABSOLUTA

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." – João 14:6

Vivemos em um tempo em que tudo parece relativo. As pessoas dizem: “Essa é a minha verdade”, como se a verdade fosse algo moldado pela opinião, pela dor ou pela experiência. Mas a Bíblia nos apresenta um conceito absoluto, eterno e inegociável: a verdade não é uma ideia, é uma Pessoa — Jesus Cristo.

A verdade não está sujeita à nossa interpretação. Ela não depende da nossa intenção, da nossa leitura emocional dos fatos ou do que “faz sentido” para nós. A verdade é aquilo que está escrito na Palavra de Deus. E a Palavra não muda. Céus e terra passarão, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre (Mateus 24:35).

Nossas intenções podem ser boas, mas não são a verdade. Nossas interpretações podem até ser sinceras, mas sinceridade não garante fidelidade ao que Deus disse. Judas teve intenções. Pedro teve impulsos. Saul teve zelo. Mas todos se equivocaram por se afastarem da verdade da Palavra.

A verdade, por vezes, confronta. Ela é firme, reta e nos corrige. Mas também liberta, purifica e guia com segurança. Jesus orou ao Pai dizendo: "Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17). Ou seja, é a Escritura que nos separa do engano e nos conduz à vida em Deus.

Portanto, se queremos andar na luz, devemos conhecer a Verdade. Se queremos agradar a Deus, devemos obedecer à Verdade. Se queremos ser discípulos de Jesus, precisamos permanecer na Sua Palavra, pois “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

A verdade não muda. Quem muda, somos nós, quando permitimos que ela nos transforme.

DEUS TEM UM PLANO

“Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus plano pode ser impedido.” (Jó 42:2)

Há momentos na vida em que tudo parece chegar ao fim. As portas se fecham, os sonhos se esvaem, as forças se acabam. Nesses dias de silêncio, incerteza ou dor, parece que Deus está distante ou inativo. Mas a Bíblia nos mostra, com firmeza, que mesmo quando os bastidores da nossa história parecem vazios, a mão de Deus está escrevendo um desfecho surpreendente.

Lembremos de José, vendido pelos irmãos, esquecido na prisão, injustiçado por quem ele só ajudou. Aos olhos humanos, sua história havia terminado antes mesmo de começar. Mas foi ali, no esquecimento, que Deus estava alinhando o céu para cumprir um plano: transformar um prisioneiro em governador, e salvar uma nação inteira da fome.

Pense em Ester, uma jovem órfã, levada ao palácio de um rei pagão. Seu povo estava condenado à morte, mas Deus a colocou exatamente onde ela deveria estar, e através dela, livrou o povo judeu do extermínio.

E o que dizer da cruz? Quando Jesus foi crucificado, o céu escureceu, e todos pensaram que era o fim. Mas ali, no silêncio do sábado, Deus estava preparando o maior milagre da história: a ressurreição. O fim não era o fim. Era o começo da redenção.

Deus age até quando não enxergamos. Seu plano não depende do tempo, das circunstâncias ou da lógica. Ele move céus e terra, levanta reis e depõe tronos, abre mares e cala tempestades. Quando tudo parecer perdido, lembre-se: o Autor da vida ainda está escrevendo sua história. E com Deus, o fim nunca é o fim é só o ponto exato onde Ele começa a surpreender.

PERDER NÃO É O FIM.

“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor o deu, o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor.” (Jó 1:21)

Estas palavras não são apenas um desabafo de dor. São o eco de um coração despedaçado que, mesmo assim, ainda reconhece a soberania de Deus. Jó perdeu tudo: filhos, saúde, bens. E quando tudo se desfez ao seu redor, ele não encontrou consolo nos porquês, mas na confiança de que Deus continua sendo Deus, mesmo quando a vida deixa de fazer sentido.

É assim que a saudade profunda se apresenta. Um vazio que fala alto no silêncio da ausência. A lembrança de uma voz que já não ouvimos, o toque que não sentimos mais, os passos que não voltam. Saudade de quem partiu, de quem fez parte da nossa história e agora vive apenas nas memórias.

Mas a Bíblia também nos mostra que perder não é o fim.

Quando Davi perdeu seu filho, ele chorou, jejuou, se prostrou. Mas, depois da morte, ele se levantou, comeu e voltou a viver. E declarou:

“Eu irei a ele, porém ele não voltará para mim.” (2 Samuel 12:23)

Essa é uma das verdades mais dolorosas da vida: há perdas que são irreversíveis, pelo menos neste mundo. Mas a fé nos ensina a olhar para além da dor. A vida que parte nas mãos de Deus não se perde; apenas muda de endereço. E a nossa que continua aqui, segue com propósito.

As perdas materiais nos abalam. As perdas pessoais nos quebram. Mas Deus é especialista em juntar os cacos e recomeçar histórias.

“Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar.” (Eclesiastes 3:4)

Há tempo para a lágrima… mas também há tempo para enxugar os olhos.

Há tempo para sentir a dor… mas também tempo para continuar. Recomeçar não é esquecer. É honrar quem partiu vivendo com mais amor, mais fé e mais entrega. É deixar que a saudade se transforme em memória viva e motivação para seguir.

“O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado.” (Salmos 34:18)

Saudade é a prova de que o amor foi real. E o recomeço é a prova de que a graça de Deus é maior que qualquer fim.

AS MARCAS DE CRISTO

“Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do senhor jesus.”(Gálatas 6:17)

Há marcas que os olhos humanos não alcançam. Elas não sangram, não se vestem de ataduras, nem são expostas em redes sociais. São silenciosas, mas profundas. Invisíveis, mas reais. Marcas da alma, do espírito, da jornada com Deus.

O apóstolo Paulo, ao escrever aos Gálatas, não se referia apenas às cicatrizes físicas das perseguições. Ele falava de algo mais profundo: das dores que moldaram seu caráter, das lutas que fortaleceram sua fé, das experiências que o tornaram irreversivelmente marcado por Cristo.

Nós também carregamos marcas. Marcas de perdas, de renúncias, de orações feitas entre lágrimas, de noites sem sono, de batalhas travadas em silêncio. Marcas de escolhas difíceis, de fidelidade quando tudo dizia para desistir. Marcas que ninguém vê… mas Deus vê.

Essas marcas não nos envergonham. Elas nos qualificam. São sinais de que resistimos, de que fomos provados, mas não vencidos. São testemunhos vivos de que há um Cristo que caminha conosco no vale, que nos sustenta na fornalha, que nos ressuscita quando pensamos ter morrido por dentro.

Em um mundo que valoriza aparência, status e vitórias visíveis, as marcas invisíveis que carregamos são troféus do céu. Elas apontam para um tipo de glória que não se mede em conquistas, mas em permanência. Uma fé que não nega a dor, mas não se curva diante dela.

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Romanos 8:18)

Continue firme. Suas marcas não são falhas. São provas de que Cristo está formando algo eterno em você. Elas não definem seu fim, mas anunciam que sua história está sendo escrita pelas mãos do Deus que transforma dor em propósito.

EM PAZ ME DEITO E LOGO DURMO

"EM PAZ ME DEITO E LOGO PEGO NO SONO, PORQUE, SENHOR, SÓ TU ME FAZES REPOUSAR SEGURO." (Salmos 4:8)

Confiar em Deus não é inércia. Não é passividade. Confiar em Deus é repousar a alma enquanto as mãos continuam trabalhando. É deitar-se em paz, mesmo quando há batalhas no horizonte, porque sabemos que Aquele que não dorme está no controle.

A fé verdadeira não dispensa o esforço, ela o direciona. Não cruzamos os braços esperando que tudo se resolva por milagre, mas movemos nossos pés em direção ao propósito, certos de que Deus está à frente. Assim como Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém com a espada numa mão e a colher de pedreiro na outra, também nós seguimos firmes: vigiando, confiando e trabalhando.

Deus governa o universo com sabedoria. Nada escapa de Seu plano soberano. E mesmo aquilo que nos fere hoje pode estar colaborando para um bem eterno. Mas essa certeza não deve nos acomodar, e sim nos encorajar a levantar todos os dias com a disposição de quem sabe: “o cavalo se prepara para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor” (Provérbios 21:31).

É por isso que quem confia em Deus dorme tranquilo. Não por ignorar os problemas, mas por confiar que, enquanto descansamos, Ele vela por nós. E, ao amanhecer, levantamos com fé, fazendo a nossa parte com diligência e coragem.

A confiança em Deus é fé que descansa, mas também é fé que age. Porque sabemos: tudo depende d’Ele, mas Ele também conta conosco para sermos cooperadores na construção do Seu propósito.

POR QUE SOFREMOS?

"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." Romanos 8:18 (ARC)

Essa pergunta atravessa os séculos e continua ecoando no coração de muitos que, mesmo andando em integridade, se deparam com a dor, a perda e, muitas vezes, com o silêncio de Deus. Se Ele é bom, justo e todo-poderoso, por que permite que aqueles que O amam experimentem sofrimento?

Essa não é uma inquietação nova. Jó, homem íntegro e temente a Deus, foi duramente provado sem que houvesse culpa em sua conduta (Jó 1:1). A resposta para esse dilema não está na ausência de Deus, mas no entendimento da realidade em que vivemos: um mundo marcado pela queda, pelas consequências do pecado (Gênesis 3) e pelas imperfeições humanas. Aqui, até os justos sangram.

Muitas vezes, o sofrimento não é fruto do pecado pessoal, mas do ambiente quebrado em que estamos inseridos. Vivemos em um mundo que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Romanos 8:22), e isso atinge até os que andam com Deus. Em outras ocasiões, a dor nasce de nossas próprias escolhas. Deus perdoa, cura e restaura, mas ainda assim colhemos os frutos de decisões precipitadas (Gálatas 6:7-8). A misericórdia não anula a responsabilidade.

Além disso, não podemos esquecer que o inimigo de nossas almas se levanta contra os que permanecem firmes. O próprio Jesus disse a Pedro: "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo" (Lucas 22:31). Há sofrimentos que surgem do confronto espiritual, da resistência do justo ao mal, da escolha diária por santidade. E nesses momentos, o Senhor estabelece limites: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis" (1 Coríntios 10:13).

Mas talvez o maior motivo pelo qual os justos sofrem esteja no chamado que carregam: participar das aflições de Cristo. O Evangelho não é um convite ao conforto, mas à cruz (Mateus 16:24). Não é promessa de uma vida sem dores, mas de uma vida com propósito. "Ainda que era Filho, aprendeu a obediência por aquilo que padeceu" (Hebreus 5:8). Da mesma forma, os seus discípulos são moldados na fornalha, não para serem destruídos, mas purificados (1 Pedro 1:6-7).

A grande verdade é que o sofrimento do justo nunca é em vão. Ele gera perseverança, molda o caráter e aprofunda a fé (Romanos 5:3-4). Deus não desperdiça uma lágrima sequer (Salmos 56:8). O justo pode até sofrer, mas sua dor nunca é sem propósito. E, sobretudo, é passageira: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (Salmos 30:5).

Por isso, ainda que a dor venha, ainda que as perguntas fiquem sem resposta, permaneça firme. "Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas" (Salmos 34:19). Deus não abandona os seus no meio do vale (Salmos 23:4). Ele caminha junto, sustenta e transforma o sofrimento em glória.

No fim, o justo não será lembrado pela dor que sofreu, mas pela fé com que suportou, permaneceu, firme, constante e abundante e por isso, venceu.

ESCOLHA QUEM VOCÊ QUER SER... SÁBIO OU TOLO!

Sabeis isto, meus amados irmãos: todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tiago 1:19)

Essa exortação é um chamado à maturidade.

Num mundo barulhento, onde todos desejam ser ouvidos, verdadeiramente sábio é aquele que aprendeu a ouvir.

Falar é uma necessidade humana, todos temos algo a dizer. Mas ouvir... é uma virtude rara, uma arte esquecida, uma habilidade espiritual.

Jesus, nosso maior exemplo, frequentemente se calava para ouvir. No encontro com os dois discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24), antes de lhes revelar quem era, Ele primeiro perguntou: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós?”, ele os ouviu.

O Salvador do mundo, que tinha todas as respostas, escolheu ouvir primeiro.

Isso nos ensina que dar ouvidos ao próximo é mais do que educação, é manifestação do Reino de Deus. Ouvir não é apenas captar sons, é discernir corações. Ouvir torna o conselho eficaz, o ensino verdadeiro, o pastoreio frutífero.

No Antigo Testamento, vemos que Salomão pediu a Deus “um coração que ouve” (1 Reis 3:9), não apenas sabedoria. Porque o ouvido atento é o começo da justiça. E é nesse ponto que a sabedoria espiritual toca a vida prática: escutar é honrar.

Há uma ilustração valiosa na figura de Frei Damião, missionário que por mais de meio século percorreu o nordeste brasileiro. Conta-se que sua postura curvada não era apenas sinal da idade, mas resultado de décadas se inclinando para ouvir o povo.

Se o fato é literal ou simbólico, pouco importa: ele representa uma vida disposta a se curvar para escutar. E isso nos lembra que ouvir é se rebaixar, é servir, é amar.

A Palavra também nos alerta sobre a responsabilidade de ouvir bem: “Vede, pois, como ouvis” (Lucas 8:18). Ouvir com atenção, com o coração, com discernimento espiritual.

Porque quem escuta com sabedoria salva relacionamentos, evita injustiças e constrói pontes. Já quem só fala, raramente edifica.

Ouvir é reconhecer que o outro importa. E nesse gesto simples, mas poderoso, nasce o consolo, a cura, a direção. No meio cristão, muitos querem falar em nome de Deus, mas poucos desejam ouvir as dores do próximo como Deus faz. E Ele nos escuta com paciência, mesmo sabendo tudo o que vamos dizer.

Que esta geração, tão apressada para expor opinião, volte a valorizar o silêncio que acolhe, o ouvido que entende, o coração que discerne. Pois no Reino de Deus, o verdadeiro sinal de grandeza não é quem mais fala, mas quem melhor escuta.

Todo aquele que está cheio da graça, aprendeu que ouvir é uma forma de amar.

Há mais sabedoria em ouvir, do que falar, como diz Salomão: “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que fecha os seus lábios, por entendido." (Provérbios 17:28)

Escolha quem você quer ser... Sábio ou tolo!

terça-feira, 15 de julho de 2025

QUEM ESTÁ NO CONTROLE?


Provérbios 25:28 (ARC) diz: “Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.”

Essa frase bíblica ecoa com força quando refletimos sobre o poder dos nossos instintos. O homem que não sabe dominar seus impulsos, suas vontades, suas carências e desejos, se torna uma cidade sem proteção, vulnerável, exposta e, pior, dominável.

A Bíblia é clara em mostrar que a verdadeira liberdade não está em fazer tudo o que se quer, mas em dominar a si mesmo.

Paulo escreve em 1 Coríntios 6:12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”

Dominar os instintos é um traço de maturidade espiritual. O homem que não governa sobre si mesmo se torna presa fácil, da carne, do pecado, e das pessoas que sabem manipular desejos. Quem não tem governo sobre si, será sempre governado por outros.

Foi isso que aconteceu com Esaú, ao trocar sua primogenitura por um prato de lentilhas, instinto acima da promessa. (Gênesis 25:29-34) Foi o que aconteceu com Sansão, homem forte, mas dominado por sua paixão por Dalila, desejo acima da obediência. (Juízes 16)

E foi isso também que derrubou Davi, quando cedeu à tentação por Bate-Seba, impulso acima da integridade. (2 Samuel 11)

Mas o Senhor nos chama ao domínio próprio, que é fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). E nos ensina que, para seguir a Cristo, é necessário negar-se a si mesmo. (Lucas 9:23)

A verdadeira liberdade não é fazer tudo o que se quer é poder dizer “não” àquilo que pode nos escravizar.

Hoje, reflita: quem está no controle? Seus desejos... ou o Espírito Santo?

Lembre-se: o homem que domina seus instintos é livre. Mas o que vive para satisfazê-los será sempre escravo, de si mesmo, ou de quem souber explorá-los.

Que sejamos, com a ajudade Deus, somente governado por Deus.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

VALE A PENA SER BOM

Você já se perguntou: “Qual a vantagem de ser uma boa pessoa, se tudo que colhi disso até hoje foi decepção e trauma?”

Essa pergunta é real. É honesta. E talvez, em silêncio, muitos já fizeram a mesma. Porque a verdade é que ser bom dói. Dói ver a injustiça prevalecer. Dói tratar bem e ser maltratado. Dói perdoar e ser esquecido. Mas ainda assim, a Bíblia nos convida: “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.” (2 Tessalonicenses 3:13)

Se esse versículo existe, é porque Deus sabe o quanto é importante fazer o bem. Ele sabe como a bondade, em um mundo egoísta, parece fraqueza. Mas Ele também promete: não é em vão.

“Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.” (Salmos 34:15)

Jesus, o exemplo perfeito de bondade, foi traído, rejeitado e crucificado. E mesmo assim, não deixou de ser bom. Porque a bondade verdadeira não espera retorno humano, ela nasce de uma natureza transformada por Deus.

Ser bom não é garantia de ser bem tratado. Mas é certeza de estar do lado certo diante de Deus.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” (Mateus 5:7)

Você pode ter se decepcionado com pessoas, mas Deus nunca despreza o justo. A recompensa talvez não venha de quem você espera, nem no tempo que gostaria, mas virá. Não em forma de aplauso, mas de paz, salvação, caráter e herança eterna.

Não pare de ser bom por causa da ingratidão dos outros. Continue sendo luz, mesmo que ninguém veja. Porque Deus vê. E Ele honra os que permanecem fiéis, mesmo cansados.

Enfim, ser bom pode não nos trazer vantagens imediatas. Mas constrói recompensas eternas.

domingo, 13 de julho de 2025

ATÉ QUE QUE TODOS CHEGUEMOS A VARÃO PERFEITO

Eu reconheço pessoas.
Eu admiro pessoas.
Eu respeito pessoas.
Algumas delas são referência para mim, e isso é justo.
Mas nunca, jamais, me permitirei ser destruído pela decepção com alguém.
Porque eu entendo: assim como eu, elas também são humanas, falhas, limitadas.

A verdade é que todos nós estamos sujeitos a um dia mau. Aquele dia em que o cansaço vence, o coração vacila, a mente tropeça, e palavras ou atitudes ferem, confundem ou até escandalizam. Mas isso não define o todo. Não é justo medir uma vida por um tropeço.

O apóstolo Paulo escreveu: "Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Efésios 4:13).

Isso mostra que ainda estamos a caminho. Ninguém está pronto. Todos estamos sendo moldados.

Sim, devemos seguir bons exemplos. Sim, podemos aprender com outros. Mas nunca devemos idolatrar pessoas. Porque mesmo os grandes homens e mulheres de Deus carregam dentro de si a luta entre carne e espírito.

E quando a decepção vier, e ela virá, lembre-se: "Se alguém cair, poderá levantar-se de novo com a graça de Deus. Mas se alguém tropeçar, que não seja no julgamento duro de outro, mas no amor que compreende."

Não desista de pessoas.
Não desista de você.
Deus não desiste de nenhum de nós.

Porque "fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (1 Tessalonicenses 5:24). Ele começou a boa obra… e vai completá-la.

Até lá, sejamos pacientes.
Com os outros. E conosco.
Sempre com os olhos fixos em Cristo, o único que não falha.

ONDE ESTOU, DEUS?

Você já culpou Deus por não ouvir a voz dEle? Ou melhor… em algum momento da sua vida, você já ouviu Deus?

Talvez, sem perceber, você tenha trocado a intimidade por rotina, a comunhão por conforto. Você ora, mas não sente. Você fala, mas não ouve resposta. Você lê, mas parece que tudo está em silêncio.

“Onde estou, Deus?”

Essa pergunta ecoa forte dentro de quem já viveu experiências com o Senhor e agora se encontra em um lugar silencioso demais para ser ignorado, mas confortável demais para parecer um deserto. É esse o perigo. O deserto te faz clamar. O conforto te faz esquecer.

Na Bíblia, Abraão ouviu a voz de Deus no deserto. Isaac, Jacó, Moisés… todos encontraram direção em lugares áridos. João Batista era a voz do que clamava no deserto, e foi no deserto que Deus falava com ele.

Mas eu… eu estou no conforto da minha casa. Tenho o que comer, onde dormir, saúde, recursos. E, mesmo assim, não ouço. Não é o lugar. Sou eu.

O Salmo 139 diz que “para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?”

Sim, Deus está em todo lugar. Mas a pergunta certa não é “Onde estás, Deus?”, é: “Onde estou, Deus?”

Talvez eu esteja me escondendo atrás da correria. Talvez tenha me distraído com as próprias bênçãos. Talvez tenha me perdido nas atividades, e negligenciado a essência.

Davi orou: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação” (Salmos 51:11-12). Essa oração precisa ser nossa também.

Porque não é o conforto que nos afasta de Deus, é o comodismo. Não são as bênçãos que nos tiram da presença, é quando amamos mais as dádivas que o Doador.

Então clame como quem reconhece a própria limitação: Deus, me ajuda a me encontrar. Livra-me de mim mesmo. Desperta meu coração. Não me deixes acostumar com o silêncio, nem com uma fé sem fogo, nem com uma vida sem santidade.

Que possamos, mesmo em meio ao conforto, viver como quem tem fome e sede de Deus.

Essa é a oração de quem não quer apenas estar perto de Deus… mas em Deus.

GRATIDÃO TEM LIMITE: O LIMITE É A DIGNIDADE

Obreiro, servo de Deus, você já deve ter ouvido, ou dito, a frase: “Sou grato a quem me deu uma oportunidade no ministério”. E isso é justo. A ingratidão é pecado diante de Deus, pois “em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5:18). A gratidão revela caráter, honra, humildade e maturidade espiritual.

Mas atenção: gratidão não é prisão.

Quantos estão se anulando, se calando, suportando opressão, sendo sufocados espiritualmente e emocionalmente, em nome de uma gratidão que já passou do ponto e passou a ferir a dignidade.

Obreiro, quem te chamou foi Deus! Quem te deu dons foi o Espírito Santo! A igreja ou liderança que te acolheu foi usada por Deus, sim. Mas não tome o instrumento por fonte. Deus usa pessoas, mas é Ele quem sustenta o teu chamado.

Quando a gratidão te impede de crescer, de ser frutífero, de obedecer ao que Deus está te direcionando, ela deixa de ser virtude e se torna prisão emocional, medo disfarçado ou até idolatria.

Lembre-se: até Jesus precisou sair de lugares onde não era bem-vindo. E Paulo, por vezes, foi rejeitado por aqueles a quem ele mais serviu.

Ser grato não é se submeter a estruturas que limitam o propósito de Deus na sua vida.

Crescer também é honra. Frutificar também é respeito. Romper em obediência também é fidelidade.

A gratidão madura reconhece o que passou, mas não impede o que Deus está fazendo agora. O mesmo Deus que te levantou lá atrás é o que continua te conduzindo hoje.

Seja grato, mas avance. Seja leal, mas não se anule. Seja servo, mas não escravo de estruturas humanas.

Gratidão sim. Estagnação, não. Porque “o justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Salmo 92:12).

sábado, 12 de julho de 2025

E SE DEUS NOS TRATASSE COM RECIPROCIDADE?

Essa pergunta, embora simples, é profundamente confrontadora. Ela nos obriga a olhar no espelho da fé e enxergar com sinceridade nossa postura diante de um Deus que é amor, mas também é justo.

Imagine, por um instante, se Deus só te ouvisse quando estivesse "de bom humor". Ou se Ele só te atendesse quando não estivesse ocupado. E se Ele lembrasse de você apenas aos domingos? E se te ajudasse apenas quando você merecesse?

A Bíblia diz em Lamentações 3:22-23: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”

Deus não nos trata como merecemos. Ele é constante, presente, fiel, mesmo quando somos inconstantes, ausentes e infiéis.

O salmista também declara no Salmo 103:10: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades.” Isso significa que, mesmo sendo falhos, somos alvos de uma graça imerecida. Deus não age por impulso, não responde com vingança, mas com misericórdia.

Ele nos trata segundo o Seu caráter, e não conforme os nossos erros. Este não é um texto de condenação, mas de despertamento. É um convite ao arrependimento sincero, à entrega verdadeira. Deus merece mais do que migalhas de atenção. Ele é o Criador, o Salvador, o Sustentador de nossas vidas.

Veja o exemplo do rei Manassés. Ele foi um dos reis mais perversos de Judá, levando o povo à idolatria, praticando feitiçaria e enchendo Jerusalém de sangue inocente. Mas quando foi levado cativo pelos assírios e se viu em angústia, clamou humildemente ao Senhor. E o que Deus fez? Perdoou. Restaurou. Trouxe-o de volta ao trono. (2 Crônicas 33:12-13)

Essa é a prova de que Deus não nos trata segundo os nossos pecados, mas conforme a Sua misericórdia. Ele é o Deus das novas chances, da restauração, da transformação. Se você reconhece que tem dado pouco para Deus, que o tem tratado com indiferença ou negligência, lembre-se: ainda há tempo de mudar.

Como Manassés, você pode se voltar para Ele e experimentar o que há de mais poderoso no Evangelho: a graça que restaura. Porque mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel. E sempre estará pronto a transformar nossa história, se nos entregarmos de verdade.

PARA DEUS, NADA MENOS QUE NOS MELHOR

Maldito seja o enganador que, tendo um macho sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso. Porque Eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, e o meu nome é terrível entre as nações. Malaquias 1:14 (ARC)

Deus não aceita sobras. Ele nunca aceitou o resto do tempo, o cansaço das forças ou o que não serve mais para nós. Ele é o Criador, o Rei Soberano, Senhor do tempo, da vida, do trabalho e de tudo o que temos. Ele é digno do melhor, porque d’Ele vem o que há de melhor.

No texto de Malaquias, Deus repreende o povo que trazia animais doentes ou defeituosos como oferta. Isso mostra o desprezo por Sua santidade e grandeza. A crítica é clara: se oferecessem esses presentes a um governador terreno, ele rejeitaria. E por que acham que Deus aceitaria o pior?

A Bíblia nos ensina que tudo quanto fizermos, devemos fazer “como ao Senhor e não aos homens” (Colossenses 3:23). Isso nos coloca num padrão elevado de excelência, compromisso e zelo. Deus vê o coração, sim, mas também vê a motivação, o empenho e o que entregamos com as mãos.

Nos cultos, no trabalho, na família, na administração do tempo, no servir ao próximo, o Senhor merece o nosso melhor. Não porque Ele precisa, mas porque Ele é digno.

Fazer o melhor para Deus é uma forma de adoração. É reconhecer que tudo o que temos vem d’Ele e é para Ele. É viver como oferta viva, santa e agradável (Romanos 12:1), entregando com excelência tudo que toca o Seu nome.

Não ofereça a Deus aquilo que você não gostaria de receber. Para o Rei dos reis, o melhor é o mínimo. Então, na próxima vez que você for fazer qualquer coisa para Deus, faça sempre o melhor, porque para Deus, nada menos que o melhor.

O EVANGELHO NÃO É A PONTE PARA A BÊNÇÃO. O EVANGELHO É A BÊNÇÃO.

Muitos, ao ouvirem sobre o Evangelho, o enxergam como um meio para alcançar algo: cura, prosperidade, portas abertas, estabilidade emocional, ou sucesso terreno. Essa expectativa de benefício é compreensível no mundo natural. Afinal, o ser humano tende a buscar Deus por aquilo que Ele pode dar. Foi assim com as multidões que seguiram Jesus após a multiplicação dos pães (João 6:26), mas o Senhor as confrontou, dizendo: “Vós me procurais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes.”

A essência do Evangelho, no entanto, vai muito além de dádivas temporais. O Evangelho é a boa notícia de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Coríntios 5:19), oferecendo perdão, regeneração, adoção e vida eterna. O maior benefício do Evangelho é o próprio Deus, e não o que Ele pode oferecer.

Quando tratamos o Evangelho como uma ponte para outras bênçãos, colocamos o foco no “depois”, e não no que já é presente. A salvação é agora (2 Coríntios 6:2). O maior milagre é a conversão. A maior riqueza é a paz com Deus. A maior cura é a restauração da alma.

Não há Evangelho sem cruz. E não há cruz sem renúncia. Jesus não prometeu conforto, mas disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lucas 9:23). Quem busca o Evangelho só pelas bênçãos, rejeita a cruz e deturpa a mensagem.

Sim, Deus abençoa. Mas a bênção não é o fim. É consequência, não o centro. O Evangelho é a boa nova de que podemos ser reconciliados com o Pai. Ele não nos leva até algo, Ele é o próprio tesouro (Mateus 13:44).

Portanto, viva o Evangelho por aquilo que ele é, não apenas por aquilo que você espera receber.

Pois quem tem Cristo, já possui o maior de todos os bens.

SALVAÇÃO É INEGOCIÁVEL

Ao refletirmos sobre a vida, é comum nos depararmos com a ideia de "salvação" em diversas situações. No cotidiano, a salvação pode ser um ato heroico que evita um acidente, uma palavra que conforta, ou a ação de profissionais como bombeiros e policiais que nos livram de perigos iminentes. Esses são exemplos claros da salvação na visão humana, que nos remetem à gratidão por aqueles que, com coragem e altruísmo, nos estendem a mão.

No entanto, o texto que nos propomos a meditar nos convida a ir além, a transcender o plano material e aprofundar na salvação no universo espiritual. Esta não se limita ao corpo físico, mas abrange a totalidade do nosso ser, tocando a esfera espiritual e eterna.

É uma salvação que, como nos lembra Lucas 3:6, é para "toda a carne", um presente que Deus oferece à humanidade.

A grandiosidade dessa salvação reside em sua origem e execução divinas. Efésios 1:9-10 revela que ela foi planejada no céu, um mistério da vontade de Deus que visa congregar todas as coisas em Cristo. Essa obra magnífica foi executada na terra por Jesus, cujo sacrifício na cruz, conforme João 19:30, culminou no brado "Está consumado". Com essas palavras, Jesus selou a nossa redenção, um ato de amor incondicional que nos abriu o caminho para a vida eterna.

Mas a salvação também tem a parte do homem. Não no sentido de realizar a salvação, mas de recebê-la. Romanos 10:10 nos ensina que "com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação."

É um convite à fé e ao reconhecimento da obra de Cristo em nossas vidas. E essa boa-nova não deve permanecer conosco; Marcos 16:16 nos exorta a divulgá-la na terra por nós, pregando o evangelho a toda criatura.

É crucial entender que essa salvação é um dom da graça divina e não pelo mérito humano. Romanos 3:24 afirma que somos "justificados gratuitamente pela sua graça". Não há obras ou feitos que possamos realizar para merecê-la. Efésios 2:8-9 reforça que somos "salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." É um presente imerecido, recebido pela fé.

A beleza da salvação também pode ser analisada na perspectiva do tempo, conforme Romanos 6:22 nos mostra: já fomos salvos da condenação do pecado, o que nos fala de Justificação, um passado onde fomos libertados. No presente, estamos sendo salvos do poder do pecado, o que se refere à Santificação, um processo contínuo de transformação em nossas vidas. E, no futuro, seremos salvos da presença do pecado, que é a Glorificação, nossa esperança final da vida eterna.

João 3:16-17 resume a essência dessa salvação inegociável: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele."

Essa salvação alcança a todos (Tito 2:11), pois a graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens. Ela nos oferece um modelo de vida, ensinando-nos a renunciar à impiedade e a viver de forma sóbria, justa e piedosa (Tito 2:12). Mais do que isso, a salvação gera esperança (Tito 2:13), a bem-aventurada esperança da vinda gloriosa de Jesus Cristo. Ela tem um executante sublime: nosso Salvador Jesus Cristo, que se deu a si mesmo por nós (Tito 2:14). E, finalmente, a salvação tem um objetivo claro: nos remir de toda iniquidade e purificar um povo seu especial, zeloso de boas obras (Tito 2:14).

Que essa reflexão fortaleça a sua fé e o inspire a viver a plenitude dessa salvação que nos foi concedida por tamanho amor.

"QUANDO TUDO DIZ QUE NÃO"… SERÁ MESMO DEUS DIZENDO SIM?

Talvez você já tenha cantado com fé: “Quando tudo diz que não, sua voz me encoraja a prosseguir…”, uma frase que emociona e motiva. Mas como cristãos comprometidos com a Palavra, precisamos parar e refletir: será mesmo que toda oposição é sinal de que estamos certos? Será que Deus está sempre confirmando nossos caminhos, mesmo quando todos ao redor dizem o contrário?

A Bíblia nos ensina algo precioso: nem sempre a oposição significa injustiça, e nem sempre a persistência é sinal de fé. Às vezes, a resistência é de Deus, e não do inimigo.

O profeta Jonas seguiu em frente quando Deus disse "não". A vontade divina aera clara: “Levanta-te e vai a Nínive” (Jonas 1:2), mas Jonas foi para Társis. Ele prosseguiu, mesmo com tudo dizendo que não. E o resultado? Uma tempestade. Às vezes, Deus envia o vento contrário para nos fazer voltar.

Por outro lado, Paulo também enfrentou oposição. Em Atos 21, o Espírito Santo advertia que prisões o aguardavam em Jerusalém. Muitos pediram que ele não fosse. Mas, nesse caso, Paulo discerniu: “Estou pronto, não só para ser preso, mas até para morrer pelo nome do Senhor Jesus” (Atos 21:13).

Aqui, a oposição não era um “não” divino, mas a confirmação de que o caminho da cruz nem sempre tem torcida.

A grande diferença está na motivação e na obediência. Não é sobre “tudo dizer que não”, mas sobre se Deus realmente disse “sim”. Porque a fé verdadeira não é teimosa, é obediente e a obediência requer discernimento, humildade e alinhamento com a Palavra.

Nem toda unanimidade é burra, mas toda verdade é de Deus. E a verdade d’Ele, muitas vezes, confronta nosso ego, nossos planos e nossos sonhos.

Por isso, antes de seguir adiante contra tudo e todos, pergunte-se: é Deus mesmo quem está me encorajando a prosseguir? Ou estou confundindo minha vontade com Sua voz? Pois "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Provérbios 14:12).

Que o nosso prosseguir seja fruto de ouvir a Deus, e não apenas de insistir.

A DEPENDENCIA QUE NOS LIBERTA OU QUE NOS APRISIONA

Preste atenção a esta verdade: ninguém é autossuficiente. A independência total é uma ilusão. Desde o Éden, quando Adão e Eva decidiram seguir sua própria vontade, a humanidade tem caminhado em direção à falsa liberdade, que na realidade é escravidão.

A Palavra de Deus, em Romanos 6:16 (ARC), nos diz: "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?"

Não existe neutralidade. Ou pertencemos a Deus, e somos servos da justiça, ou estamos debaixo do domínio do pecado.

Hoje, o mundo exalta a autonomia. Crianças rejeitam limites. Jovens se julgam donos da verdade. Adultos que cresceram desta forma, sem disciplina e sem limites, vivem como se não devessem, sem dar satisfação a ninguém. Mas essa mentalidade leva ao orgulho. E o orgulho precede a queda, e a queda à ruína.

Mas o que disse Jesus? "Sem mim nada podeis fazer" (João 15:5). Depender de Deus não é fraqueza. É sabedoria. É reconhecer que Ele cuida de nós, como diz (1 Pedro 5:7) "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."

Portanto, examine-se diante de Deus: A quem você tem servido? De quem você realmente depende? Do seu entendimento? Da sua força? Da sua vontade? Dos seus sonhos? Anseios? Desejos? Pecados? Ou Deus vivo, que sustenta todas as coisas, com amor, ternura, poder e bondade para fazer infinitamente mais por nós?

É tempo de voltar à dependência de Deus.

NADA PODE NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS QUE ESTÁ EM CRISTO JESUS

Essa é uma das declarações mais reconfortantes da Palavra de Deus. O amor de Deus é imensurável, eterno e acessível. No entanto, é preciso fazer uma distinção essencial que, muitas vezes, é ignorada ou confundida: o amor de Deus não é o próprio Deus.

O apóstolo Paulo afirma com autoridade que nenhuma tribulação, perseguição, espada ou mesmo a morte pode nos separar do amor de Deus em Cristo. Mas em Isaías 59:2 está escrito: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”

Veja, a Bíblia não se contradiz. Ela revela uma verdade profunda: o amor de Deus é imutável, mas o nosso relacionamento com Ele pode ser quebrado por causa do pecado. O amor de Deus pode continuar existindo, mesmo quando a comunhão com Ele foi rompida. Ele ama, mas o pecado impede o fluir da graça, da presença e da comunhão.

Deus ama a todos e deseja que todos se salvem (1 Timóteo 2:4), mas Ele não obriga ninguém a permanecer em Seu amor. Há uma resposta pessoal que precisa ser dada. Jesus mesmo disse: “Permanecei em mim” (João 15:4), pois é possível não permanecer. A permanência é uma escolha consciente e contínua.

Quando alguém peca, não está anulando o amor de Deus. Está apenas se afastando da presença dEle. Assim como o pai do filho pródigo continuava amando seu filho mesmo à distância, mas não pôde estar com ele enquanto ele estivesse longe. O amor existia, mas a comunhão estava quebrada.

Não se engane: Deus é amor, sim (1 João 4:8), mas Ele também é santo, justo e reto. O amor de Deus não anula a sua justiça e nem a santidade. Ele ama, mas disciplina, costumo dizer que Deus é o Deus de amor justiceiro e de justiça amorosa. Ele ama, mas também rejeita o pecado. Ele ama, mas espera arrependimento.

Por isso, não confunda a sensação do amor com a aprovação divina. Muitos dizem “Deus me ama, então está tudo bem”. Mas o amor de Deus não é licença para viver afastado dEle. O amor dEle é o caminho de volta, não é desculpa, e nem álibi da permanência no erro, não se esquive no "sou humano e não consigo ser perfeito".

Deus te ama. Mas Ele também quer estar contigo. E para isso, é necessário arrependimento, confissão e vida em santidade. O amor dEle nunca falhará, mas a tua permanência nEle depende da tua resposta. Hoje é tempo de escolher: Quer apenas ser amado por Deus à distância? Ou deseja andar com Ele em plena comunhão?

O amor está garantido.

A presença, não.

A presença é escolha, e Ele escolheu você, agora faça a sua parte.

PORQUE RECLAMAS?

Vivemos em dias de muitas queixas. As redes sociais viraram confessionários públicos de insatisfação. As conversas, em sua maioria, giram em torno do que não deu certo, do que está difícil, do que falta. E em meio a tantas reclamações, esquecemos de uma pergunta vital: Não colhemos o que plantamos? (Gálatas 6:7).

A Palavra de Deus, em Lamentações 3:39, confronta de forma direta: “De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.” isso é um chamado à autorresponsabilidade.

Antes de culpar o sistema, as pessoas, a sorte ou até mesmo Deus, precisamos olhar para dentro de nós e reconhecer: muitas das dificuldades que enfrentamos hoje são fruto das decisões que tomamos ontem.

Não se trata de negar as lutas que não escolhemos, mas de compreender que há dores evitáveis, e elas nascem da imprudência, da negligência, da teimosia e da ausência de Deus no centro da vida.

Deus é um Pai amoroso, mas também justo. Ele não compactua com a desordem. Ele nos dá graça, sim, mas também exige mudança.

Quer uma vida mais leve? Mude os hábitos. Estude. Trabalhe. Seja responsável.

Quer paz? Tema ao Senhor. Coloque-O em primeiro lugar.

Não adianta querer resultados diferentes com atitudes repetidas.

Não adianta orar por colheitas abundantes se a semente que plantamos é descaso, omissão e murmuração.

Confie em Deus. Mas trabalhe.

Espere n’Ele. Mas se prepare.

A fé não anula a ação. A fé move a ação. Tiago 2:26 diz: “A fé sem obras é morta.”

Se hoje está difícil, pare de reclamar. Ore. Mude. Estude. Sirva. Perdoe. Conserte. E acima de tudo, honre a Deus com a sua vida.

Porque a queixa não transforma, mas a rendição a Deus e a disposição para mudar, essas sim, abrem caminho para uma vida nova.

Em vez de reclamar, Ore! Ore mais! Se humilhe diante de Deus e peça coragem iniciar a mudança e sabedoria para realizá-la.

ÍDOLOS DO CORAÇÃO E PECADOS DE ESTIMAÇÃO

A Escritura nos revela que o maior campo de batalha do cristão não está fora, mas dentro de si mesmo. Nosso coração, segundo o profeta Jeremias, é "enganoso... mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9). E é exatamente neste lugar invisível, onde moram os desejos, os afetos e as vontades, que se escondem os ídolos do coração e os chamados pecados de estimação.

Esses pecados não são os mais escandalosos, mas os mais tolerados. São aqueles que aprendemos a conviver, a justificar, a esconder. São hábitos, pensamentos, impulsos que não entregamos totalmente a Deus. E mesmo quando a graça já nos alcançou, essas áreas não totalmente rendidas continuam tentando exercer domínio. Mas a Palavra é clara: "Aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado" (1 João 3:9).

Isso não significa que o salvo nunca pecará, mas sim que ele não vive confortavelmente no pecado. O Espírito Santo que habita nele o convence, o constrange e o direciona ao arrependimento. Quando o pecado deixa de nos incomodar, corremos o risco de estarmos criando uma religião do “quase”, quase santos, quase entregues, quase libertos.

Tiago também nos adverte: "Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência" (Tiago 1:14). Isso revela que o pecado nasce dentro, e não fora. E é por isso que precisamos vigiar os recônditos da alma, onde os olhos humanos não veem, mas Deus vê tudo (Salmos 139:1-2).

A graça de Deus não nos foi dada para continuarmos pecando, mas para vivermos livres do poder do pecado (Romanos 6:14). Há poder no sangue de Cristo não só para perdoar, mas para purificar (1 João 1:9). E é nessa purificação diária, nesse processo contínuo de santificação, que o cristão é moldado à imagem de Cristo.

Autodisciplina, renúncia e vigilância são exigências da caminhada com Deus. Jesus mesmo disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me" (Lucas 9:23). Não é uma jornada fácil, mas é possível quando nos rendemos completamente.

Se há pecados ocultos, desejos disfarçados de necessidade, se há espaços no coração onde Deus ainda não é Senhor, o chamado é claro: arrependa-se. Abandone o que parece pequeno, mas tem grande poder de destruição. Lembre-se: somos o que fazemos quando ninguém vê. Mas Deus sempre vê.

E se Ele vê, Ele também pode curar, libertar, transformar. Que todo ídolo seja derrubado. Que todo pecado de estimação seja deixado no altar. Porque o verdadeiro adorador não serve a dois senhores, ele serve a Deus de todo o coração.

QUEM CRIOU DEUS?

Essa pergunta é comum, mas a resposta é simples: ninguém criou Deus. Ele sempre existiu. Deus é eterno. O difícil, na verdade, é explicar quem Deus é.

Em algum momento da vida, diante da imensidão do universo e da limitação da mente humana, todos já nos perguntamos: “Quem criou Deus?”, “Quem é Deus?”, ou “Onde Ele está?”.

Essas dúvidas não nascem da ignorância, mas da nossa limitação diante da eternidade. A verdade é que Deus não foi criado. Ele simplesmente É.

O salmista declara: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Salmos 90:2)

Deus não envelhece nem muda. Ele é imutável. “Porque eu, o Senhor, não mudo...” declarou Deus à Malaquias 3:6.

Enquanto tudo no universo depende de causas e forças externas, Deus é a própria fonte da existência. Ele criou o tempo, mas não está sujeito a ele. Ele é a única realidade absoluta, soberana e eterna. “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.” Escreveu João (1:3).

Deus é eterno, mas não distante. É pessoal, relacional e acessível. Ele ama, busca e nos chama. Criou tudo por amor, nada por necessidade. Mesmo sendo infinito, se importa conosco.

Ele é o padrão da verdade, da justiça e da santidade. Seu caráter é a base da moral. Sua vontade é boa, agradável e perfeita. Ele é o Altíssimo, mas habita com os humildes. Ele salva, sustenta, corrige e chama à obediência.

Muitos desejam um "deus" que se adapte à razão, ao tempo ou à conveniência. Mas Deus não é moldável. Ele simplesmente É. Por isso, devemos nos render, obedecer, reverenciar e adorá-Lo.

Deus é maior que nossas dúvidas, maior que o tempo, maior que tudo. Ele é justo, amoroso e presente. Ele não impõe Sua vontade com tirania, mas oferece graça, convida ao arrependimento e espera uma resposta voluntária.

Ele é Mais digno que a natureza, Mais eterno que o tempo, Mais glorioso que a luz do sol, Mais justo que a justiça. Ele é o Senhor dos senhores. Esse é o meu Deus. Esse é o nosso Deus.

E SE DEUS NOS TRATASSE COM RECIPROCIDADE?

Essa pergunta, embora simples, é profundamente confrontadora. Ela nos obriga a olhar no espelho da fé e enxergar com sinceridade nossa postura diante de um Deus que é amor, mas também é justo.

Imagine, por um instante, se Deus só te ouvisse quando estivesse "de bom humor".

Ou se Ele só te atendesse quando não estivesse ocupado.

E se Ele lembrasse de você apenas aos domingos?

E se te ajudasse apenas quando você merecesse?

A Bíblia diz em Lamentações 3:22-23: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”

Deus não nos trata como merecemos. Ele é constante, presente, fiel, mesmo quando somos inconstantes, ausentes e infiéis.

O salmista também declara no Salmo 103:10: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades.” Isso significa que, mesmo sendo falhos, somos alvos de uma graça imerecida. Deus não age por impulso, não responde com vingança, mas com misericórdia.

Ele nos trata segundo o Seu caráter, e não conforme os nossos erros.

Este não é um texto de condenação, mas de despertamento. É um convite ao arrependimento sincero, à entrega verdadeira.

Deus merece mais do que migalhas de atenção.

Ele é o Criador, o Salvador, o Sustentador de nossas vidas.

Veja o exemplo do rei Manassés. Ele foi um dos reis mais perversos de Judá, levando o povo à idolatria, praticando feitiçaria e enchendo Jerusalém de sangue inocente. Mas quando foi levado cativo pelos assírios e se viu em angústia, clamou humildemente ao Senhor. E o que Deus fez? Perdoou. Restaurou. Trouxe-o de volta ao trono. (2 Crônicas 33:12-13)

Essa é a prova de que Deus não nos trata segundo os nossos pecados, mas conforme a Sua misericórdia. Ele é o Deus das novas chances, da restauração, da transformação.

Se você reconhece que tem dado pouco para Deus, que o tem tratado com indiferença ou negligência, lembre-se: ainda há tempo de mudar.

Como Manassés, você pode se voltar para Ele e experimentar o que há de mais poderoso no Evangelho: a graça que restaura. Porque mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel. E sempre estará pronto a transformar nossa história, se nos entregarmos de verdade.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

ERRAR É HUMANO, MAS A PALAVRA NOS CONFRONTA À PERFEIÇÃO

Mateus 5:48 (ARC) “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.”

Errar é, de fato, parte da natureza humana. Desde o Éden, nossa história carrega a marca da queda, do pecado e da fragilidade. Somos imperfeitos, falhos, inclinados ao erro. Contudo, a Bíblia, em sua autoridade eterna, não alivia nossa responsabilidade. Pelo contrário, ela nos confronta, exorta e eleva o padrão: “Sede vós, pois, perfeitos.”

À primeira vista, isso parece impossível. Como pode Deus exigir perfeição de seres imperfeitos? A resposta está na graça e no processo da santificação. Jesus não disse: “Sejam perfeitos por vocês mesmos”, mas sim: “como é perfeito o vosso Pai”. Ou seja, nos chama a viver uma vida dirigida, moldada e transformada pelo caráter santo de Deus.

O chamado à perfeição não é uma imposição inalcançável, mas um convite diário à renúncia, ao arrependimento, e ao aperfeiçoamento em Cristo. Paulo escreve: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus” (Filipenses 3:12, ARC). O apóstolo reconhece a limitação humana, mas também nos aponta o alvo.

A perfeição bíblica é maturidade espiritual, é integridade no proceder, é andar com Deus com coração sincero. Não se trata de nunca errar, mas de nunca se conformar com o erro. Trata-se de odiar o pecado, de se levantar com humildade após cada queda e de continuar sendo moldado pelo Espírito Santo.

Deus não nos exige perfeição como condição de amor, mas nos aperfeiçoa porque nos ama. Somos chamados a deixar de ser apenas humanos e passar a ser filhos obedientes, que carregam em si o caráter do Pai. Isso exige esforço, vigilância, arrependimento e comunhão constante com a Palavra.

Errar é humano, sim. Mas permanecer no erro é rebeldia. E ignorar o chamado à perfeição é negligenciar o plano de Deus para nossa santificação.

Que sejamos confrontados, corrigidos e moldados pelo Senhor, até que Cristo seja formado em nós.

QUANDO O CORAÇÃO ORA, DEUS RESPONDE

Na caminhada cristã, muitos pensam que o maior erro é deixar de orar. E é verdade: a ausência de oração é um sinal de independência de Deus, e não há nada mais perigoso do que isso. Mas há algo igualmente sério: orar sem saber para quem, por quê e sem o coração.

Orar sem direção, sem reverência, sem entrega, é como lançar palavras ao vento. É possível dobrar os joelhos e manter o coração em pé. É possível repetir frases sem fé, declarar promessas sem submissão, clamar com os lábios e negar com a vida.

Não há problemas em não saber as palavras bonitas, ou não ter eloquência, Deus não exige discursos. O que Ele busca é um coração quebrantado.

O Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26), e o próprio Deus se inclina a ouvir quando há verdade no íntimo (Sl 51:6).

A Bíblia diz: "para que, mesmo sem palavras, sejam ganhos por meio do procedimento de suas esposas" (1 Pedro 3:1). Esse princípio nos ensina que não são as palavras que convencem, mas a verdade de um coração rendido. O mesmo vale na oração. Deus pode ignorar palavras vazias, mas jamais ignora um coração sincero, mesmo que silencioso.

Ore! Esse foi o conselho que mais ouvi, mas ore com o coração. Porque Deus não responde orações decoradas, e não se importa se são longas ou curtas, Ele responde corações, orações vividas.

ESTAR BEM X SER FELIZ

“Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.” – Filipenses 4:11

Quantas vezes nos pegamos em silêncio, diante da rotina, do trabalho, dos compromissos, com aquela sensação estranha de que estamos bem… mas não estamos felizes?

Estar bem, aos olhos do mundo, muitas vezes é sinônimo de segurança. É ter saúde, ter um emprego, pagar as contas, estar longe do caos. É estar num lugar confortável, previsível. E isso é bom. Muitos desejam essa estabilidade, e nem todos a têm. Estar bem é uma dádiva — mas nem sempre é suficiente.

A felicidade, por outro lado, carrega outra profundidade. Ser feliz é estar onde você sonhou, fazendo o que ama, vivendo com sentido, com propósito, com realização. É o sentimento de que você está no centro da vontade de Deus — e que aquilo que você faz ecoa no seu espírito.

O conflito nasce quando estamos bem, mas não estamos felizes. Quando temos o necessário, mas não o desejado. Quando a paz exterior não preenche a inquietação interior.

Mas a Bíblia nos ensina algo poderoso. Paulo, na carta aos Filipenses, preso, isolado e longe do conforto, declara: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação... tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4:11-13)

Ele nos ensina que há um lugar onde estar bem e ser feliz se encontram: na suficiência de Cristo.

A verdadeira paz não está em alcançar todos os sonhos, mas em saber que mesmo que não os tenhamos alcançado, estamos em Deus.

A verdadeira felicidade não é ausência de lutas, mas presença de propósito.

Sim, sonhe! Almeje voar mais alto! Mas, enquanto o “lugar dos seus sonhos” não chega, celebre o cuidado de Deus no “lugar onde você está”.

Porque o “estar bem” é graça, e o “ser feliz” será consequência do contentamento em Cristo — que nos fortalece em toda e qualquer fase.

O LUGAR DE DEUS NO CORAÇÃO

Deus criou você à Sua imagem. Você não é um acaso, não é apenas mais um entre bilhões. Você é único, com alma eterna e propósito eterno. Mas vivemos num mundo que tenta nos convencer do contrário, que a satisfação está nas coisas, no sucesso, na aceitação, nos bens, nas pessoas. E, por vezes, até mesmo no ministério. E a verdade é que mesmo os salvos, pessoas que já receberam a salvação em Cristo, podem cair no engano de esperar felicidade onde ela não habita.

Muitos de nós, com o passar dos anos, acumulamos bens, amizades, experiências... mas descobrimos, às vezes com dor, que tudo isso não preenche. Você pode ter livros, família, realizações, conquistas. Mas se tudo isso desaparecer, o que sobrará? Onde está ancorado o seu coração?

Talvez você diga: "Mas eu tenho coisas boas! Tenho minha esposa, meus filhos, meus livros, meus projetos..." Sim, tudo isso é bom e vem de Deus. Mas nada disso pode substituir Deus. E se o seu coração estiver ancorado nas coisas ou nas pessoas, cedo ou tarde você se verá frustrado.

Nosso coração deve estar cheio da presença de Deus. O centro da alma humana só pode ser ocupado por Ele. Nenhum bem, nenhum sucesso, nenhuma amizade, nenhum cargo, por mais digno que seja, pode preencher o espaço que pertence exclusivamente ao Criador.

A Palavra de Deus nos ensina: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Essa não é uma fórmula para conseguir o que queremos, é uma direção para reorganizar o coração.

Se você sente um vazio, uma inquietação, uma angústia silenciosa, talvez seja porque alguma parte de você está tentando viver sem a centralidade de Deus. Talvez você esteja tão cheio de coisas, que não percebeu o quanto precisa estar cheio da presença dEle.

A presença de Deus é a única fonte de descanso real. O Salmo 62:1 diz: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.”

Somente em Deus.

Assim podemos entender: a nossa felicidade não está nas coisas, mas em quem temos no centro da nossa alma. Se Jesus for tudo o que temos, teremos tudo o que precisamos.

Portanto, que cada um de nós hoje reflita: “Meu coração está cheio de quê?”

E se a resposta for qualquer coisa que não seja Deus, então é hora de reorganizar o altar do nosso interior.