terça-feira, 15 de julho de 2025

QUEM ESTÁ NO CONTROLE?


Provérbios 25:28 (ARC) diz: “Como a cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.”

Essa frase bíblica ecoa com força quando refletimos sobre o poder dos nossos instintos. O homem que não sabe dominar seus impulsos, suas vontades, suas carências e desejos, se torna uma cidade sem proteção, vulnerável, exposta e, pior, dominável.

A Bíblia é clara em mostrar que a verdadeira liberdade não está em fazer tudo o que se quer, mas em dominar a si mesmo.

Paulo escreve em 1 Coríntios 6:12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”

Dominar os instintos é um traço de maturidade espiritual. O homem que não governa sobre si mesmo se torna presa fácil, da carne, do pecado, e das pessoas que sabem manipular desejos. Quem não tem governo sobre si, será sempre governado por outros.

Foi isso que aconteceu com Esaú, ao trocar sua primogenitura por um prato de lentilhas, instinto acima da promessa. (Gênesis 25:29-34) Foi o que aconteceu com Sansão, homem forte, mas dominado por sua paixão por Dalila, desejo acima da obediência. (Juízes 16)

E foi isso também que derrubou Davi, quando cedeu à tentação por Bate-Seba, impulso acima da integridade. (2 Samuel 11)

Mas o Senhor nos chama ao domínio próprio, que é fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). E nos ensina que, para seguir a Cristo, é necessário negar-se a si mesmo. (Lucas 9:23)

A verdadeira liberdade não é fazer tudo o que se quer é poder dizer “não” àquilo que pode nos escravizar.

Hoje, reflita: quem está no controle? Seus desejos... ou o Espírito Santo?

Lembre-se: o homem que domina seus instintos é livre. Mas o que vive para satisfazê-los será sempre escravo, de si mesmo, ou de quem souber explorá-los.

Que sejamos, com a ajudade Deus, somente governado por Deus.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

VALE A PENA SER BOM

Você já se perguntou: “Qual a vantagem de ser uma boa pessoa, se tudo que colhi disso até hoje foi decepção e trauma?”

Essa pergunta é real. É honesta. E talvez, em silêncio, muitos já fizeram a mesma. Porque a verdade é que ser bom dói. Dói ver a injustiça prevalecer. Dói tratar bem e ser maltratado. Dói perdoar e ser esquecido. Mas ainda assim, a Bíblia nos convida: “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.” (2 Tessalonicenses 3:13)

Se esse versículo existe, é porque Deus sabe o quanto é importante fazer o bem. Ele sabe como a bondade, em um mundo egoísta, parece fraqueza. Mas Ele também promete: não é em vão.

“Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.” (Salmos 34:15)

Jesus, o exemplo perfeito de bondade, foi traído, rejeitado e crucificado. E mesmo assim, não deixou de ser bom. Porque a bondade verdadeira não espera retorno humano, ela nasce de uma natureza transformada por Deus.

Ser bom não é garantia de ser bem tratado. Mas é certeza de estar do lado certo diante de Deus.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” (Mateus 5:7)

Você pode ter se decepcionado com pessoas, mas Deus nunca despreza o justo. A recompensa talvez não venha de quem você espera, nem no tempo que gostaria, mas virá. Não em forma de aplauso, mas de paz, salvação, caráter e herança eterna.

Não pare de ser bom por causa da ingratidão dos outros. Continue sendo luz, mesmo que ninguém veja. Porque Deus vê. E Ele honra os que permanecem fiéis, mesmo cansados.

Enfim, ser bom pode não nos trazer vantagens imediatas. Mas constrói recompensas eternas.

domingo, 13 de julho de 2025

ATÉ QUE QUE TODOS CHEGUEMOS A VARÃO PERFEITO

Eu reconheço pessoas.
Eu admiro pessoas.
Eu respeito pessoas.
Algumas delas são referência para mim, e isso é justo.
Mas nunca, jamais, me permitirei ser destruído pela decepção com alguém.
Porque eu entendo: assim como eu, elas também são humanas, falhas, limitadas.

A verdade é que todos nós estamos sujeitos a um dia mau. Aquele dia em que o cansaço vence, o coração vacila, a mente tropeça, e palavras ou atitudes ferem, confundem ou até escandalizam. Mas isso não define o todo. Não é justo medir uma vida por um tropeço.

O apóstolo Paulo escreveu: "Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Efésios 4:13).

Isso mostra que ainda estamos a caminho. Ninguém está pronto. Todos estamos sendo moldados.

Sim, devemos seguir bons exemplos. Sim, podemos aprender com outros. Mas nunca devemos idolatrar pessoas. Porque mesmo os grandes homens e mulheres de Deus carregam dentro de si a luta entre carne e espírito.

E quando a decepção vier, e ela virá, lembre-se: "Se alguém cair, poderá levantar-se de novo com a graça de Deus. Mas se alguém tropeçar, que não seja no julgamento duro de outro, mas no amor que compreende."

Não desista de pessoas.
Não desista de você.
Deus não desiste de nenhum de nós.

Porque "fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (1 Tessalonicenses 5:24). Ele começou a boa obra… e vai completá-la.

Até lá, sejamos pacientes.
Com os outros. E conosco.
Sempre com os olhos fixos em Cristo, o único que não falha.

ONDE ESTOU, DEUS?

Você já culpou Deus por não ouvir a voz dEle? Ou melhor… em algum momento da sua vida, você já ouviu Deus?

Talvez, sem perceber, você tenha trocado a intimidade por rotina, a comunhão por conforto. Você ora, mas não sente. Você fala, mas não ouve resposta. Você lê, mas parece que tudo está em silêncio.

“Onde estou, Deus?”

Essa pergunta ecoa forte dentro de quem já viveu experiências com o Senhor e agora se encontra em um lugar silencioso demais para ser ignorado, mas confortável demais para parecer um deserto. É esse o perigo. O deserto te faz clamar. O conforto te faz esquecer.

Na Bíblia, Abraão ouviu a voz de Deus no deserto. Isaac, Jacó, Moisés… todos encontraram direção em lugares áridos. João Batista era a voz do que clamava no deserto, e foi no deserto que Deus falava com ele.

Mas eu… eu estou no conforto da minha casa. Tenho o que comer, onde dormir, saúde, recursos. E, mesmo assim, não ouço. Não é o lugar. Sou eu.

O Salmo 139 diz que “para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?”

Sim, Deus está em todo lugar. Mas a pergunta certa não é “Onde estás, Deus?”, é: “Onde estou, Deus?”

Talvez eu esteja me escondendo atrás da correria. Talvez tenha me distraído com as próprias bênçãos. Talvez tenha me perdido nas atividades, e negligenciado a essência.

Davi orou: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação” (Salmos 51:11-12). Essa oração precisa ser nossa também.

Porque não é o conforto que nos afasta de Deus, é o comodismo. Não são as bênçãos que nos tiram da presença, é quando amamos mais as dádivas que o Doador.

Então clame como quem reconhece a própria limitação: Deus, me ajuda a me encontrar. Livra-me de mim mesmo. Desperta meu coração. Não me deixes acostumar com o silêncio, nem com uma fé sem fogo, nem com uma vida sem santidade.

Que possamos, mesmo em meio ao conforto, viver como quem tem fome e sede de Deus.

Essa é a oração de quem não quer apenas estar perto de Deus… mas em Deus.

GRATIDÃO TEM LIMITE: O LIMITE É A DIGNIDADE

Obreiro, servo de Deus, você já deve ter ouvido, ou dito, a frase: “Sou grato a quem me deu uma oportunidade no ministério”. E isso é justo. A ingratidão é pecado diante de Deus, pois “em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5:18). A gratidão revela caráter, honra, humildade e maturidade espiritual.

Mas atenção: gratidão não é prisão.

Quantos estão se anulando, se calando, suportando opressão, sendo sufocados espiritualmente e emocionalmente, em nome de uma gratidão que já passou do ponto e passou a ferir a dignidade.

Obreiro, quem te chamou foi Deus! Quem te deu dons foi o Espírito Santo! A igreja ou liderança que te acolheu foi usada por Deus, sim. Mas não tome o instrumento por fonte. Deus usa pessoas, mas é Ele quem sustenta o teu chamado.

Quando a gratidão te impede de crescer, de ser frutífero, de obedecer ao que Deus está te direcionando, ela deixa de ser virtude e se torna prisão emocional, medo disfarçado ou até idolatria.

Lembre-se: até Jesus precisou sair de lugares onde não era bem-vindo. E Paulo, por vezes, foi rejeitado por aqueles a quem ele mais serviu.

Ser grato não é se submeter a estruturas que limitam o propósito de Deus na sua vida.

Crescer também é honra. Frutificar também é respeito. Romper em obediência também é fidelidade.

A gratidão madura reconhece o que passou, mas não impede o que Deus está fazendo agora. O mesmo Deus que te levantou lá atrás é o que continua te conduzindo hoje.

Seja grato, mas avance. Seja leal, mas não se anule. Seja servo, mas não escravo de estruturas humanas.

Gratidão sim. Estagnação, não. Porque “o justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Salmo 92:12).

sábado, 12 de julho de 2025

E SE DEUS NOS TRATASSE COM RECIPROCIDADE?

Essa pergunta, embora simples, é profundamente confrontadora. Ela nos obriga a olhar no espelho da fé e enxergar com sinceridade nossa postura diante de um Deus que é amor, mas também é justo.

Imagine, por um instante, se Deus só te ouvisse quando estivesse "de bom humor". Ou se Ele só te atendesse quando não estivesse ocupado. E se Ele lembrasse de você apenas aos domingos? E se te ajudasse apenas quando você merecesse?

A Bíblia diz em Lamentações 3:22-23: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”

Deus não nos trata como merecemos. Ele é constante, presente, fiel, mesmo quando somos inconstantes, ausentes e infiéis.

O salmista também declara no Salmo 103:10: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades.” Isso significa que, mesmo sendo falhos, somos alvos de uma graça imerecida. Deus não age por impulso, não responde com vingança, mas com misericórdia.

Ele nos trata segundo o Seu caráter, e não conforme os nossos erros. Este não é um texto de condenação, mas de despertamento. É um convite ao arrependimento sincero, à entrega verdadeira. Deus merece mais do que migalhas de atenção. Ele é o Criador, o Salvador, o Sustentador de nossas vidas.

Veja o exemplo do rei Manassés. Ele foi um dos reis mais perversos de Judá, levando o povo à idolatria, praticando feitiçaria e enchendo Jerusalém de sangue inocente. Mas quando foi levado cativo pelos assírios e se viu em angústia, clamou humildemente ao Senhor. E o que Deus fez? Perdoou. Restaurou. Trouxe-o de volta ao trono. (2 Crônicas 33:12-13)

Essa é a prova de que Deus não nos trata segundo os nossos pecados, mas conforme a Sua misericórdia. Ele é o Deus das novas chances, da restauração, da transformação. Se você reconhece que tem dado pouco para Deus, que o tem tratado com indiferença ou negligência, lembre-se: ainda há tempo de mudar.

Como Manassés, você pode se voltar para Ele e experimentar o que há de mais poderoso no Evangelho: a graça que restaura. Porque mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel. E sempre estará pronto a transformar nossa história, se nos entregarmos de verdade.

PARA DEUS, NADA MENOS QUE NOS MELHOR

Maldito seja o enganador que, tendo um macho sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso. Porque Eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, e o meu nome é terrível entre as nações. Malaquias 1:14 (ARC)

Deus não aceita sobras. Ele nunca aceitou o resto do tempo, o cansaço das forças ou o que não serve mais para nós. Ele é o Criador, o Rei Soberano, Senhor do tempo, da vida, do trabalho e de tudo o que temos. Ele é digno do melhor, porque d’Ele vem o que há de melhor.

No texto de Malaquias, Deus repreende o povo que trazia animais doentes ou defeituosos como oferta. Isso mostra o desprezo por Sua santidade e grandeza. A crítica é clara: se oferecessem esses presentes a um governador terreno, ele rejeitaria. E por que acham que Deus aceitaria o pior?

A Bíblia nos ensina que tudo quanto fizermos, devemos fazer “como ao Senhor e não aos homens” (Colossenses 3:23). Isso nos coloca num padrão elevado de excelência, compromisso e zelo. Deus vê o coração, sim, mas também vê a motivação, o empenho e o que entregamos com as mãos.

Nos cultos, no trabalho, na família, na administração do tempo, no servir ao próximo, o Senhor merece o nosso melhor. Não porque Ele precisa, mas porque Ele é digno.

Fazer o melhor para Deus é uma forma de adoração. É reconhecer que tudo o que temos vem d’Ele e é para Ele. É viver como oferta viva, santa e agradável (Romanos 12:1), entregando com excelência tudo que toca o Seu nome.

Não ofereça a Deus aquilo que você não gostaria de receber. Para o Rei dos reis, o melhor é o mínimo. Então, na próxima vez que você for fazer qualquer coisa para Deus, faça sempre o melhor, porque para Deus, nada menos que o melhor.

O EVANGELHO NÃO É A PONTE PARA A BÊNÇÃO. O EVANGELHO É A BÊNÇÃO.

Muitos, ao ouvirem sobre o Evangelho, o enxergam como um meio para alcançar algo: cura, prosperidade, portas abertas, estabilidade emocional, ou sucesso terreno. Essa expectativa de benefício é compreensível no mundo natural. Afinal, o ser humano tende a buscar Deus por aquilo que Ele pode dar. Foi assim com as multidões que seguiram Jesus após a multiplicação dos pães (João 6:26), mas o Senhor as confrontou, dizendo: “Vós me procurais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes.”

A essência do Evangelho, no entanto, vai muito além de dádivas temporais. O Evangelho é a boa notícia de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Coríntios 5:19), oferecendo perdão, regeneração, adoção e vida eterna. O maior benefício do Evangelho é o próprio Deus, e não o que Ele pode oferecer.

Quando tratamos o Evangelho como uma ponte para outras bênçãos, colocamos o foco no “depois”, e não no que já é presente. A salvação é agora (2 Coríntios 6:2). O maior milagre é a conversão. A maior riqueza é a paz com Deus. A maior cura é a restauração da alma.

Não há Evangelho sem cruz. E não há cruz sem renúncia. Jesus não prometeu conforto, mas disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lucas 9:23). Quem busca o Evangelho só pelas bênçãos, rejeita a cruz e deturpa a mensagem.

Sim, Deus abençoa. Mas a bênção não é o fim. É consequência, não o centro. O Evangelho é a boa nova de que podemos ser reconciliados com o Pai. Ele não nos leva até algo, Ele é o próprio tesouro (Mateus 13:44).

Portanto, viva o Evangelho por aquilo que ele é, não apenas por aquilo que você espera receber.

Pois quem tem Cristo, já possui o maior de todos os bens.

SALVAÇÃO É INEGOCIÁVEL

Ao refletirmos sobre a vida, é comum nos depararmos com a ideia de "salvação" em diversas situações. No cotidiano, a salvação pode ser um ato heroico que evita um acidente, uma palavra que conforta, ou a ação de profissionais como bombeiros e policiais que nos livram de perigos iminentes. Esses são exemplos claros da salvação na visão humana, que nos remetem à gratidão por aqueles que, com coragem e altruísmo, nos estendem a mão.

No entanto, o texto que nos propomos a meditar nos convida a ir além, a transcender o plano material e aprofundar na salvação no universo espiritual. Esta não se limita ao corpo físico, mas abrange a totalidade do nosso ser, tocando a esfera espiritual e eterna.

É uma salvação que, como nos lembra Lucas 3:6, é para "toda a carne", um presente que Deus oferece à humanidade.

A grandiosidade dessa salvação reside em sua origem e execução divinas. Efésios 1:9-10 revela que ela foi planejada no céu, um mistério da vontade de Deus que visa congregar todas as coisas em Cristo. Essa obra magnífica foi executada na terra por Jesus, cujo sacrifício na cruz, conforme João 19:30, culminou no brado "Está consumado". Com essas palavras, Jesus selou a nossa redenção, um ato de amor incondicional que nos abriu o caminho para a vida eterna.

Mas a salvação também tem a parte do homem. Não no sentido de realizar a salvação, mas de recebê-la. Romanos 10:10 nos ensina que "com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação."

É um convite à fé e ao reconhecimento da obra de Cristo em nossas vidas. E essa boa-nova não deve permanecer conosco; Marcos 16:16 nos exorta a divulgá-la na terra por nós, pregando o evangelho a toda criatura.

É crucial entender que essa salvação é um dom da graça divina e não pelo mérito humano. Romanos 3:24 afirma que somos "justificados gratuitamente pela sua graça". Não há obras ou feitos que possamos realizar para merecê-la. Efésios 2:8-9 reforça que somos "salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." É um presente imerecido, recebido pela fé.

A beleza da salvação também pode ser analisada na perspectiva do tempo, conforme Romanos 6:22 nos mostra: já fomos salvos da condenação do pecado, o que nos fala de Justificação, um passado onde fomos libertados. No presente, estamos sendo salvos do poder do pecado, o que se refere à Santificação, um processo contínuo de transformação em nossas vidas. E, no futuro, seremos salvos da presença do pecado, que é a Glorificação, nossa esperança final da vida eterna.

João 3:16-17 resume a essência dessa salvação inegociável: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele."

Essa salvação alcança a todos (Tito 2:11), pois a graça de Deus se manifestou trazendo salvação a todos os homens. Ela nos oferece um modelo de vida, ensinando-nos a renunciar à impiedade e a viver de forma sóbria, justa e piedosa (Tito 2:12). Mais do que isso, a salvação gera esperança (Tito 2:13), a bem-aventurada esperança da vinda gloriosa de Jesus Cristo. Ela tem um executante sublime: nosso Salvador Jesus Cristo, que se deu a si mesmo por nós (Tito 2:14). E, finalmente, a salvação tem um objetivo claro: nos remir de toda iniquidade e purificar um povo seu especial, zeloso de boas obras (Tito 2:14).

Que essa reflexão fortaleça a sua fé e o inspire a viver a plenitude dessa salvação que nos foi concedida por tamanho amor.

"QUANDO TUDO DIZ QUE NÃO"… SERÁ MESMO DEUS DIZENDO SIM?

Talvez você já tenha cantado com fé: “Quando tudo diz que não, sua voz me encoraja a prosseguir…”, uma frase que emociona e motiva. Mas como cristãos comprometidos com a Palavra, precisamos parar e refletir: será mesmo que toda oposição é sinal de que estamos certos? Será que Deus está sempre confirmando nossos caminhos, mesmo quando todos ao redor dizem o contrário?

A Bíblia nos ensina algo precioso: nem sempre a oposição significa injustiça, e nem sempre a persistência é sinal de fé. Às vezes, a resistência é de Deus, e não do inimigo.

O profeta Jonas seguiu em frente quando Deus disse "não". A vontade divina aera clara: “Levanta-te e vai a Nínive” (Jonas 1:2), mas Jonas foi para Társis. Ele prosseguiu, mesmo com tudo dizendo que não. E o resultado? Uma tempestade. Às vezes, Deus envia o vento contrário para nos fazer voltar.

Por outro lado, Paulo também enfrentou oposição. Em Atos 21, o Espírito Santo advertia que prisões o aguardavam em Jerusalém. Muitos pediram que ele não fosse. Mas, nesse caso, Paulo discerniu: “Estou pronto, não só para ser preso, mas até para morrer pelo nome do Senhor Jesus” (Atos 21:13).

Aqui, a oposição não era um “não” divino, mas a confirmação de que o caminho da cruz nem sempre tem torcida.

A grande diferença está na motivação e na obediência. Não é sobre “tudo dizer que não”, mas sobre se Deus realmente disse “sim”. Porque a fé verdadeira não é teimosa, é obediente e a obediência requer discernimento, humildade e alinhamento com a Palavra.

Nem toda unanimidade é burra, mas toda verdade é de Deus. E a verdade d’Ele, muitas vezes, confronta nosso ego, nossos planos e nossos sonhos.

Por isso, antes de seguir adiante contra tudo e todos, pergunte-se: é Deus mesmo quem está me encorajando a prosseguir? Ou estou confundindo minha vontade com Sua voz? Pois "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte" (Provérbios 14:12).

Que o nosso prosseguir seja fruto de ouvir a Deus, e não apenas de insistir.

A DEPENDENCIA QUE NOS LIBERTA OU QUE NOS APRISIONA

Preste atenção a esta verdade: ninguém é autossuficiente. A independência total é uma ilusão. Desde o Éden, quando Adão e Eva decidiram seguir sua própria vontade, a humanidade tem caminhado em direção à falsa liberdade, que na realidade é escravidão.

A Palavra de Deus, em Romanos 6:16 (ARC), nos diz: "Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?"

Não existe neutralidade. Ou pertencemos a Deus, e somos servos da justiça, ou estamos debaixo do domínio do pecado.

Hoje, o mundo exalta a autonomia. Crianças rejeitam limites. Jovens se julgam donos da verdade. Adultos que cresceram desta forma, sem disciplina e sem limites, vivem como se não devessem, sem dar satisfação a ninguém. Mas essa mentalidade leva ao orgulho. E o orgulho precede a queda, e a queda à ruína.

Mas o que disse Jesus? "Sem mim nada podeis fazer" (João 15:5). Depender de Deus não é fraqueza. É sabedoria. É reconhecer que Ele cuida de nós, como diz (1 Pedro 5:7) "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."

Portanto, examine-se diante de Deus: A quem você tem servido? De quem você realmente depende? Do seu entendimento? Da sua força? Da sua vontade? Dos seus sonhos? Anseios? Desejos? Pecados? Ou Deus vivo, que sustenta todas as coisas, com amor, ternura, poder e bondade para fazer infinitamente mais por nós?

É tempo de voltar à dependência de Deus.

NADA PODE NOS SEPARAR DO AMOR DE DEUS QUE ESTÁ EM CRISTO JESUS

Essa é uma das declarações mais reconfortantes da Palavra de Deus. O amor de Deus é imensurável, eterno e acessível. No entanto, é preciso fazer uma distinção essencial que, muitas vezes, é ignorada ou confundida: o amor de Deus não é o próprio Deus.

O apóstolo Paulo afirma com autoridade que nenhuma tribulação, perseguição, espada ou mesmo a morte pode nos separar do amor de Deus em Cristo. Mas em Isaías 59:2 está escrito: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”

Veja, a Bíblia não se contradiz. Ela revela uma verdade profunda: o amor de Deus é imutável, mas o nosso relacionamento com Ele pode ser quebrado por causa do pecado. O amor de Deus pode continuar existindo, mesmo quando a comunhão com Ele foi rompida. Ele ama, mas o pecado impede o fluir da graça, da presença e da comunhão.

Deus ama a todos e deseja que todos se salvem (1 Timóteo 2:4), mas Ele não obriga ninguém a permanecer em Seu amor. Há uma resposta pessoal que precisa ser dada. Jesus mesmo disse: “Permanecei em mim” (João 15:4), pois é possível não permanecer. A permanência é uma escolha consciente e contínua.

Quando alguém peca, não está anulando o amor de Deus. Está apenas se afastando da presença dEle. Assim como o pai do filho pródigo continuava amando seu filho mesmo à distância, mas não pôde estar com ele enquanto ele estivesse longe. O amor existia, mas a comunhão estava quebrada.

Não se engane: Deus é amor, sim (1 João 4:8), mas Ele também é santo, justo e reto. O amor de Deus não anula a sua justiça e nem a santidade. Ele ama, mas disciplina, costumo dizer que Deus é o Deus de amor justiceiro e de justiça amorosa. Ele ama, mas também rejeita o pecado. Ele ama, mas espera arrependimento.

Por isso, não confunda a sensação do amor com a aprovação divina. Muitos dizem “Deus me ama, então está tudo bem”. Mas o amor de Deus não é licença para viver afastado dEle. O amor dEle é o caminho de volta, não é desculpa, e nem álibi da permanência no erro, não se esquive no "sou humano e não consigo ser perfeito".

Deus te ama. Mas Ele também quer estar contigo. E para isso, é necessário arrependimento, confissão e vida em santidade. O amor dEle nunca falhará, mas a tua permanência nEle depende da tua resposta. Hoje é tempo de escolher: Quer apenas ser amado por Deus à distância? Ou deseja andar com Ele em plena comunhão?

O amor está garantido.

A presença, não.

A presença é escolha, e Ele escolheu você, agora faça a sua parte.

PORQUE RECLAMAS?

Vivemos em dias de muitas queixas. As redes sociais viraram confessionários públicos de insatisfação. As conversas, em sua maioria, giram em torno do que não deu certo, do que está difícil, do que falta. E em meio a tantas reclamações, esquecemos de uma pergunta vital: Não colhemos o que plantamos? (Gálatas 6:7).

A Palavra de Deus, em Lamentações 3:39, confronta de forma direta: “De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.” isso é um chamado à autorresponsabilidade.

Antes de culpar o sistema, as pessoas, a sorte ou até mesmo Deus, precisamos olhar para dentro de nós e reconhecer: muitas das dificuldades que enfrentamos hoje são fruto das decisões que tomamos ontem.

Não se trata de negar as lutas que não escolhemos, mas de compreender que há dores evitáveis, e elas nascem da imprudência, da negligência, da teimosia e da ausência de Deus no centro da vida.

Deus é um Pai amoroso, mas também justo. Ele não compactua com a desordem. Ele nos dá graça, sim, mas também exige mudança.

Quer uma vida mais leve? Mude os hábitos. Estude. Trabalhe. Seja responsável.

Quer paz? Tema ao Senhor. Coloque-O em primeiro lugar.

Não adianta querer resultados diferentes com atitudes repetidas.

Não adianta orar por colheitas abundantes se a semente que plantamos é descaso, omissão e murmuração.

Confie em Deus. Mas trabalhe.

Espere n’Ele. Mas se prepare.

A fé não anula a ação. A fé move a ação. Tiago 2:26 diz: “A fé sem obras é morta.”

Se hoje está difícil, pare de reclamar. Ore. Mude. Estude. Sirva. Perdoe. Conserte. E acima de tudo, honre a Deus com a sua vida.

Porque a queixa não transforma, mas a rendição a Deus e a disposição para mudar, essas sim, abrem caminho para uma vida nova.

Em vez de reclamar, Ore! Ore mais! Se humilhe diante de Deus e peça coragem iniciar a mudança e sabedoria para realizá-la.

ÍDOLOS DO CORAÇÃO E PECADOS DE ESTIMAÇÃO

A Escritura nos revela que o maior campo de batalha do cristão não está fora, mas dentro de si mesmo. Nosso coração, segundo o profeta Jeremias, é "enganoso... mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9). E é exatamente neste lugar invisível, onde moram os desejos, os afetos e as vontades, que se escondem os ídolos do coração e os chamados pecados de estimação.

Esses pecados não são os mais escandalosos, mas os mais tolerados. São aqueles que aprendemos a conviver, a justificar, a esconder. São hábitos, pensamentos, impulsos que não entregamos totalmente a Deus. E mesmo quando a graça já nos alcançou, essas áreas não totalmente rendidas continuam tentando exercer domínio. Mas a Palavra é clara: "Aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado" (1 João 3:9).

Isso não significa que o salvo nunca pecará, mas sim que ele não vive confortavelmente no pecado. O Espírito Santo que habita nele o convence, o constrange e o direciona ao arrependimento. Quando o pecado deixa de nos incomodar, corremos o risco de estarmos criando uma religião do “quase”, quase santos, quase entregues, quase libertos.

Tiago também nos adverte: "Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência" (Tiago 1:14). Isso revela que o pecado nasce dentro, e não fora. E é por isso que precisamos vigiar os recônditos da alma, onde os olhos humanos não veem, mas Deus vê tudo (Salmos 139:1-2).

A graça de Deus não nos foi dada para continuarmos pecando, mas para vivermos livres do poder do pecado (Romanos 6:14). Há poder no sangue de Cristo não só para perdoar, mas para purificar (1 João 1:9). E é nessa purificação diária, nesse processo contínuo de santificação, que o cristão é moldado à imagem de Cristo.

Autodisciplina, renúncia e vigilância são exigências da caminhada com Deus. Jesus mesmo disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me" (Lucas 9:23). Não é uma jornada fácil, mas é possível quando nos rendemos completamente.

Se há pecados ocultos, desejos disfarçados de necessidade, se há espaços no coração onde Deus ainda não é Senhor, o chamado é claro: arrependa-se. Abandone o que parece pequeno, mas tem grande poder de destruição. Lembre-se: somos o que fazemos quando ninguém vê. Mas Deus sempre vê.

E se Ele vê, Ele também pode curar, libertar, transformar. Que todo ídolo seja derrubado. Que todo pecado de estimação seja deixado no altar. Porque o verdadeiro adorador não serve a dois senhores, ele serve a Deus de todo o coração.

QUEM CRIOU DEUS?

Essa pergunta é comum, mas a resposta é simples: ninguém criou Deus. Ele sempre existiu. Deus é eterno. O difícil, na verdade, é explicar quem Deus é.

Em algum momento da vida, diante da imensidão do universo e da limitação da mente humana, todos já nos perguntamos: “Quem criou Deus?”, “Quem é Deus?”, ou “Onde Ele está?”.

Essas dúvidas não nascem da ignorância, mas da nossa limitação diante da eternidade. A verdade é que Deus não foi criado. Ele simplesmente É.

O salmista declara: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Salmos 90:2)

Deus não envelhece nem muda. Ele é imutável. “Porque eu, o Senhor, não mudo...” declarou Deus à Malaquias 3:6.

Enquanto tudo no universo depende de causas e forças externas, Deus é a própria fonte da existência. Ele criou o tempo, mas não está sujeito a ele. Ele é a única realidade absoluta, soberana e eterna. “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.” Escreveu João (1:3).

Deus é eterno, mas não distante. É pessoal, relacional e acessível. Ele ama, busca e nos chama. Criou tudo por amor, nada por necessidade. Mesmo sendo infinito, se importa conosco.

Ele é o padrão da verdade, da justiça e da santidade. Seu caráter é a base da moral. Sua vontade é boa, agradável e perfeita. Ele é o Altíssimo, mas habita com os humildes. Ele salva, sustenta, corrige e chama à obediência.

Muitos desejam um "deus" que se adapte à razão, ao tempo ou à conveniência. Mas Deus não é moldável. Ele simplesmente É. Por isso, devemos nos render, obedecer, reverenciar e adorá-Lo.

Deus é maior que nossas dúvidas, maior que o tempo, maior que tudo. Ele é justo, amoroso e presente. Ele não impõe Sua vontade com tirania, mas oferece graça, convida ao arrependimento e espera uma resposta voluntária.

Ele é Mais digno que a natureza, Mais eterno que o tempo, Mais glorioso que a luz do sol, Mais justo que a justiça. Ele é o Senhor dos senhores. Esse é o meu Deus. Esse é o nosso Deus.

E SE DEUS NOS TRATASSE COM RECIPROCIDADE?

Essa pergunta, embora simples, é profundamente confrontadora. Ela nos obriga a olhar no espelho da fé e enxergar com sinceridade nossa postura diante de um Deus que é amor, mas também é justo.

Imagine, por um instante, se Deus só te ouvisse quando estivesse "de bom humor".

Ou se Ele só te atendesse quando não estivesse ocupado.

E se Ele lembrasse de você apenas aos domingos?

E se te ajudasse apenas quando você merecesse?

A Bíblia diz em Lamentações 3:22-23: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”

Deus não nos trata como merecemos. Ele é constante, presente, fiel, mesmo quando somos inconstantes, ausentes e infiéis.

O salmista também declara no Salmo 103:10: “Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades.” Isso significa que, mesmo sendo falhos, somos alvos de uma graça imerecida. Deus não age por impulso, não responde com vingança, mas com misericórdia.

Ele nos trata segundo o Seu caráter, e não conforme os nossos erros.

Este não é um texto de condenação, mas de despertamento. É um convite ao arrependimento sincero, à entrega verdadeira.

Deus merece mais do que migalhas de atenção.

Ele é o Criador, o Salvador, o Sustentador de nossas vidas.

Veja o exemplo do rei Manassés. Ele foi um dos reis mais perversos de Judá, levando o povo à idolatria, praticando feitiçaria e enchendo Jerusalém de sangue inocente. Mas quando foi levado cativo pelos assírios e se viu em angústia, clamou humildemente ao Senhor. E o que Deus fez? Perdoou. Restaurou. Trouxe-o de volta ao trono. (2 Crônicas 33:12-13)

Essa é a prova de que Deus não nos trata segundo os nossos pecados, mas conforme a Sua misericórdia. Ele é o Deus das novas chances, da restauração, da transformação.

Se você reconhece que tem dado pouco para Deus, que o tem tratado com indiferença ou negligência, lembre-se: ainda há tempo de mudar.

Como Manassés, você pode se voltar para Ele e experimentar o que há de mais poderoso no Evangelho: a graça que restaura. Porque mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel. E sempre estará pronto a transformar nossa história, se nos entregarmos de verdade.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

ERRAR É HUMANO, MAS A PALAVRA NOS CONFRONTA À PERFEIÇÃO

Mateus 5:48 (ARC) “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.”

Errar é, de fato, parte da natureza humana. Desde o Éden, nossa história carrega a marca da queda, do pecado e da fragilidade. Somos imperfeitos, falhos, inclinados ao erro. Contudo, a Bíblia, em sua autoridade eterna, não alivia nossa responsabilidade. Pelo contrário, ela nos confronta, exorta e eleva o padrão: “Sede vós, pois, perfeitos.”

À primeira vista, isso parece impossível. Como pode Deus exigir perfeição de seres imperfeitos? A resposta está na graça e no processo da santificação. Jesus não disse: “Sejam perfeitos por vocês mesmos”, mas sim: “como é perfeito o vosso Pai”. Ou seja, nos chama a viver uma vida dirigida, moldada e transformada pelo caráter santo de Deus.

O chamado à perfeição não é uma imposição inalcançável, mas um convite diário à renúncia, ao arrependimento, e ao aperfeiçoamento em Cristo. Paulo escreve: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus” (Filipenses 3:12, ARC). O apóstolo reconhece a limitação humana, mas também nos aponta o alvo.

A perfeição bíblica é maturidade espiritual, é integridade no proceder, é andar com Deus com coração sincero. Não se trata de nunca errar, mas de nunca se conformar com o erro. Trata-se de odiar o pecado, de se levantar com humildade após cada queda e de continuar sendo moldado pelo Espírito Santo.

Deus não nos exige perfeição como condição de amor, mas nos aperfeiçoa porque nos ama. Somos chamados a deixar de ser apenas humanos e passar a ser filhos obedientes, que carregam em si o caráter do Pai. Isso exige esforço, vigilância, arrependimento e comunhão constante com a Palavra.

Errar é humano, sim. Mas permanecer no erro é rebeldia. E ignorar o chamado à perfeição é negligenciar o plano de Deus para nossa santificação.

Que sejamos confrontados, corrigidos e moldados pelo Senhor, até que Cristo seja formado em nós.

QUANDO O CORAÇÃO ORA, DEUS RESPONDE

Na caminhada cristã, muitos pensam que o maior erro é deixar de orar. E é verdade: a ausência de oração é um sinal de independência de Deus, e não há nada mais perigoso do que isso. Mas há algo igualmente sério: orar sem saber para quem, por quê e sem o coração.

Orar sem direção, sem reverência, sem entrega, é como lançar palavras ao vento. É possível dobrar os joelhos e manter o coração em pé. É possível repetir frases sem fé, declarar promessas sem submissão, clamar com os lábios e negar com a vida.

Não há problemas em não saber as palavras bonitas, ou não ter eloquência, Deus não exige discursos. O que Ele busca é um coração quebrantado.

O Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26), e o próprio Deus se inclina a ouvir quando há verdade no íntimo (Sl 51:6).

A Bíblia diz: "para que, mesmo sem palavras, sejam ganhos por meio do procedimento de suas esposas" (1 Pedro 3:1). Esse princípio nos ensina que não são as palavras que convencem, mas a verdade de um coração rendido. O mesmo vale na oração. Deus pode ignorar palavras vazias, mas jamais ignora um coração sincero, mesmo que silencioso.

Ore! Esse foi o conselho que mais ouvi, mas ore com o coração. Porque Deus não responde orações decoradas, e não se importa se são longas ou curtas, Ele responde corações, orações vividas.

ESTAR BEM X SER FELIZ

“Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.” – Filipenses 4:11

Quantas vezes nos pegamos em silêncio, diante da rotina, do trabalho, dos compromissos, com aquela sensação estranha de que estamos bem… mas não estamos felizes?

Estar bem, aos olhos do mundo, muitas vezes é sinônimo de segurança. É ter saúde, ter um emprego, pagar as contas, estar longe do caos. É estar num lugar confortável, previsível. E isso é bom. Muitos desejam essa estabilidade, e nem todos a têm. Estar bem é uma dádiva — mas nem sempre é suficiente.

A felicidade, por outro lado, carrega outra profundidade. Ser feliz é estar onde você sonhou, fazendo o que ama, vivendo com sentido, com propósito, com realização. É o sentimento de que você está no centro da vontade de Deus — e que aquilo que você faz ecoa no seu espírito.

O conflito nasce quando estamos bem, mas não estamos felizes. Quando temos o necessário, mas não o desejado. Quando a paz exterior não preenche a inquietação interior.

Mas a Bíblia nos ensina algo poderoso. Paulo, na carta aos Filipenses, preso, isolado e longe do conforto, declara: “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação... tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4:11-13)

Ele nos ensina que há um lugar onde estar bem e ser feliz se encontram: na suficiência de Cristo.

A verdadeira paz não está em alcançar todos os sonhos, mas em saber que mesmo que não os tenhamos alcançado, estamos em Deus.

A verdadeira felicidade não é ausência de lutas, mas presença de propósito.

Sim, sonhe! Almeje voar mais alto! Mas, enquanto o “lugar dos seus sonhos” não chega, celebre o cuidado de Deus no “lugar onde você está”.

Porque o “estar bem” é graça, e o “ser feliz” será consequência do contentamento em Cristo — que nos fortalece em toda e qualquer fase.

O LUGAR DE DEUS NO CORAÇÃO

Deus criou você à Sua imagem. Você não é um acaso, não é apenas mais um entre bilhões. Você é único, com alma eterna e propósito eterno. Mas vivemos num mundo que tenta nos convencer do contrário, que a satisfação está nas coisas, no sucesso, na aceitação, nos bens, nas pessoas. E, por vezes, até mesmo no ministério. E a verdade é que mesmo os salvos, pessoas que já receberam a salvação em Cristo, podem cair no engano de esperar felicidade onde ela não habita.

Muitos de nós, com o passar dos anos, acumulamos bens, amizades, experiências... mas descobrimos, às vezes com dor, que tudo isso não preenche. Você pode ter livros, família, realizações, conquistas. Mas se tudo isso desaparecer, o que sobrará? Onde está ancorado o seu coração?

Talvez você diga: "Mas eu tenho coisas boas! Tenho minha esposa, meus filhos, meus livros, meus projetos..." Sim, tudo isso é bom e vem de Deus. Mas nada disso pode substituir Deus. E se o seu coração estiver ancorado nas coisas ou nas pessoas, cedo ou tarde você se verá frustrado.

Nosso coração deve estar cheio da presença de Deus. O centro da alma humana só pode ser ocupado por Ele. Nenhum bem, nenhum sucesso, nenhuma amizade, nenhum cargo, por mais digno que seja, pode preencher o espaço que pertence exclusivamente ao Criador.

A Palavra de Deus nos ensina: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Essa não é uma fórmula para conseguir o que queremos, é uma direção para reorganizar o coração.

Se você sente um vazio, uma inquietação, uma angústia silenciosa, talvez seja porque alguma parte de você está tentando viver sem a centralidade de Deus. Talvez você esteja tão cheio de coisas, que não percebeu o quanto precisa estar cheio da presença dEle.

A presença de Deus é a única fonte de descanso real. O Salmo 62:1 diz: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação.”

Somente em Deus.

Assim podemos entender: a nossa felicidade não está nas coisas, mas em quem temos no centro da nossa alma. Se Jesus for tudo o que temos, teremos tudo o que precisamos.

Portanto, que cada um de nós hoje reflita: “Meu coração está cheio de quê?”

E se a resposta for qualquer coisa que não seja Deus, então é hora de reorganizar o altar do nosso interior.

ERRAR É HUMANO, MAS A PALAVRA NOS CONFRONTA À PERFEIÇÃO

Mateus 5:48 (ARC) “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.”

Errar é, de fato, parte da natureza humana. Desde o Éden, nossa história carrega a marca da queda, do pecado e da fragilidade. Somos imperfeitos, falhos, inclinados ao erro. Contudo, a Bíblia, em sua autoridade eterna, não alivia nossa responsabilidade. Pelo contrário, ela nos confronta, exorta e eleva o padrão: “Sede vós, pois, perfeitos.”

À primeira vista, isso parece impossível. Como pode Deus exigir perfeição de seres imperfeitos? A resposta está na graça e no processo da santificação. Jesus não disse: “Sejam perfeitos por vocês mesmos”, mas sim: “como é perfeito o vosso Pai”. Ou seja, nos chama a viver uma vida dirigida, moldada e transformada pelo caráter santo de Deus.

O chamado à perfeição não é uma imposição inalcançável, mas um convite diário à renúncia, ao arrependimento, e ao aperfeiçoamento em Cristo. Paulo escreve: “Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus” (Filipenses 3:12, ARC). O apóstolo reconhece a limitação humana, mas também nos aponta o alvo.

A perfeição bíblica é maturidade espiritual, é integridade no proceder, é andar com Deus com coração sincero. Não se trata de nunca errar, mas de nunca se conformar com o erro. Trata-se de odiar o pecado, de se levantar com humildade após cada queda e de continuar sendo moldado pelo Espírito Santo.

Deus não nos exige perfeição como condição de amor, mas nos aperfeiçoa porque nos ama. Somos chamados a deixar de ser apenas humanos e passar a ser filhos obedientes, que carregam em si o caráter do Pai. Isso exige esforço, vigilância, arrependimento e comunhão constante com a Palavra.

Errar é humano, sim. Mas permanecer no erro é rebeldia. E ignorar o chamado à perfeição é negligenciar o plano de Deus para nossa santificação.

Que sejamos confrontados, corrigidos e moldados pelo Senhor, até que Cristo seja formado em nós.

terça-feira, 8 de julho de 2025

VOLTEMOS AO EVANGELHO

O Evangelho não é uma promessa de conforto terreno, é uma convocação à cruz. Em tempos onde muitos correm de templos em templos, de cultos em cultos, de campanhas em campanhas, buscando soluções momentâneas, milagres extraordinários e promessas emocionais, é necessário um retorno urgente ao fundamento eterno da fé cristã: a salvação pela graça que há em Cristo Jesus. (Lucas 9:23 | Mateus 12:39 | 2 Timóteo 1:8–9)

Cristo não morreu para nos dar carros, casas ou aplausos. Ele morreu para nos dar vida eterna, perdão dos pecados e reconciliação com Deus. A graça que nos alcançou na cruz não é um trampolim para bênçãos terrenas, é um chamado para morrer para o mundo e viver para Deus. (Gálatas 2:20)

Muitos querem dons, mas desprezam o Doador. Querem profecias, mas ignoram a Escritura. Querem ser usados, mas não querem ser transformados. Querem milagres, mas não se arrependem. Esquecem que o maior milagre do Evangelho é um pecador regenerado, não uma porta de emprego aberta. (Mateus 7:22–23)

O apóstolo Paulo escreve em Tito 2:11-12 (NAA): “Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente.”

A graça não é um fim em si mesmo para benefício humano. A graça salva, transforma e ensina. E ela é suficiente. Nada precisa ser acrescentado. O que nos move deve ser a cruz, não a campanha. O que nos sustenta é a Palavra, não a emoção. O que nos define é a fé em Cristo crucificado, não a vitória momentânea.

O Evangelho verdadeiro não seduz com promessas, ele confronta com a verdade: sem Cristo, estamos mortos. Com Cristo, temos tudo, mesmo que não tenhamos nada aqui. (Efésios 2:1 e 2:4–5)

A promessa de Deus nunca foi que teríamos uma vida sem lutas, mas que em Cristo seríamos mais que vencedores mesmo em meio às lutas. A salvação é o maior bem, é o início, o meio e o fim da jornada cristã. (João 16:33 | 1 Pedro 1:9)

Busque a Cristo, não só o que Ele pode fazer. Busque ser santo, não apenas ser suprido. Busque a eternidade, não só a solução para o agora. (Mateus 6:33 | João 6:27 | João 5:39–40 |

Que o nosso coração volte ao Evangelho puro e simples: Cristo em nós, esperança da glória. Isso é suficiente. (Colossenses 1:27 | Hebreus 12:2)