domingo, 20 de julho de 2025

A VIDA, O HOMEM SUPRIDO POR DEUS

A glória aparente desta era, com seus brilhos, holofotes e aparências, se contrapõe à simplicidade com que a vida foi instituída por Deus desde o princípio. Quando o homem foi criado, Adão estava nu no Éden (Gênesis 2:25), e isso não era vergonha, mas símbolo de inocência e verdade. Ele vivia em um lugar de plena provisão, mas não havia vanglória. Não havia espelhos, nem aplausos, tampouco seguidores: havia comunhão com Deus.

Ainda hoje, nascemos nus (Jó 1:21), sem posses, sem escolha sobre a família, o nome ou a cor. Uns nascem em berços de maior provisão, outros em lares de escassez. Mas em ambos os casos, nascer é bênção, pois a vida é dom de Deus. O pecado não está no conforto, tampouco na pobreza. Está no coração que se exalta ou se desespera longe do Senhor.

A Bíblia afirma claramente: "O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez" (Provérbios 22:2). Esta verdade nos ensina que, diante de Deus, todos têm igual origem e igual valor. E mais: o próprio Jesus declarou: "Porque os pobres sempre os tendes convosco" (Mateus 26:11). Isso nos revela duas coisas: que a pobreza é uma realidade constante neste mundo caído, e que a missão cristã não é eliminar a pobreza, mas amar e servir ao próximo em qualquer condição.

A riqueza pode conduzir à soberba, e a pobreza, ao desespero, e há quem nada tenha e seja do mesmo jeito, ambos perigosos pois são vividos sem Deus. Há ricos que se perdem em suas vaidades, e há pobres que, na angústia, tiram a própria vida ou ferem o próximo. Há quem acuse a Deus pela falta de recursos, e há quem ignore Deus por tê-los em abundância. Mas a ausência de glamour ou a presença dele não definem o amor divino: Deus ama a todos.

A Escritura ainda nos ensina que há os que “se fazem ricos, não tendo coisa nenhuma; e outros se fazem pobres, tendo grandes riquezas” (Provérbios 13:7). Isso nos mostra que a verdadeira riqueza ou pobreza não está na conta bancária, mas no coração. Há generosos que, mesmo com pouco, abençoam muitos; e há avarentos que, mesmo com muito, não repartem nada. A verdadeira grandeza está em ser rico para com Deus (Lucas 12:21), e isso se demonstra com generosidade. "A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado" (Provérbios 11:25). Quem dá com alegria (2 Coríntios 9:7) revela que compreendeu o valor eterno da graça de Deus.

Por isso, quer sejamos ricos ou pobres, honrados ou desprezados, com ou sem conforto, devemos viver para a glória de Deus, pois: "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens" (Colossenses 3:23).

A VERDADE É ABSOLUTA

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." – João 14:6

Vivemos em um tempo em que tudo parece relativo. As pessoas dizem: “Essa é a minha verdade”, como se a verdade fosse algo moldado pela opinião, pela dor ou pela experiência. Mas a Bíblia nos apresenta um conceito absoluto, eterno e inegociável: a verdade não é uma ideia, é uma Pessoa — Jesus Cristo.

A verdade não está sujeita à nossa interpretação. Ela não depende da nossa intenção, da nossa leitura emocional dos fatos ou do que “faz sentido” para nós. A verdade é aquilo que está escrito na Palavra de Deus. E a Palavra não muda. Céus e terra passarão, mas a Palavra do Senhor permanece para sempre (Mateus 24:35).

Nossas intenções podem ser boas, mas não são a verdade. Nossas interpretações podem até ser sinceras, mas sinceridade não garante fidelidade ao que Deus disse. Judas teve intenções. Pedro teve impulsos. Saul teve zelo. Mas todos se equivocaram por se afastarem da verdade da Palavra.

A verdade, por vezes, confronta. Ela é firme, reta e nos corrige. Mas também liberta, purifica e guia com segurança. Jesus orou ao Pai dizendo: "Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17). Ou seja, é a Escritura que nos separa do engano e nos conduz à vida em Deus.

Portanto, se queremos andar na luz, devemos conhecer a Verdade. Se queremos agradar a Deus, devemos obedecer à Verdade. Se queremos ser discípulos de Jesus, precisamos permanecer na Sua Palavra, pois “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).

A verdade não muda. Quem muda, somos nós, quando permitimos que ela nos transforme.

DEUS TEM UM PLANO

“Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus plano pode ser impedido.” (Jó 42:2)

Há momentos na vida em que tudo parece chegar ao fim. As portas se fecham, os sonhos se esvaem, as forças se acabam. Nesses dias de silêncio, incerteza ou dor, parece que Deus está distante ou inativo. Mas a Bíblia nos mostra, com firmeza, que mesmo quando os bastidores da nossa história parecem vazios, a mão de Deus está escrevendo um desfecho surpreendente.

Lembremos de José, vendido pelos irmãos, esquecido na prisão, injustiçado por quem ele só ajudou. Aos olhos humanos, sua história havia terminado antes mesmo de começar. Mas foi ali, no esquecimento, que Deus estava alinhando o céu para cumprir um plano: transformar um prisioneiro em governador, e salvar uma nação inteira da fome.

Pense em Ester, uma jovem órfã, levada ao palácio de um rei pagão. Seu povo estava condenado à morte, mas Deus a colocou exatamente onde ela deveria estar, e através dela, livrou o povo judeu do extermínio.

E o que dizer da cruz? Quando Jesus foi crucificado, o céu escureceu, e todos pensaram que era o fim. Mas ali, no silêncio do sábado, Deus estava preparando o maior milagre da história: a ressurreição. O fim não era o fim. Era o começo da redenção.

Deus age até quando não enxergamos. Seu plano não depende do tempo, das circunstâncias ou da lógica. Ele move céus e terra, levanta reis e depõe tronos, abre mares e cala tempestades. Quando tudo parecer perdido, lembre-se: o Autor da vida ainda está escrevendo sua história. E com Deus, o fim nunca é o fim é só o ponto exato onde Ele começa a surpreender.

PERDER NÃO É O FIM.

“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor o deu, o Senhor o tomou. Bendito seja o nome do Senhor.” (Jó 1:21)

Estas palavras não são apenas um desabafo de dor. São o eco de um coração despedaçado que, mesmo assim, ainda reconhece a soberania de Deus. Jó perdeu tudo: filhos, saúde, bens. E quando tudo se desfez ao seu redor, ele não encontrou consolo nos porquês, mas na confiança de que Deus continua sendo Deus, mesmo quando a vida deixa de fazer sentido.

É assim que a saudade profunda se apresenta. Um vazio que fala alto no silêncio da ausência. A lembrança de uma voz que já não ouvimos, o toque que não sentimos mais, os passos que não voltam. Saudade de quem partiu, de quem fez parte da nossa história e agora vive apenas nas memórias.

Mas a Bíblia também nos mostra que perder não é o fim.

Quando Davi perdeu seu filho, ele chorou, jejuou, se prostrou. Mas, depois da morte, ele se levantou, comeu e voltou a viver. E declarou:

“Eu irei a ele, porém ele não voltará para mim.” (2 Samuel 12:23)

Essa é uma das verdades mais dolorosas da vida: há perdas que são irreversíveis, pelo menos neste mundo. Mas a fé nos ensina a olhar para além da dor. A vida que parte nas mãos de Deus não se perde; apenas muda de endereço. E a nossa que continua aqui, segue com propósito.

As perdas materiais nos abalam. As perdas pessoais nos quebram. Mas Deus é especialista em juntar os cacos e recomeçar histórias.

“Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar.” (Eclesiastes 3:4)

Há tempo para a lágrima… mas também há tempo para enxugar os olhos.

Há tempo para sentir a dor… mas também tempo para continuar. Recomeçar não é esquecer. É honrar quem partiu vivendo com mais amor, mais fé e mais entrega. É deixar que a saudade se transforme em memória viva e motivação para seguir.

“O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado.” (Salmos 34:18)

Saudade é a prova de que o amor foi real. E o recomeço é a prova de que a graça de Deus é maior que qualquer fim.

AS MARCAS DE CRISTO

“Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do senhor jesus.”(Gálatas 6:17)

Há marcas que os olhos humanos não alcançam. Elas não sangram, não se vestem de ataduras, nem são expostas em redes sociais. São silenciosas, mas profundas. Invisíveis, mas reais. Marcas da alma, do espírito, da jornada com Deus.

O apóstolo Paulo, ao escrever aos Gálatas, não se referia apenas às cicatrizes físicas das perseguições. Ele falava de algo mais profundo: das dores que moldaram seu caráter, das lutas que fortaleceram sua fé, das experiências que o tornaram irreversivelmente marcado por Cristo.

Nós também carregamos marcas. Marcas de perdas, de renúncias, de orações feitas entre lágrimas, de noites sem sono, de batalhas travadas em silêncio. Marcas de escolhas difíceis, de fidelidade quando tudo dizia para desistir. Marcas que ninguém vê… mas Deus vê.

Essas marcas não nos envergonham. Elas nos qualificam. São sinais de que resistimos, de que fomos provados, mas não vencidos. São testemunhos vivos de que há um Cristo que caminha conosco no vale, que nos sustenta na fornalha, que nos ressuscita quando pensamos ter morrido por dentro.

Em um mundo que valoriza aparência, status e vitórias visíveis, as marcas invisíveis que carregamos são troféus do céu. Elas apontam para um tipo de glória que não se mede em conquistas, mas em permanência. Uma fé que não nega a dor, mas não se curva diante dela.

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Romanos 8:18)

Continue firme. Suas marcas não são falhas. São provas de que Cristo está formando algo eterno em você. Elas não definem seu fim, mas anunciam que sua história está sendo escrita pelas mãos do Deus que transforma dor em propósito.

EM PAZ ME DEITO E LOGO DURMO

"EM PAZ ME DEITO E LOGO PEGO NO SONO, PORQUE, SENHOR, SÓ TU ME FAZES REPOUSAR SEGURO." (Salmos 4:8)

Confiar em Deus não é inércia. Não é passividade. Confiar em Deus é repousar a alma enquanto as mãos continuam trabalhando. É deitar-se em paz, mesmo quando há batalhas no horizonte, porque sabemos que Aquele que não dorme está no controle.

A fé verdadeira não dispensa o esforço, ela o direciona. Não cruzamos os braços esperando que tudo se resolva por milagre, mas movemos nossos pés em direção ao propósito, certos de que Deus está à frente. Assim como Neemias reconstruiu os muros de Jerusalém com a espada numa mão e a colher de pedreiro na outra, também nós seguimos firmes: vigiando, confiando e trabalhando.

Deus governa o universo com sabedoria. Nada escapa de Seu plano soberano. E mesmo aquilo que nos fere hoje pode estar colaborando para um bem eterno. Mas essa certeza não deve nos acomodar, e sim nos encorajar a levantar todos os dias com a disposição de quem sabe: “o cavalo se prepara para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor” (Provérbios 21:31).

É por isso que quem confia em Deus dorme tranquilo. Não por ignorar os problemas, mas por confiar que, enquanto descansamos, Ele vela por nós. E, ao amanhecer, levantamos com fé, fazendo a nossa parte com diligência e coragem.

A confiança em Deus é fé que descansa, mas também é fé que age. Porque sabemos: tudo depende d’Ele, mas Ele também conta conosco para sermos cooperadores na construção do Seu propósito.

POR QUE SOFREMOS?

"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." Romanos 8:18 (ARC)

Essa pergunta atravessa os séculos e continua ecoando no coração de muitos que, mesmo andando em integridade, se deparam com a dor, a perda e, muitas vezes, com o silêncio de Deus. Se Ele é bom, justo e todo-poderoso, por que permite que aqueles que O amam experimentem sofrimento?

Essa não é uma inquietação nova. Jó, homem íntegro e temente a Deus, foi duramente provado sem que houvesse culpa em sua conduta (Jó 1:1). A resposta para esse dilema não está na ausência de Deus, mas no entendimento da realidade em que vivemos: um mundo marcado pela queda, pelas consequências do pecado (Gênesis 3) e pelas imperfeições humanas. Aqui, até os justos sangram.

Muitas vezes, o sofrimento não é fruto do pecado pessoal, mas do ambiente quebrado em que estamos inseridos. Vivemos em um mundo que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Romanos 8:22), e isso atinge até os que andam com Deus. Em outras ocasiões, a dor nasce de nossas próprias escolhas. Deus perdoa, cura e restaura, mas ainda assim colhemos os frutos de decisões precipitadas (Gálatas 6:7-8). A misericórdia não anula a responsabilidade.

Além disso, não podemos esquecer que o inimigo de nossas almas se levanta contra os que permanecem firmes. O próprio Jesus disse a Pedro: "Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo" (Lucas 22:31). Há sofrimentos que surgem do confronto espiritual, da resistência do justo ao mal, da escolha diária por santidade. E nesses momentos, o Senhor estabelece limites: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis" (1 Coríntios 10:13).

Mas talvez o maior motivo pelo qual os justos sofrem esteja no chamado que carregam: participar das aflições de Cristo. O Evangelho não é um convite ao conforto, mas à cruz (Mateus 16:24). Não é promessa de uma vida sem dores, mas de uma vida com propósito. "Ainda que era Filho, aprendeu a obediência por aquilo que padeceu" (Hebreus 5:8). Da mesma forma, os seus discípulos são moldados na fornalha, não para serem destruídos, mas purificados (1 Pedro 1:6-7).

A grande verdade é que o sofrimento do justo nunca é em vão. Ele gera perseverança, molda o caráter e aprofunda a fé (Romanos 5:3-4). Deus não desperdiça uma lágrima sequer (Salmos 56:8). O justo pode até sofrer, mas sua dor nunca é sem propósito. E, sobretudo, é passageira: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" (Salmos 30:5).

Por isso, ainda que a dor venha, ainda que as perguntas fiquem sem resposta, permaneça firme. "Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas" (Salmos 34:19). Deus não abandona os seus no meio do vale (Salmos 23:4). Ele caminha junto, sustenta e transforma o sofrimento em glória.

No fim, o justo não será lembrado pela dor que sofreu, mas pela fé com que suportou, permaneceu, firme, constante e abundante e por isso, venceu.

ESCOLHA QUEM VOCÊ QUER SER... SÁBIO OU TOLO!

Sabeis isto, meus amados irmãos: todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tiago 1:19)

Essa exortação é um chamado à maturidade.

Num mundo barulhento, onde todos desejam ser ouvidos, verdadeiramente sábio é aquele que aprendeu a ouvir.

Falar é uma necessidade humana, todos temos algo a dizer. Mas ouvir... é uma virtude rara, uma arte esquecida, uma habilidade espiritual.

Jesus, nosso maior exemplo, frequentemente se calava para ouvir. No encontro com os dois discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24), antes de lhes revelar quem era, Ele primeiro perguntou: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós?”, ele os ouviu.

O Salvador do mundo, que tinha todas as respostas, escolheu ouvir primeiro.

Isso nos ensina que dar ouvidos ao próximo é mais do que educação, é manifestação do Reino de Deus. Ouvir não é apenas captar sons, é discernir corações. Ouvir torna o conselho eficaz, o ensino verdadeiro, o pastoreio frutífero.

No Antigo Testamento, vemos que Salomão pediu a Deus “um coração que ouve” (1 Reis 3:9), não apenas sabedoria. Porque o ouvido atento é o começo da justiça. E é nesse ponto que a sabedoria espiritual toca a vida prática: escutar é honrar.

Há uma ilustração valiosa na figura de Frei Damião, missionário que por mais de meio século percorreu o nordeste brasileiro. Conta-se que sua postura curvada não era apenas sinal da idade, mas resultado de décadas se inclinando para ouvir o povo.

Se o fato é literal ou simbólico, pouco importa: ele representa uma vida disposta a se curvar para escutar. E isso nos lembra que ouvir é se rebaixar, é servir, é amar.

A Palavra também nos alerta sobre a responsabilidade de ouvir bem: “Vede, pois, como ouvis” (Lucas 8:18). Ouvir com atenção, com o coração, com discernimento espiritual.

Porque quem escuta com sabedoria salva relacionamentos, evita injustiças e constrói pontes. Já quem só fala, raramente edifica.

Ouvir é reconhecer que o outro importa. E nesse gesto simples, mas poderoso, nasce o consolo, a cura, a direção. No meio cristão, muitos querem falar em nome de Deus, mas poucos desejam ouvir as dores do próximo como Deus faz. E Ele nos escuta com paciência, mesmo sabendo tudo o que vamos dizer.

Que esta geração, tão apressada para expor opinião, volte a valorizar o silêncio que acolhe, o ouvido que entende, o coração que discerne. Pois no Reino de Deus, o verdadeiro sinal de grandeza não é quem mais fala, mas quem melhor escuta.

Todo aquele que está cheio da graça, aprendeu que ouvir é uma forma de amar.

Há mais sabedoria em ouvir, do que falar, como diz Salomão: “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que fecha os seus lábios, por entendido." (Provérbios 17:28)

Escolha quem você quer ser... Sábio ou tolo!