domingo, 13 de julho de 2025

ATÉ QUE QUE TODOS CHEGUEMOS A VARÃO PERFEITO

Eu reconheço pessoas.
Eu admiro pessoas.
Eu respeito pessoas.
Algumas delas são referência para mim, e isso é justo.
Mas nunca, jamais, me permitirei ser destruído pela decepção com alguém.
Porque eu entendo: assim como eu, elas também são humanas, falhas, limitadas.

A verdade é que todos nós estamos sujeitos a um dia mau. Aquele dia em que o cansaço vence, o coração vacila, a mente tropeça, e palavras ou atitudes ferem, confundem ou até escandalizam. Mas isso não define o todo. Não é justo medir uma vida por um tropeço.

O apóstolo Paulo escreveu: "Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Efésios 4:13).

Isso mostra que ainda estamos a caminho. Ninguém está pronto. Todos estamos sendo moldados.

Sim, devemos seguir bons exemplos. Sim, podemos aprender com outros. Mas nunca devemos idolatrar pessoas. Porque mesmo os grandes homens e mulheres de Deus carregam dentro de si a luta entre carne e espírito.

E quando a decepção vier, e ela virá, lembre-se: "Se alguém cair, poderá levantar-se de novo com a graça de Deus. Mas se alguém tropeçar, que não seja no julgamento duro de outro, mas no amor que compreende."

Não desista de pessoas.
Não desista de você.
Deus não desiste de nenhum de nós.

Porque "fiel é o que vos chama, o qual também o fará" (1 Tessalonicenses 5:24). Ele começou a boa obra… e vai completá-la.

Até lá, sejamos pacientes.
Com os outros. E conosco.
Sempre com os olhos fixos em Cristo, o único que não falha.

ONDE ESTOU, DEUS?

Você já culpou Deus por não ouvir a voz dEle? Ou melhor… em algum momento da sua vida, você já ouviu Deus?

Talvez, sem perceber, você tenha trocado a intimidade por rotina, a comunhão por conforto. Você ora, mas não sente. Você fala, mas não ouve resposta. Você lê, mas parece que tudo está em silêncio.

“Onde estou, Deus?”

Essa pergunta ecoa forte dentro de quem já viveu experiências com o Senhor e agora se encontra em um lugar silencioso demais para ser ignorado, mas confortável demais para parecer um deserto. É esse o perigo. O deserto te faz clamar. O conforto te faz esquecer.

Na Bíblia, Abraão ouviu a voz de Deus no deserto. Isaac, Jacó, Moisés… todos encontraram direção em lugares áridos. João Batista era a voz do que clamava no deserto, e foi no deserto que Deus falava com ele.

Mas eu… eu estou no conforto da minha casa. Tenho o que comer, onde dormir, saúde, recursos. E, mesmo assim, não ouço. Não é o lugar. Sou eu.

O Salmo 139 diz que “para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?”

Sim, Deus está em todo lugar. Mas a pergunta certa não é “Onde estás, Deus?”, é: “Onde estou, Deus?”

Talvez eu esteja me escondendo atrás da correria. Talvez tenha me distraído com as próprias bênçãos. Talvez tenha me perdido nas atividades, e negligenciado a essência.

Davi orou: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação” (Salmos 51:11-12). Essa oração precisa ser nossa também.

Porque não é o conforto que nos afasta de Deus, é o comodismo. Não são as bênçãos que nos tiram da presença, é quando amamos mais as dádivas que o Doador.

Então clame como quem reconhece a própria limitação: Deus, me ajuda a me encontrar. Livra-me de mim mesmo. Desperta meu coração. Não me deixes acostumar com o silêncio, nem com uma fé sem fogo, nem com uma vida sem santidade.

Que possamos, mesmo em meio ao conforto, viver como quem tem fome e sede de Deus.

Essa é a oração de quem não quer apenas estar perto de Deus… mas em Deus.

GRATIDÃO TEM LIMITE: O LIMITE É A DIGNIDADE

Obreiro, servo de Deus, você já deve ter ouvido, ou dito, a frase: “Sou grato a quem me deu uma oportunidade no ministério”. E isso é justo. A ingratidão é pecado diante de Deus, pois “em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5:18). A gratidão revela caráter, honra, humildade e maturidade espiritual.

Mas atenção: gratidão não é prisão.

Quantos estão se anulando, se calando, suportando opressão, sendo sufocados espiritualmente e emocionalmente, em nome de uma gratidão que já passou do ponto e passou a ferir a dignidade.

Obreiro, quem te chamou foi Deus! Quem te deu dons foi o Espírito Santo! A igreja ou liderança que te acolheu foi usada por Deus, sim. Mas não tome o instrumento por fonte. Deus usa pessoas, mas é Ele quem sustenta o teu chamado.

Quando a gratidão te impede de crescer, de ser frutífero, de obedecer ao que Deus está te direcionando, ela deixa de ser virtude e se torna prisão emocional, medo disfarçado ou até idolatria.

Lembre-se: até Jesus precisou sair de lugares onde não era bem-vindo. E Paulo, por vezes, foi rejeitado por aqueles a quem ele mais serviu.

Ser grato não é se submeter a estruturas que limitam o propósito de Deus na sua vida.

Crescer também é honra. Frutificar também é respeito. Romper em obediência também é fidelidade.

A gratidão madura reconhece o que passou, mas não impede o que Deus está fazendo agora. O mesmo Deus que te levantou lá atrás é o que continua te conduzindo hoje.

Seja grato, mas avance. Seja leal, mas não se anule. Seja servo, mas não escravo de estruturas humanas.

Gratidão sim. Estagnação, não. Porque “o justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano” (Salmo 92:12).