domingo, 20 de julho de 2025

ESCOLHA QUEM VOCÊ QUER SER... SÁBIO OU TOLO!

Sabeis isto, meus amados irmãos: todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. (Tiago 1:19)

Essa exortação é um chamado à maturidade.

Num mundo barulhento, onde todos desejam ser ouvidos, verdadeiramente sábio é aquele que aprendeu a ouvir.

Falar é uma necessidade humana, todos temos algo a dizer. Mas ouvir... é uma virtude rara, uma arte esquecida, uma habilidade espiritual.

Jesus, nosso maior exemplo, frequentemente se calava para ouvir. No encontro com os dois discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24), antes de lhes revelar quem era, Ele primeiro perguntou: “Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós?”, ele os ouviu.

O Salvador do mundo, que tinha todas as respostas, escolheu ouvir primeiro.

Isso nos ensina que dar ouvidos ao próximo é mais do que educação, é manifestação do Reino de Deus. Ouvir não é apenas captar sons, é discernir corações. Ouvir torna o conselho eficaz, o ensino verdadeiro, o pastoreio frutífero.

No Antigo Testamento, vemos que Salomão pediu a Deus “um coração que ouve” (1 Reis 3:9), não apenas sabedoria. Porque o ouvido atento é o começo da justiça. E é nesse ponto que a sabedoria espiritual toca a vida prática: escutar é honrar.

Há uma ilustração valiosa na figura de Frei Damião, missionário que por mais de meio século percorreu o nordeste brasileiro. Conta-se que sua postura curvada não era apenas sinal da idade, mas resultado de décadas se inclinando para ouvir o povo.

Se o fato é literal ou simbólico, pouco importa: ele representa uma vida disposta a se curvar para escutar. E isso nos lembra que ouvir é se rebaixar, é servir, é amar.

A Palavra também nos alerta sobre a responsabilidade de ouvir bem: “Vede, pois, como ouvis” (Lucas 8:18). Ouvir com atenção, com o coração, com discernimento espiritual.

Porque quem escuta com sabedoria salva relacionamentos, evita injustiças e constrói pontes. Já quem só fala, raramente edifica.

Ouvir é reconhecer que o outro importa. E nesse gesto simples, mas poderoso, nasce o consolo, a cura, a direção. No meio cristão, muitos querem falar em nome de Deus, mas poucos desejam ouvir as dores do próximo como Deus faz. E Ele nos escuta com paciência, mesmo sabendo tudo o que vamos dizer.

Que esta geração, tão apressada para expor opinião, volte a valorizar o silêncio que acolhe, o ouvido que entende, o coração que discerne. Pois no Reino de Deus, o verdadeiro sinal de grandeza não é quem mais fala, mas quem melhor escuta.

Todo aquele que está cheio da graça, aprendeu que ouvir é uma forma de amar.

Há mais sabedoria em ouvir, do que falar, como diz Salomão: “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que fecha os seus lábios, por entendido." (Provérbios 17:28)

Escolha quem você quer ser... Sábio ou tolo!

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