A
concessão de direitos e/ou poderes de ordenar, de decidir, de atuar, de se
fazer obedecer dada por Deus ao Homem.
Imagine
um veículo a 120 quilômetros por hora numa rodovia onde o limite é de 80 km/h, agora
imagine um homem de 1,60 metros de altura, com um apito nas mãos sinalizando
para que o veículo pare, e o veículo para! Isso é um clássico exemplo de
autoridade e dentre suas características, a autoridade é acima de tudo
reconhecida, notada, não necessariamente imposta; nada tem de igualdade com
autoritarismo, totalitarismo, autoridade é divina e se e divida é boa, é
agradável, é perfeita, pois ela é fruto da vontade de Deus!
O
termo “autoridade” vem do grego “exousia” que também pode ser traduzido
por “poder”, dando um entendimento singelo de “liberdade para agir”; já o dicionário
eletrônico Priberam da Língua Portuguesa trás a definição advinda no latim “auctoritas”, definido como “Direito legalmente estabelecido de se
fazer obedecer”; “A pessoa que tem esse direito”; “Valor pessoal”;
“importância”; “Autorização”; em fim, numa definição livre, desse autor,
autoridade é “a concessão de direitos e/ou poderes de ordenar, de decidir, de
atuar, de se fazer obedecer dada por Deus ao Homem”, mais um dos muitos
benefícios concedidos pelo Criador Bendito à criatura quando o criou, formou e os
fez!
Nesse
estudo dedicaremos nossa atenção à necessidade de reconhecer, respeitar e obedecer às autoridades constituídas,
pois “... não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há
foram ordenadas por Deus (Romanos 13.1)” e quem não reconhece, respeita e
obedece, “... resiste à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem
trarão sobre si mesmos a condenação (Romanos 13.2)”.
Que
Deus conceda-nos mais de sua sabedoria, para que possamos aprender mais e mais para
que “vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo; o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a
iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.
Fala disto, e exorta e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze.
(Tito 2:12-15)”.
A jurisprudência da Autoridade
Segundo
nosso dicionário, jurisprudência é o “conjunto das decisões e interpretações
das leis feitas pelos tribunais superiores, adaptando as normas às situações de
fato”, em miúdos, é a palavra que define a abrangência, o alcance da
autoridade, sendo mais simplista ainda, em tudo há uma “autoridade” que limita,
delineia, distingue, congrega, segrega, em fim, a autoridade atua sobre todos
os aspectos, sobre todas as áreas e como o assunto é abalizado nas Sagras
Letras, vemos a abrangência dela no âmbito espiritual, secular, eclesiástico,
doutrinário, litúrgico, social, interpessoal, familiar, conjugal, filial, em
tudo!
Na Bíblia
vemos diversos tipos de autoridade e como já lemos na introdução, todas foram
designas por Deus (Romanos 13:1-7). Exemplos:
Autoridade
patriarcal, o pai é a
autoridade máxima na família no período patriarcal ele também era uma
autoridade religiosa, a exemplos disso temos Abraão, Isaque e Jacó. Vale ressaltar que essa
autoridade fica evidenciada logo no decálogo, quando Deus diz: “Honra a teu pai
e a tua mãe, (Êxodo 20:12)”.
Autoridade
sacerdotal, o sumo sacerdote
era o mais alto posto religioso do antigo povo de Israel e
posteriormente a época do exílio babilônico era também a mais alta autoridade
política do país. O sumo sacerdote coordenava o culto e os sacrifícios,
primeiro no tabernáculo, depois no Templo de Jerusalém. A autoridade sacerdotal
fica evidenciada nas palavras de Paulo: “E os que ali estavam disseram:
Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu
povo.” (Atos 23:4,5)
Autoridade
profética, o profeta
era outra autoridade religiosa-espiritual, esse era o canal que Deus revelava
sua vontade ao povo, dando resposta as orações e dedicações feitas pelo povo à
Deus. A exemplo disso temos Moises
“E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor
conhecera face a face; nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o
Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus
servos, e a toda a sua terra. E em toda a mão forte, e em todo o grande
espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel. (Deuteronômio
34:10-12)” e Jesus “E de todos se
apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou
entre nós, e Deus visitou o seu povo. (Lucas 7:16)”.
Autoridades
governamentais, sejam elas, imperial (imperadores como Nero, Napoleão e etc.), monárquica (os reis Saul, Davi, Salomão
e etc.), jurídica (os juízes
Otiniel, Gideão, Jefté), legislativas
(o escribas Esdras) e autônomas (pessoas
que por sua habilidade natural de liderar ao se deparar com uma oportunidade de
liderar, exercia influencia, mesmo não sendo constituído por um colegiado
superior, como no caso de insurgentes como Absalão, Corá e etc.).
Faz-se
necessário entender que para ter alguma autoridade sobre os homens, é preciso
distinguir-se deles, não meramente pelo querer, nem exclusivamente pela
capacidade, mas pela imputação de Deus, pois se faz necessário reconhecer que
ter autoridade sobre si é um sinal de superior humanidade, que ela não advém de
nós mesmo, estando ciente que essa autoridade traz consigo a verdade e declara
o erro, e não tendo equilíbrio no exercício da mesma, torna-se tirania e é tão
ou mais destrutivo do que não ter autoridade alguma.
A
autoridade é algo tão poderoso, que muitos sustentam e a defendem com seus
argumentos pessoais, descabidos do mínimo conhecimento necessário do que de
fato é autoridade, assim constituem achando está abalizado nessa “autoridade
pessoal” coisas desnecessárias, e também coisas inúteis; vale salientar que
quando nascemos alguns de nós somos destinados a obedecer; outros a mandar.
Na
carta aos Coríntios, no capitulo 12 Paulo deixa isso bem claro quando diz:
“Ora,
assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os
membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a
Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito:
quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado
beber de um único Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de
muitos. Se o pé disser: "Porque não sou mão, não pertenço ao corpo",
nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: "Porque
não sou olho, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do
corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo
fosse ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um dos membros
no corpo, segundo a sua vontade. Se todos fossem um só membro, onde estaria o
corpo? Assim, há muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão:
"Não preciso de você!”“ Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso
de vocês!” pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis,
e os membros que pensamos serem menos honrosos trataram com especial honra. E
os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial,
enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira
especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela
tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os
membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os
outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram
com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente,
é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente
apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os
que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar
ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. São
todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos o dom de
realizar milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos
interpretam? (1 Coríntios 12:12-30)”
Está
mais do que claro que a autoridade delegada por Deus, em sua essência põe tudo
em ordem, é útil e acima de tudo santifica e edifica; como disse o historiador Italiano,
Cesare Cantú, “a autoridade é necessária para guardar a liberdade de cada um
contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada
um”.
“Você
se nega a falar comigo?”, disse Pilatos. "Não sabe que eu tenho autoridade
para libertá-lo e para crucificá-lo?” “Jesus respondeu: “Não terias nenhuma
autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima. Por isso, aquele que
me entregou a ti é culpado de um pecado maior”. (João 19:10, 11).
Autoridade no lar
Você
deve lembrar-se do adagio popular “o costume de casa vai à praça”, pois bem, isso
é tão claro em nosso dia-a-dia que dentre as muitas virtudes que o candidato ao
ministério deve ter, uma é a do sadio exercício da autoridade no lar “Que
governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a
modéstia (1 Timóteo 3:4)”. Dentro de casa, cada membro tem suas obrigações e
dentro da hierarquia familiar todos devem exercer e proceder dentro dos limites
que a autoridade estabelece, Paulo trata isso com muita riqueza na carta aos
Efésios:
Características
Gerais (Efésios 5.15-21; 32-33; 6.4): “Tenham cuidado com a
maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios,
aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto,
não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Não
se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo
Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e
louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas
as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitem-se uns aos outros,
por temor a Cristo.”
“Este
é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja. Portanto, cada
um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido
com todo o respeito.”
“Pais,
não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do
Senhor.”
Características
dos maridos (pais) (Efésios 5.25-31): “Maridos, amem suas
mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para
santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e
apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa
semelhante, mas santa e inculpável. Da mesma forma, os maridos devem amar as
suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.
Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele
cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo.
"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os
dois se tornarão uma só carne".
Características
das mulheres (mães) (Efésios 5.22-24): “Mulheres, sujeitem-se a
seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também
Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim
como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo
sujeitas a seus maridos.”
Características
dos filhos (Efésios 6:1-3): “Filhos, obedeçam a seus
pais no Senhor, pois isso é justo. "Honra teu pai e tua mãe", este é
o primeiro mandamento com promessa: "para que tudo te corra bem e tenhas
longa vida sobre a terra".
Há
inúmeros textos falando sobre as atribuições de cada membro da família, mas o
nosso foco é quanto à autoridade, nesse quesito, nosso cotidiano está repleto
de maus exemplos, pais que não exercem a sua autoridade, pais que não sabem da
autoridade que tem, pais que rejeitam a autoridade transferindo-as ao governo,
parentes e ate mesmo deixando-as a mercê dos filhos, não lhes impondo limites;
isso sem falar que em todos os níveis de relacionamento familiar há uma
resistência à autoridade legada por Deus a cada membro. Há falhas na
observância do marido para com a esposa e os filhos, da esposa para com os
filhos e marido e dos filhos para com seus pais! Essa inobservância acarreta em
ônus para todos, para a família, haja vista que resistir à autoridade é
resistir a Deus (Romanos 13.2) e resistir a Deus, é atrai para si as
consequências da desobediência!
É
preciso estar ciente que a figura do pai é responsável por estabelecer o padrão
de amor na família (Maridos, amem) ele deve exercer a autoridade em amor, já a
mãe é a responsável pelo padrão de obediência (Mulheres, sujeitem-se) isso
reflete nos filho e na família, exercendo a autoridade em abnegação. Na família
a disciplina também está presente como exercício da autoridade, “Filho meu,
ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, (Provérbios
1:8)” ressalta-se aqui o papel da mãe, exercendo papel fundamental e não
excluindo o pai, pois o que ela faz, é uma extensão da autoridade do pai no
lar. É preciso que o marido e pai assuma a liderança nesta área da família e a
esposa e mãe deve estar em submissão. Essa responsabilidade compartilhada é
estabelecida de duas maneiras: Primeiro, o que os pais não devem fazer: “não
provoqueis a ira a vossos filhos (Ef. 6:4)” é evidenciado aqui a necessidade de
moderação, não devendo discipliná-lo em excesso ou reinar em terror, pois como
consequência, o filho só conseguirá reagir num rompante cego de ira. Segundo, o
que os pais devem fazer “criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”, “criar”
aqui envolve subjetivamente envolve os três estágios da disciplina, a disciplina normativa, a disciplina corretiva e a disciplina punitiva, exemplificada aos (Hebreus
12:5-6):
Norma:
“Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos”.
Correção:
“Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele
fores repreendido”.
Punição:
“o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho”.
O
exercício da autoridade no lar é eficaz quando aplicada com a observância do
padrão bíblico, acima de tudo, a autoridade deve ser aplicada pelo exemplo,
para que transpassado os limites estabelecidos, a disciplina seja atuante e
eficaz “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu
ânimo se exalte até o matar. (Provérbios 19:18)”.
A autoridade na Igreja
Como
disse no inicio do artigo, a autoridade é algo que está em todos os níveis da
sociedade, assim sendo não poderia deixar de estar na Igreja! Cabe ressaltar
que a autoridade máxima da Igreja é Jesus, o qual deixa isso bem claro quando
fala aos discípulos sobre a mesma “a minha igreja” (Mateus 16:18)”, tendo Ele
próprio dado muita coisa a Igreja, mas a Igreja não deu a ninguém “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e
outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
(Efésios 4:11,12)” e isso fez para edificação! Com a facilidade de informação
muitos estão “se informando” em entendimento, é cada dia maior o número de
“crentes” que não se sujeitam aos líderes e pensam que estão certos, usam ate
argumentação bíblica “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais
importa obedecer a Deus do que aos homens. (Atos 5:29)”; estes não respeitam
pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos, dirigentes, todo e qualquer
líder designado pelo ministério da igreja local, agem contra a liderança e
afirmam que só devem obediência a Deus; sem temor algum, julgam e rotulam
qualquer liderança firme, segura, doutrinaria de coronelista, e classificam-na
como doutrina de homens!
A
Bíblia mostra Deus delegando ao homem a autoridade de pastoreio do rebanho cujo
sumo pastor é Jesus (1 Pedro 5:4), o próprio Deus, e isso Ele fez “querendo o
aperfeiçoamento dos santos (Efésios 4:12)” essa autoridade dada por Jesus, está
muito bem definida, em outras palavras, está perfeitamente hierarquizada, além
de está estabelecida a ordem de prioridade!
O
estabelecer da hierarquia na Igreja por Jesus demonstrar claramente que Deus é
ordeiro, Deus é Deus de ordem! Esse princípio divino da hierarquização aparece
em várias outras passagens neotestamentárias. Em 1 Coríntios 14:26, vemos que,
no culto coletivo a Deus, deve haver ordem. Quanto à ressurreição, está
escrito: “Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são
de Cristo, na sua vinda” (1 Coríntios 15:23). E, no Arrebatamento, tal
princípio também será aplicado: “os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens” (1 Tessalonicenses 4.17). Em 1 Tessalonicenses 5.23, vemos
que Deus prioriza o espírito, na santificação, em seguida a alma e por fim o
corpo.
No
tocante a hierarquia, de cargos e ministérios na igreja, existe não para que o
portador de certo dom e ministério se considere superior aos outros, e sim para
que haja ordem os obreiros são homens de Deus, enviados por Ele, com grande
autoridade, e não autoritarismo, que formam a liderança maior da igreja e isso
independentemente dos títulos empregados pelas denominações (se pastores, se
bispos, se apóstolos, se reverendos e etc.) não se deve confundir títulos com
ministérios e dons, títulos são dados pelos homens já os ministérios e dons,
somente o Espírito Santo dá (1 Coríntios 12; Efésios 4:11-15).
Há
uma ordem expressa de Deus em sua palavra para obedecermos à liderança da
Igreja, “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por
vossas almas... (Hebreus. 13.17)” o pastor aqui pode ser entendido como toda e
qualquer autoridade espiritual que está há frente do trabalho, serve para o
dirigente da congregação, para o dirigente do culto, para o líder do conjunto,
devemos obedece, pois quem obedece vive mais!
Temos
inúmeros exemplos bíblicos de desobediência, insubordinação relatados na Bíblia
que é de admirar que os tais “informados” ignorem o fim dos desobedientes,
enquanto que a orientação para o líder é orientar e suportar, a do liderado é
somente obedecer, e o mesmo não o faz! Não pense você que o líder não tem
limite, sua autoridade também tem limite, mas ainda que o mesmo ultrapasse esse
limite, não devemos nós os liderados, corrigir ou punir esse líder, mas sim,
entender que há sempre um líder do líder, e um ministério, presbitério que o
fará em conformidade do padrão bíblico.
Paulo
em sua sabedoria e inspirado pelo Santo Espírito escreveu aos Tessalonicenses,
algumas das obrigações de todos os crentes para com o que exerce a autoridade
na Igreja, bem como, o que exerce autoridade:
“Por
isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o
fazeis. E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que
presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande
estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós. Rogamo-vos, também,
irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis
os fracos, e sejais pacientes para com todos. Vede que ninguém dê a outrem mal
por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com
todos. (1 Tessalonicenses 5:11-15)”.
A
rebeldia ou insubordinação a autoridade na Igreja é um infeliz caminho para os
que trilham por ele, assim como foi como Mirian (Números 12 1-10), Como Corá,
Datã e Abirão (Números 16), nem como Janes e Jambres que resistiram a Moisés 2
Timóteo 3:8, mas temos também o bom exemplo dado por Davi, “E disse Davi a
Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem estendeu a sua mão contra o ungido
do Senhor, e ficou inocente? (1 Samuel 26:9)”.
É
importante estarmos cientes de que, podemos discordar de tudo e de todos, mas
temos que por educação e formação, respeitarmos a tudo e a todos! Precisamos
entender que, para exercer liderança (exercício da autoridade), o obreiro
precisa ser forte e corajoso para não ser vencido pelos murmuradores,
observando que obedecer é melhor que sacrificar e tornar claro que os líderes
precisam de apoio, estímulo e amizade dos liderados, pois a autoridade que
exercem é para a comunhão do corpo de Cristo, do qual ela também é membro!
Enfim,
a autoridade eclesiástica visa ao benefício (edificação e santificação) da
igreja em sua organização e disciplina. Deus instituiu as lideranças pastorais
para cuidar do Seu rebanho enquanto peregrinam fielmente aqui na terra. Orar
por essas lideranças é dever do povo de Deus; apoiá-los é de total
responsabilidade da igreja, enquanto eles estiverem no caminho do Senhor;
ajudá-los é a nossa maneira carinhosa de dizer-lhes muito obrigado, e
entendermos o quanto é fundamental para a divulgação e expansão do Reino de
Deus.
A autoridade na sociedade
As
credenciais desse mundo são as piores possíveis, “o mundo está no maligno. (1
João 5:19)”, somente essa declaração de João é suficiente para que não amar o
mundo, nem o que no mundo há, pois se amarmos o mundo, não teremos o amor de
Deus (1 João 2:15), mas o mundo aqui não é o globo Terra e sim o sistema que
opera nele!
Você
pode ate se questionar e questionar, mas o poder das autoridades
governamentais, em última análise, provém de Deus de Quem vem toda a
autoridade. É a Ele que darão contas dos seus atos, e não aos seus próprios
subordinados. As autoridades governamentais não são o inimigo contra quem o
cristão deve combater, mas sim, as “forças espirituais do mal nas regiões
espirituais”, sendo o diabo o “príncipe deste mundo” (Efésios 2:2). O cristão
deve tributar às autoridades governamentais o que lhes for devido, com temor e
honra, e estará, portanto, faltando com o seu dever se falar, ou agir de forma
desrespeitosa ou rebelde contra elas. A Bíblia nos informa que injuriar,
difamar ou rejeitar as autoridades é a atitude dos “mestres ímpios” conforme
identificada por Judas, o irmão do Senhor Jesus. Eles “Rejeitam as autoridades
e difamam tudo o que não entendem”. “Nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava
disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação
injuriosa contra ele, mas disse 'O Senhor o repreenda! '” (Ver. 8 a 10 - NVI).
O crente deve se submeter às leis do país em que vive, salvo se, ao cumpri-las,
ele estiver desobedecendo a Palavra de Deus.
Há
dois textos que poderíamos dizer que são áureos no trato desse assunto, um é
Romanos 13:1-7 e o outro é 1 Pedro 2:11-18, esses textos deixam claro:
Toda autoridade vem de Deus (Romanos.
13:1);
Todos devem estar sujeitos às autoridades
(Romanos. 13:1);
Resistir à autoridade constituída é
resistir a Deus (Romanos. 13:2);
Resistir à autoridade constituída é trazer
sobre si a condenação (Romanos. 13:2);
A autoridade é para nosso bem (Romanos.
13:3-4);
A autoridade é para punir os maus (Romanos.
13:3-4);
Não devemos nos sujeitar por medo do
castigo, mas pela consciência (Romanos. 13:5);
A obediência deve ser por amor (1 Pedro
2:13);
Obedecer aos bons e aos maus (1 Pedro
2:18);
Aqui
temos as respostas das perguntas:
- Porque obedecer às autoridades?
“Toda
a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não
venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem
resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre
si mesmos a condenação. (Romanos 13:1, 2)”.
- Os cristãos têm que obedecer às leis
da terra?
“Amados,
peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências
carnais, que combatem contra a alma; tendo o vosso viver honesto entre os
gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores,
glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.
Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei,
como superior; quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos
malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. porque assim é a vontade de
Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; como
livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de
Deus. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei. Vós,
servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e
humanos, mas também aos maus. (1 Pedro 2:11-18)”.
- Devemos obedecer ao governo que Deus
põe sobre nós?
“Porque
os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu,
pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é
ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz
debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz
o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo,
mas também pela consciência. (Romanos 13:3-5)”.
- Há alguma ocasião em que não devamos
obedecer às leis da terra?
Sim!
Quando a ordem das coisas são contrarias as ordens de Deus, “Porém, respondendo
Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.
(Atos 5:29)”.
- Como cristão, posso questionar ou
mesmo confrontar autoridades constituídas?
É
preciso analisar muito cuidadosamente esse quesito, se a autoridade se opõe aos
princípios de Deus, que a instituiu, perdeu seu sentido de ser, pois a
autoridade deve passar pelo crivo: promove o bem e castiga o mal (“Porque os
magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu,
pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é
ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz
debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz
o mal. (Romanos 13:3, 4)”); se a resposta não pode ser afirmativamente a essas
assertivas, essa não é uma autoridade passível de repreensão, de
questionamento, cabe também entender que, não é o que digo, nem o que faço, mas
como faço e como digo, que nos dá a medida correta para fazermos o que tem que
ser feito, para dizermos o que tem que ser dito! Cuidado, pois mesmo
repreendido ou questionado ele permanece autoridade ate ser destituído. “O
coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra
coisas más. (Provérbios 15:28)”. Lembremo-nos
de João Batista confrontando o grande Herodes e denunciando seus pecados
(Mateus 14). O resultado foi que ele sofreu, foi preso e decapitado, perdeu a
vida, mas não perdeu a moral a escolha é sua!
- Se toda autoridade vem de Deus, como
explicar Hitler, que matou milhões de pessoas e crianças inocentes?
Deus
concedeu a autoridade, não as atrocidades, é preciso entender que ele
estabeleceu o poder atribuído ao cargo e não o exercício desse poder e é
juntando a fala de três homens que entendemos o que acontece com quem está no
poder:
Dê autoridade (poder) ao homem, e
descobrirá quem ele realmente é (Maquiavel).
Todo
homem investido de autoridade (poder) é tentado a abusar dela (Montesquieu).
Se
quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe autoridade (poder) (Abraham
Lincoln).
Enfim,
Deus concedeu a autoridade, não o autoritário homem; instituiu o governo, o
povo elegeu o governante! Há inúmeros casos bíblicos (I Reis 13; I Reis 16:1-7;
I Reis 18:1-19; Jeremias 22:1-9), mas em todos estes, as atrocidades foram por
não estarem em conformidade com Deus!
A autoridade de Jesus
É
maravilhoso ler sobre a autoridade de Jesus, e são tantos textos que fica
difícil falar somente de um, mas sendo objetivo vamos analise de alguns, o
primeiro está explicitamente ligado à autoridade que Jesus tinha sobre tudo:
“E
tornaram a Jerusalém, e, andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes,
e os escribas, e os anciãos, se aproximaram dele. E lhe disseram: Com que
autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu tal autoridade para fazer
estas coisas? Mas Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma
coisa, e respondei-me; e então vos direi com que autoridade faço estas coisas:
O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me. E eles arrazoavam
entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que o não
crestes? Se, porém, dissermos: Dos homens, tememos o povo. Porque todos
sustentavam que João verdadeiramente era profeta. E, respondendo, disseram a
Jesus: Não sabemos. E Jesus lhes replicou: Também eu vos não direi com que
autoridade faço estas coisas. (Marcos 11:27-33)”
Nós
bem sabemos donde vinha essa autoridade de Jesus "Todas as coisas me foram
entregues por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém
sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser
revelar". (Lucas 10:22)”; “E deu-lhe o poder (autoridade) de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. (João
5:27)”, e Ele a exercia de diversas formas, seu ensinamento era com autoridade
“Porquanto os ensinava como tendo autoridade;
e não como os escribas. (Mateus 7:29)”, seu ensinamento incomodava aos lideres
pecadores de Israel, mas maravilhava os simples de coração “E admiravam a sua
doutrina porque a sua palavra era com autoridade.
(Lucas 4:32)”; suas ordens eram com autoridade “E veio espanto sobre todos, e
falavam uns com os outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos
imundos manda com autoridade e
poder, e eles saem? (Lucas 4:36)”.
Em
Lucas 7:1-10 a autoridade de Jesus é reconhecida, um por um homem que também
tinha autoridade! Um centurião romano manda um pedido de ajuda a Jesus
“pedindo-lhe que fosse curar o seu servo (Lucas 7:3)”, mas acompanhava uma
declaração fantástica, cuja mesma maravilhou Jesus “Senhor, não te incomodes,
pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso, nem me considerei
digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois
eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando.
Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo:
‘Faça isto’, e ele faz". (Lucas 7:6-8), as palavras do centurião reconhece
que ter autoridade sobre si é um sinal de superior humanidade, e que ela não
advém de nós mesmo ao dizer que “eu também sou homem sujeito a autoridade”, ele
reconhece que tinha alguém que o legou tal poder, mas via em Jesus, um poder
inimaginável que julgou ser indigno de estar perto dele, e Jesus sabia que o
exercício da autoridade que tinha, em sua essência perfeita, mostrava ao um
homem de autoridade que alguém de maior autoridade deve estar perto de toda a
humanidade! A grandiosidade de Jesus não somente consistia em seu quem era, mas
fazer como ele fazia! Quantas autoridades tocariam num leproso? Jesus tocou
(Mateus 8)! Quantas autoridades se relacionam com pobres e pecadores? Jesus,
sim (Lucas 7:34)! Jesus exerceu sua autoridade somente em admirar a declaração
do centurião, ao voltar para casa, o servo do mesmo estava curado!
A
autoridade que Cristo tinha revelava a sua divindade, messianidade, coisa que
os religiosos da época ficaram estupefatos, porque isso? Em Israel, os rabinos
ensinavam que somente o Messias quando viesse, ele teria poderes que aos homens
não foram dados, embora tenhamos registro de inúmeros milagres e curas
realizado no antigo testamento, três milagres jamais existiram em Israel, e
esses milagres, asseveravam os rabinos que somente o Cristo realizaria, os
quais são, a cura do Leproso (Mateus 8:2-4, Marcos 1:40-45 e Lucas 5:12-16), a
expulsão de um demônio surdo-mudo (Mateus 12:22-37 e Marcos 3:19-30) e por fim,
a cura do cego de nascença (João 9: 1-41), esses milagres eram atribuídos
somente ao Messias, ao realiza-los, Jesus declarou aos eruditos religiosos de
sua época, que Ele era o Messias, não pode dizer, ser, mas por fazer o que
somente o Messias podia fazer, e que eles mesmos ensinaram por anos e anos!
A
autoridade de Jesus diverge dos demais homens, pelo simples fato de ser Ele
mesmo o autor e outorgador da autoridade aos homens, e não somente isso, por
que sua autoridade é exercitada na pratica, assim como na fala e obedecida ate
pela natureza!
.
“E
aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e
o mar lhe obedecem? (Mateus 8:27)”.
“E
sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o
vento e o mar lhe obedecem? (Marcos 4:41)”.
“E
disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns
aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?
(Lucas 8:25)”.
Conclusão
Muitos
de nós não temos plena capacidade de entendermos o que de fato é autoridade ate
que sejamos repreendidos por uma ou por ela, mas como servos de Deus,
“Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos
ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. (Hebreus 2:1)” a expressão
máxima da autoridade é Cristo e seu legado, ou seja, sua Palavra, sua Igreja! Sujeitemos,
pois a Deus (Tiago 4:7), e sujeitar-se a Deus é atentar para sua autoridade e
para as autoridades que ele concedeu-nos:
“Porque
todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as
coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou
todas as coisas. (1 Coríntios 15:27)”.
“Admoesta-os a que se sujeitem aos principados
e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda a boa obra;
(Tito 3:1)”.
“Sujeitai-vos,
pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior;
(1 Pedro 2:13)”.
“De
sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres
sejam em tudo sujeitas a seus maridos. (Efésios 5:24)”, Estar
sujeito “... não somente pelo castigo, mas também pela consciência. (Romanos
13:5)”, pois devemos isso fazer no temor, “Sujeitando-vos uns aos outros no
temor de Deus. (Efésios 5:21)”, sem se esquecer de que “Mais importa obedecer a
Deus do que aos homens. (Atos 5:29)”!
Que
Deus nos conceda mais e mais de sua graça e sabedoria para sermos como temos
que ser, a entendermos que submissão está estritamente ligada a autoridade e
obediência, e isso é sadio quando exercido com amor e respeito, pois assim Deus
o quis, sendo ele mesmo detentor de toda autoridade!
- Gustavo Clemente