Faziam parte da missão evangélica americana
em Shenkiu, a irmã Margareth Hillis, o missionário Dick Hillis e dois filhinhos
de ano e meio e de dois meses. Transcorria inclemente a guerra contra o Japão.
Uma tarde, na ausência de Dick, um
mensageiro anuncia a aproximação das tropas japonesas.
- Todos precisam fugir - anuncia. - A
senhora deve também procurar refúgio imediatamente nas aldeias rurais.
Margareth agradeceu o bondoso aviso, mas
decidiu ficar. Em primeiro lugar, porque seu marido estava ausente e haveria um
sério desencontro; também porque não quis submeter-se com as crianças às
vicissitudes dos fugitivos, mas, principalmente, porque confiava em Deus.
Na parte da tarde desse dia, a cidade ficou
desguarnecida, pois o próprio exército japonês recuara. Os presbíteros da igreja
partiram e suplicaram a Margareth que os acompanhasse.
Agradeço, irmãos, o cuidado, mas vou
esperar a volta do meu marido. (Estavam a 15 de janeiro e ele prometera voltar
no princípio de fevereiro).
Margareth olhou a folhinha pendurada na
parede. A do dia 15 ainda estava ali. Arrancou-a e no verso tinha uma mensagem:
"Em ti, pois, confiam os que conhecem o teu nome, porque tu, Senhor, não
desamparas os que te buscam" (SI 9.10).
Nos dias seguintes, e, sucessivamente, foi
destacando a folhinha: "Em me vindo o temor, hei de confiar em ti"
(SI 56.3).
Com o passar do tempo, Margareth começou a
pensar se tinha tomado uma decisão errada ficando para trás. Até o empregado
que ordenhava as cabras tinha partido sem avisar, mas no dia seguinte,
destacando o calendário, encontrou outra mensagem de confiança: "Eu vos
sustentarei a vós outros e a vossos filhos" (Gn 50.21).
Naquela mesma tarde, alguém bateu ao
portão. Foi atender preocupada, pensando que eram soldados inimigos. Era um
velho conhecido que trazia frangos e ovos. Era o cumprimento da promessa da
Palavra de Deus impressa no calendário.
Ainda uma vez Margareth destacou a
folhinha: "No dia em que eu te invocar, baterão em retirada os meus
inimigos: bem sei isto, que Deus é por mim" (SI 56.9).
Desta vez Margareth teve dificuldades em
crer na promessa de Deus. Ouvia-se o barulho das armas pesadas que se
aproximavam, e foi-se deitar completamente vestida. Ao amanhecer do dia
seguinte, aproxima-se do portão um mensageiro dando a boa notícia:
Os japoneses tinham retirado suas
tropas!...
- É incrível - dizia Margareth! - como Deus
tem cuidados especiais para com os seus servos. Ele mesmo determinou a
impressão de tão grandes mensagens naquele calendário que foi feito com um ano
de antecedência.
"Quando eu a ti clamar, então
retrocederão os meus inimigos; isto sei eu, porque Deus está comigo. Em Deus
louvarei a sua palavra; no Senhor louvarei a sua palavra. Em Deus tenho posto a
minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem" (SI 56.9-11).