Muitos, ao ouvirem sobre o Evangelho, o enxergam como um meio para alcançar algo: cura, prosperidade, portas abertas, estabilidade emocional, ou sucesso terreno. Essa expectativa de benefício é compreensível no mundo natural. Afinal, o ser humano tende a buscar Deus por aquilo que Ele pode dar. Foi assim com as multidões que seguiram Jesus após a multiplicação dos pães (João 6:26), mas o Senhor as confrontou, dizendo: “Vós me procurais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes.”
A essência do Evangelho, no entanto, vai muito além de dádivas temporais. O Evangelho é a boa notícia de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2 Coríntios 5:19), oferecendo perdão, regeneração, adoção e vida eterna. O maior benefício do Evangelho é o próprio Deus, e não o que Ele pode oferecer.
Quando tratamos o Evangelho como uma ponte para outras bênçãos, colocamos o foco no “depois”, e não no que já é presente. A salvação é agora (2 Coríntios 6:2). O maior milagre é a conversão. A maior riqueza é a paz com Deus. A maior cura é a restauração da alma.
Não há Evangelho sem cruz. E não há cruz sem renúncia. Jesus não prometeu conforto, mas disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lucas 9:23). Quem busca o Evangelho só pelas bênçãos, rejeita a cruz e deturpa a mensagem.
Sim, Deus abençoa. Mas a bênção não é o fim. É consequência, não o centro. O Evangelho é a boa nova de que podemos ser reconciliados com o Pai. Ele não nos leva até algo, Ele é o próprio tesouro (Mateus 13:44).
Portanto, viva o Evangelho por aquilo que ele é, não apenas por aquilo que você espera receber.
Pois quem tem Cristo, já possui o maior de todos os bens.
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