Talvez você
não esteja familiarizado com a expressão sepulcro
caiado, mas isso é uma figura de linguagem para dizer “Tens nome de que vives, e estás morto. (Apocalipse 3:1)”;
dentre tantas expressões que Cristo utilizou para personificar religiosos da
época, talvez a que mais se encaixe nos dias atuas para os religiosos de hoje
seja essa!
Sepulcros
caiados literalmente
falando é uma alusão ao tumulo de alguém, a lápide é linda, mas dentro tem um
morto; então espiritualmente
falando, é todo aquele que “tendo
aparência de piedade...” com suas obras vivem “...negando a
eficácia dela...” logo “...Destes afasta-te. (2 Timóteo 3:5).
”
Meditemos o
que disse Jesus em (Mateus 23:1-33):
“Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis,
observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras,
porque dizem e não fazem; pois
atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem
movê-los; e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios
(Pergaminho em que estavam escritos os mandamentos da lei e que os judeus
traziam consigo), e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e
as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as
saudações nas praças, e o serem
chamados pelos homens; Rabi, Rabi (mestre). Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai,
porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Mas ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que
estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de
prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito (novo
convertido ao judaísmo); e, depois de o
terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. Ai
de vós, condutores cegos! Pois
que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo
ouro do templo, esse é devedor. Insensatos
e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro? E
aquele que jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que
está sobre o altar, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a
oferta, ou o altar, que santifica a oferta? Portanto, o que jurar pelo altar,
jura por ele e por tudo o que sobre ele está; e, o que jurar pelo templo, jura
por ele e por aquele que nele habita; e, o que jurar pelo céu, jura pelo trono
de Deus e por aquele que está assentado nele. Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir
aquelas. Condutores cegos! Que coais um
mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que limpais o exterior
do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança.
Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o
exterior fique limpo. Ai de vós, escribas
e fariseus, hipócritas! Pois que sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem
formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a
imundícia. Assim também vós
exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de
hipocrisia e de iniquidade. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois
que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, e
dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com
eles para derramar o sangue dos profetas. Assim, vós mesmos testificais que
sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos
pais. Serpentes, raça de víboras! Como
escapareis da condenação do inferno?”
Sem nos
atermos as implicações culturais da época que Jesus falou, vamos pensar nos
dias atuais, que assim como no tempo de Jesus está em declínio moral e
principalmente espiritual, o qual não nos espanta, pois, a profecia bíblica já
previa isso “E, por se multiplicar a
iniquidade, o amor de muitos esfriará. (Mateus 24:12)” assim sendo,
precisamos fazer o que Paulo exortou a Timóteo “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque,
fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. (1 Timóteo 4:16)”.
O que ora me
disponho a escrever, faço ciente do que Paulo disse aos coríntios “Examine-se, pois, o homem a si mesmo..., ...porque,
se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos
julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o
mundo. (1 Coríntios 11:28, 31-32)”
Assim como
nos dias de Jesus temos muitos que se julgam isentos do juízo vindouro, não sei
eu o que eles pensam sobre isso, pois o julgamento que está por vir é como
bem falou Pedro “Porque já é tempo
que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual
será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus? (1 Pedro 4:17)”.
No texto que cito de Pedro, ele fala de duas classes de pessoas, os que
obedecem (serão julgados) e os que desobedecem ao evangelho de Deus (também
serão julgados)! Estes que desobedecem é obvio que são os que não conheceram ou
conheceram a Cristo como Senhor e Salvado e o abandonaram “...amando
o presente século.... (2 Timóteo 4:10)” logo “...de novo crucificam o Filho de Deus, e o
expõem ao vitupério. (Hebreus 6:6)” quem isso faz e/ou fez “...depois de terem escapado das corrupções do mundo,
pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos
nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior do que o primeiro. (2 Pedro 2:20)”
e “Deste modo sobreveio-lhes o que
por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a
porca lavada ao despojadouro de lama. (2 Pedro 2:22)”.
Este juízo
está determinado “Porquanto tem
determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem
que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. (Atos 17:31)”,
logo todos os que vivem na dimensão do espirito e agradam assim a Deus, não se
preocupam com este juízo, haja vista o julgamento do cristão seja para lhe
recompensar e não condenar “Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2 Coríntios
5:10)”. É importante analisar que Deus julgará não somente as obras, mas
também as intenções!
Porque
estamos falando de juízo, julgamento? Pelo simples fato de tudo o que falamos,
fazemos ou até mesmo intentamos fazer, mesmo que não façamos, será julgado! Quem
dera que todos os salvos buscassem com zelo os melhores dons, pois hoje em dia,
as aparências mais do que nunca enganam, mas se tivéssemos o dom de
discernimento dos espíritos, teríamos muito, mas muito menos problemas no ceio
da igreja! Quantas batalhas ganharíamos? Quantas lutas evitaríamos! Mas já que
não temos, temos que observar, observar e nos guarda para que não caíamos no
mesmo erro que eles!
Sem a ajuda
de Deus, é difícil descobrir um fariseu atual, pois eles têm muitas e
aparentes, qualidades; vede que Jesus começa a transcorrer sobre a autoridade
que eles tinham na sinagoga (que era considerada o elemento central da cultura
e religião judaicas na época, assim como é o templo hoje para os crentes); segundo
Flávio Josefo, historiador judeu, na sinagoga de Tiberíades, região situada às
margens do mar da Galileia (João 6.1), havia reuniões de natureza política,
isso implica dizer, que eles usavam de sua autoridade religiosa para inferir na
sociedade em todas as suas esferas! Não é diferente hoje, mas é diferente do
padrão que Deus delineia para os lideres, isso tanto na igreja primitiva como
para a igreja que vivemos, os discípulos se preocupavam em perseverar na oração
e no ministério da palavra, nada além disso, está também deve ser a nossa
preocupação, atribuindo a isso a assistência que os discípulos tinham como o
partir do pão!
Acompanhando
atentamente poderemos perceber características que denunciam estes fariseus,
veja que Jesus destaca, “dizem, mas não fazem”, na verdade isso expõe o seu
coração, pregam o que não vivem e não vivem o que pregam! Este tipo de pessoa
gosta de dar trabalho, mas não de trabalhar, “põem cargas, mas não movem um dedo”, e
quando fazem alguma coisa é para “serem vistos pelos homens”, querem ser
evidencia, receber as horas, quando o verdadeiro cristão vive e prega para si “É necessário que ele cresça e que eu diminua. (João 3:30)”.
Na verdade,
Deus há de separar o joio do trigo, pois “Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na
congregação dos justos. (Salmos 1:5)”, mesmo tendo aparência de
piedade (2
Timóteo 3:5), as suas obras negam a mesma, e isso é fato, pois um
fariseu consegue jejuar duas vezes na semana, ofertar com abundancia, louvar
com louvor, orar eloquentemente, mas não consegue deixar de odiar, perdoar,
acabar com a fofoca e de olhar para o as coisas alheias! Falar dos outros é
fácil, mas de si mesmo como bem falou Paulo “Examine-se, pois, o homem a si mesmo... (1 Coríntios 11:28) ”?
Quantos de nós
não somos assim, ainda que por um momento? Cuidado, será que não somos assim
como eles um sepulcro caiado? Oramos e não vigiamos, cantamos e não adoramos,
dizemos que amamos, mas não perdoamos, contribuímos do que nos sobra e não do
que somos, lisonjeamos e desrespeitamos, somos incontinentes! Examinemo-nos e
consideremos que o fim de todas as coisas vem! Não devemos ser sepulcros, nem
muito menos caiados, devemos ser uma fonte que jorra para a vida eterna!
Gustavo Clemente