sábado, 12 de julho de 2025

ÍDOLOS DO CORAÇÃO E PECADOS DE ESTIMAÇÃO

A Escritura nos revela que o maior campo de batalha do cristão não está fora, mas dentro de si mesmo. Nosso coração, segundo o profeta Jeremias, é "enganoso... mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jeremias 17:9). E é exatamente neste lugar invisível, onde moram os desejos, os afetos e as vontades, que se escondem os ídolos do coração e os chamados pecados de estimação.

Esses pecados não são os mais escandalosos, mas os mais tolerados. São aqueles que aprendemos a conviver, a justificar, a esconder. São hábitos, pensamentos, impulsos que não entregamos totalmente a Deus. E mesmo quando a graça já nos alcançou, essas áreas não totalmente rendidas continuam tentando exercer domínio. Mas a Palavra é clara: "Aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado" (1 João 3:9).

Isso não significa que o salvo nunca pecará, mas sim que ele não vive confortavelmente no pecado. O Espírito Santo que habita nele o convence, o constrange e o direciona ao arrependimento. Quando o pecado deixa de nos incomodar, corremos o risco de estarmos criando uma religião do “quase”, quase santos, quase entregues, quase libertos.

Tiago também nos adverte: "Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência" (Tiago 1:14). Isso revela que o pecado nasce dentro, e não fora. E é por isso que precisamos vigiar os recônditos da alma, onde os olhos humanos não veem, mas Deus vê tudo (Salmos 139:1-2).

A graça de Deus não nos foi dada para continuarmos pecando, mas para vivermos livres do poder do pecado (Romanos 6:14). Há poder no sangue de Cristo não só para perdoar, mas para purificar (1 João 1:9). E é nessa purificação diária, nesse processo contínuo de santificação, que o cristão é moldado à imagem de Cristo.

Autodisciplina, renúncia e vigilância são exigências da caminhada com Deus. Jesus mesmo disse: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me" (Lucas 9:23). Não é uma jornada fácil, mas é possível quando nos rendemos completamente.

Se há pecados ocultos, desejos disfarçados de necessidade, se há espaços no coração onde Deus ainda não é Senhor, o chamado é claro: arrependa-se. Abandone o que parece pequeno, mas tem grande poder de destruição. Lembre-se: somos o que fazemos quando ninguém vê. Mas Deus sempre vê.

E se Ele vê, Ele também pode curar, libertar, transformar. Que todo ídolo seja derrubado. Que todo pecado de estimação seja deixado no altar. Porque o verdadeiro adorador não serve a dois senhores, ele serve a Deus de todo o coração.

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