A glória aparente desta era, com seus brilhos, holofotes e aparências, se contrapõe à simplicidade com que a vida foi instituída por Deus desde o princípio. Quando o homem foi criado, Adão estava nu no Éden (Gênesis 2:25), e isso não era vergonha, mas símbolo de inocência e verdade. Ele vivia em um lugar de plena provisão, mas não havia vanglória. Não havia espelhos, nem aplausos, tampouco seguidores: havia comunhão com Deus.
Ainda hoje, nascemos nus (Jó 1:21), sem posses, sem escolha sobre a família, o nome ou a cor. Uns nascem em berços de maior provisão, outros em lares de escassez. Mas em ambos os casos, nascer é bênção, pois a vida é dom de Deus. O pecado não está no conforto, tampouco na pobreza. Está no coração que se exalta ou se desespera longe do Senhor.
A Bíblia afirma claramente: "O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez" (Provérbios 22:2). Esta verdade nos ensina que, diante de Deus, todos têm igual origem e igual valor. E mais: o próprio Jesus declarou: "Porque os pobres sempre os tendes convosco" (Mateus 26:11). Isso nos revela duas coisas: que a pobreza é uma realidade constante neste mundo caído, e que a missão cristã não é eliminar a pobreza, mas amar e servir ao próximo em qualquer condição.
A riqueza pode conduzir à soberba, e a pobreza, ao desespero, e há quem nada tenha e seja do mesmo jeito, ambos perigosos pois são vividos sem Deus. Há ricos que se perdem em suas vaidades, e há pobres que, na angústia, tiram a própria vida ou ferem o próximo. Há quem acuse a Deus pela falta de recursos, e há quem ignore Deus por tê-los em abundância. Mas a ausência de glamour ou a presença dele não definem o amor divino: Deus ama a todos.
A Escritura ainda nos ensina que há os que “se fazem ricos, não tendo coisa nenhuma; e outros se fazem pobres, tendo grandes riquezas” (Provérbios 13:7). Isso nos mostra que a verdadeira riqueza ou pobreza não está na conta bancária, mas no coração. Há generosos que, mesmo com pouco, abençoam muitos; e há avarentos que, mesmo com muito, não repartem nada. A verdadeira grandeza está em ser rico para com Deus (Lucas 12:21), e isso se demonstra com generosidade. "A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado" (Provérbios 11:25). Quem dá com alegria (2 Coríntios 9:7) revela que compreendeu o valor eterno da graça de Deus.
Por isso, quer sejamos ricos ou pobres, honrados ou desprezados, com ou sem conforto, devemos viver para a glória de Deus, pois: "Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens" (Colossenses 3:23).
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