Tu és grande e todo-poderoso. Ninguém em
todo o universo ousaria desobedecer-te. Tua glória e teu reino serão para
sempre, ó rei!
Um dia o rei ordenou:
Tragam para cá o trono.
Agora sigam-me até a praia.
Ali, cercado de toda a sua família e de
toda a nobreza, mandou colocar o trono quando a maré estava baixa. Sentou-se
sem nada dizer e todos se admiraram. Em pouco tempo a maré começou a subir
molhando os pés do rei, e de toda a sua corte. O rei levantou as mãos sobre o mar
e exclamou com autoridade:
Esta terra onde estou é minha e todos
obedecem à minha voz. Ordeno-te, pois, ó água, que voltes para o mar e que não
molhes os pés do rei. Como rei, ordeno-te, que voltes já para o mar.
Mal acabou de pronunciar estas palavras,
uma onda forte, espumando branco com enorme estrondo, quebrou, molhando não só
os pés, mas todo o corpo de todos, e arrastando alguns para dentro da água.
Então, solenemente, o rei deu esta sábia
sentença:
Que todos os povos da terra saibam que os
reis não têm autoridade alguma, a não ser aquela que Deus lhe dá.
O poder dos reis é coisa vã.
Ninguém é digno do nome de rei, a não ser
aquele que criou a terra e o mar, e cuja palavra é a lei dos céus e da terra.
Hoje, na cidade de Southampton, numa antiga
parede, bem perto do mar, há uma placa com estes dizeres:
"Neste local, em 1032, o rei Knut
repreendeu toda a sua Corte"
"Da minha parte é feito um decreto,
pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o
Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu
reino não se pode destruir; o seu domínio é até o fim. Ele livra e salva, e
opera sinais e maravilhas no céu e na terra" (Dn 6.26,27).
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