Policarpo,
em sua mocidade, foi aluno do apóstolo João. Foi condenado a morrer queimado no
ano de 156 d.C. Uma carta da igreja de Esmirna para a de Filomênia assim relata
a sua morte:
-
Mas o admirabilíssimo Policarpo, logo que ouviu falar sobre isso (que o
procuravam para prender), não se desencorajou, mas preferiu permanecer na
cidade. Entretanto, a maioria conseguiu convencê-lo a retirar-se. Então ele se
ocultou em uma pequena propriedade... seus perseguidores chegaram e, como não
o encontrassem, aprisionaram dois jovens servos... um deles confessou, sob
tortura, o esconderijo do santo. O oficial apressou-se a conduzir Policarpo
ao estádio, para que recebesse o castigo que o aguardava por ser seguidor de
Cristo. Quando adentrava pelo estádio, ouviu-se uma voz do Céu que lhe dizia:
- "Sê forte, Policarpo, e porta-te varonilmente". Essa voz foi ouvida
pelos crentes que se achavam presentes...
Policarpo
foi ameaçado de ser entregue às feras.
-
Se desprezas as feras - disse-lhe o procônsul - ordenarei que sejas consumido
na fogueira, se não te retratares.
-
Tu me ameaças com o fogo que consome por um momento e logo se apaga, mas
desconheces o fogo do juízo vindouro, o fogo da punição eterna, reservado para
os ímpios!
A
multidão, ávida de morte, pede a fogueira para o "Pai dos Cristãos",
o "Mestre da Ásia".
Quando
quiseram encravá-lo com pregos no poste central ele disse:
-
Deixem-me conforme estou. Aquele que me deu forças para suportar o fogo,
também me permitirá que permaneça na pira inabalável, sem que seja seguro por
pregos.
Ao
terminar a sua oração, o encarregado acendeu a fogueira e grandes chamas se
elevaram ao alto...
"E outros experimentaram escárnios e açoites,
e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio
de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados,
aflitos e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos
desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra" (Hb
11.36-38).
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