Filipe II, rei da Macedônia, foi muito
acusado por seus compatriotas de indigno de ser rei, indigno de ser comandante,
indigno mesmo de ser grego ou de ser considerado nobre.
No entanto, encontrava prazer em escutar a
verdade, tão incômoda aos ouvidos dos soberbos; dizia que os oradores de Atenas
lhe tinham prestado um grande serviço censurando-lhe os defeitos, pois só assim
poderia corrigir-se.
* * *
Certo prisioneiro, que estava à venda,
dirigia-lhe muitas acusações.
Ponde-o em liberdade - disse Filipe. - Não
sabia que era dos meus amigos.
* * *
Sugerindo-lhe alguém a punição de um homem
que dele tinha falado mal, respondeu:
Vejamos primeiro se lhe demos motivo para
isso.
* * *
O embaixador de Atenas acabava de expor-lhe
com muita insolência a sua missão.
Filipe ouviu-o com paciência.
Ao final perguntou ao agressor:
Que poderia eu fazer que fosse agradável à
República?
Obteve a resposta:
Enforcares-te.
Os expectadores, indignados, dispunham-se a
puni-lo. Filipe não deixou, dizendo:
Deixai em paz esse bobo; e dirigindo-se aos
outros embaixadores: Dizei aos vossos compatriotas que aquele que insulta deste
modo é muito inferior ao que, podendo puni-lo, perdoa-lhe.
"Nada façais por contenda ou por vangloria,
mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não
atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é
dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus" (Fp 2.3-5).
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