Há muitos anos dois sitiantes limítrofes
disputavam a localização da divisa. Cada um achava que o outro estava lhe
roubando um pedaço de terra. Como não encontrassem solução amigável, decidiram
apelar à justiça. Advogados, despesas forenses, audiências, recursos, tudo.
Nesse ínterim, um deles vendeu a sua
propriedade, mas o comprador era um homem crente, temente a Deus, amante da
paz. Quando chegou com sua mudança, foi logo interpelado pelo vizinho
litigante:
Soube que o senhor comprou essa propriedade
e quero que saiba que comprou uma briga também. É que a divisa do terreno não
está bem definida e nós estamos na justiça.
Mas nós não vamos brigar por isso -
respondeu o novo proprietário. Eu concordo com o senhor. Vamos mudar a cerca
para o limite que o senhor está pleiteando na justiça, e acabar com a disputa.
O vizinho ficou admirado. Como é possível
tanta liberalidade? Estendeu a mão ao novo vizinho e disse:
Se o senhor pode ficar com o prejuízo, eu
também posso. Deixe a cerca no lugar em que está!
"Se for possível, quanto estiver em
vós, tende paz com todos os homens" (Rm 12.18).
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