Meu pai, passando por determinado lugar, ouviu alguém
dizendo: "Hoje vou matar fulano". Chegando a casa, escreveu um
bilhete, e mandou correndo entregá-lo à pessoa ameaçada. No caminho, fiquei
distraído, brincando, atirando uma pedra em um passarinho. Quando me lembrei da
urgência do recado, saí correndo, e, em lá chegando, o destinatário já estava
morto. O assassino, mais apressado do que eu, chegara primeiro e consumara o
seu intento.
Ao voltar, meu pai já sabia da história e me perguntou:
- Que sangue é esse
em suas mãos?
- É de um passarinho
que eu matei - repondeu.
- Não, meu filho. O sangue que mancha suas mãos é o da
pessoa que morreu porque você não a avisou a tempo.
"Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da minha parte. Quando eu disser ao ímpio: Certamente morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue da tua mão o requererei. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu livrarás a tua alma" (Ez 3.17-19).
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