Introdução
Há os que dizem que o cão é o
melhor amigo do homem, outros que cantam que o amigo é ‘coisa’ para se guardar
do lado esquerdo do peito, mas você o que diz? Que qualidades você enxerga nos
seus amigos? Você tem amigos? O que é necessário para ser um amigo? Quais as
virtudes para ser amigo? Não existe ‘amigo bom’ ou ‘amigo mau’, ou se é amigo
ou não.
Diz as paginas afogueadas do
cânon sagrado que ‘O homem que tem muitos amigos pode congratular-se [Pv. 18.
24]’ e diz mais, o ‘amigo na angústia vira irmão [Pv. 17. 17]’ e este amigo é
‘mais chegado do que um irmão [Pv. 18. 24]’.
Quais as virtudes de Abraão
para tornar-se ‘o amigo de Deus’? Será que Abraão nunca errou, pecou, mentiu,
enganou, cometeu falhas que causou danos a outros? Era Abraão perfeito e por isso
Deus o considerou como seu amigo?
Diante de tantas indagações a
Bíblia responde ‘e foi lhe imputado por justiça [Gl. 3. 6]’ Abraão tinha
defeitos como eu e você, era ‘sujeito as mesmas paixões [Tg. 5. 17]’, mas
perseverou em servir, honrar, temer, adorar e acima de tudo obedecer somente a
Deus, e, por tudo isso e muito mais, tornaram o perdido em Ur dos caldeus a
conhecidíssimo na historia e na eternidade.
Que no transcorrer deste
estudo abalizado nas Sagradas Escrituras Deus, venha a corroborar o nosso
entendimento para que sejamos cheios do conhecimento da sua vontade, em todos
os aspectos com toda a sabedoria e inteligência para agradarmos a Deus e assim
entendermos que já não somos mais servos, mas, amigos de Deus [Jo. 15. 15].
Abrão / Abraão.
Quem era Abrão? Porque teve
Abrão seu nome mudado por Deus para Abraão? Abraão tornou-se um marco na vida
de muitos estudiosos da Bíblia, devido a sua vida humilde, abnegada e fiel a
Deus em meio às dificuldades.
A Bíblia reserva em Gênesis
apenas dois capítulos para a história da criação do cosmo ou a reorganização do
estado caótico; um capítulo para a queda do homem, mas reserva treze capítulos
só em Gênesis para a história de Abraão, sem levarmos em conta que ele também é
citado em outros dois capítulos de Gênesis e em quase toda a Bíblia, quer no
Antigo Testamento como no Novo Testamento.
Abrão teve o seu nome mudado
por Deus por um simples motivo, o nome representava tudo o que a própria pessoa
era e significava na sociedade, nos tempos bíblicos o nome era tão importante
como a pessoa, seu nome designava o seu futuro, apagar o nome de alguém era a
mesma coisa que matá-lo; assim sendo Deus queria fazer de Abrão [pai
enaltecido], Abraão [pai de uma multidão], Abrão se dominava, Abraão dependia
de Deus única e exclusivamente; Abrão tinha o pai como líder, Abraão tinha a
Deus como líder, que era o Todo-Poderoso, Abrão nunca teria filho [devido à
esterilidade de Sarai sua mulher que também teve o nome mudado por Deus], mas
Abraão viria a ser uma grande e poderosa nação, ser Abrão é ser
autossuficiente, ser Abraão é ser totalmente dependente de Deus.
Abraão é considerado por
muitos estudiosos o ‘pai do monoteísmo’.
Abraão é lembrado em três das
maiores religiões do mundo de então: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Abraão, perdido em Ur dos
Caldeus.
Como habitante de Ur dos
caldeus, região da Mesopotâmia, [Mesopotâmia essa que muitos a consideram ‘o
berço das civilizações’, de cultura muito diversificada, devido à variedade dos
povos que ocupavam a Mesopotâmia na época, eram eles: os sumérios, os acádios,
os amoritas ou antigos babilônios, os assírios, os elamitas e os caldeus ou
novos babilônios, com deuses extremamente numerosos, deuses estes que eram
representados à imagem e semelhança dos seres humanos; o sol, a lua, os rios,
outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais, também eram cultuadas.
Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os sumérios algumas
divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o
mal, tanto que adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações]³.
Imagine com tanta idolatria
Deus escolher um homem, podemos assim dizer idolatra [Js. 24. 2], mas, havia
algo diferente em Abraão, seria o fato do mesmo, mesmo em terra politeísta,
adorar ao único Deus verdadeiro?
Paulo cita: ‘Do céu se
manifesta à ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detém
a verdade em injustiça; por quanto o que de Deus se pode conhecer neles se
manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde
a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade se entendem e
claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem
inescusáveis’ [Rm. 1. 18 – 20].
Nesta passagem me aflora o
pensamento que Abraão mesmo num antro politeísta estava inclinado ao Deus ‘até
em tão’ desconhecido [At. 17. 23], no interior dele havia a centelha monoteísta
que possivelmente o levou a Deus [Ne. 9. 7, 8], haja vista Deus conhecer o
homem melhor que o próprio homem [Sl. 139]. Mesmo morando numa terra pagã, mas
com um coração voltado para Deus [Ne. 9. 7, 8], [Neemias em sua oração
inspirado pelo Espírito Santo revela que Deus achara o coração de ‘Abraão fiel
diante dEle’]; ainda que inconscientemente, como o escultor do altar ao Deus
desconhecido que viu Paulo em Atenas, Abraão foi achado por Deus, escolhido e
eternizado nas Sagradas Escrituras como o ‘amigo de Deus’, tudo isso porque
viveu de forma íntegra e abnegada a Deus.
A chamada de Abraão.
Nos capítulos anteriores ao
chamado de Abraão, Deus está andando com um homem santo, Enoque e escolhendo um
homem Justo, Noé no meio de uma geração perversa [IPe. 2. 5 – 6], mas agora
Deus está escolhendo Abrão, quais as credencias ou o que levou Deus a
escolhê-lo? Deus que não respeita a aparência do homem [ISm. 16. 7; Gl. 2. 6]
ciente que em Abraão viria ser uma grande nação, chama a Abrão.
‘Deus ao chamar Abraão mostra
que servi-lo e segui-lo é renunciar a tudo, e todos’.
De forma abrupta o escrito
inicia o diálogo entre Deus e Abraão com pedidos e promessas. Deus não precisou
de condições para prometer nada a Abraão, mas, fica muito claro e evidente que
se faz necessário por parte de Abraão que, para o cumprimento das promessas, Abraão
teria que permanecer fiel a Deus [Gn. 17. 1].
‘Sai da tua terra: Renúncia
social’
A primeira frase descrita
pela Bíblia que Deus disse a Abrão condicionava a Abrão que estar vinculado a
Ele [Deus] era estar desvinculado dos moldes mundanos de até então. Era
padronizar-se ao modo divino, viver em conformidade com os padrões morais e
éticos do céu, deixando de lado os costumes de outrora e seguindo a nova vida
debaixo do beneplácito da vontade de Deus. Deus estava conclamando Abraão para
ser seu amigo, seu vizinho, seu conhecido, seu patrão, seu sócio e tudo o que
diz respeito ao bom relacionamento interpessoal.
‘Sai da tua parentela:
Renúncia familiar’
Nesta segunda renúncia, Deus
dizia à Abraão que seria muito mais que ele podia esperar, Deus seria para
Abraão um verdadeiro pai, confortando, consolando, conversando, provendo,
cuidando, guardando e protegendo do mal.
Deus supriria toda
necessidade afetiva dele, toda a necessidade de convivência entre pais e
filhos, primos e primas, amigos e amigas, e etc. Deus seria muito mais do que
um mero deus pagão, Ele seria tudo para Abrão [Gn. 15. 1].
Deus queria mostrar a Abraão
que estar com Ele é mais importante que estar com tudo e com todos.
‘Sai da casa de teu pai:
Renúncia religiosa’
Abraão na casa do pai tinha a
direção do pai, a religião do pai, estava moldado aos ditames introduzidos pelo
mundo de então através do pai que na tal civilização era inquestionável e sua
palavra era a primeira e a ultima.
Deus precisava que Abraão
inteiramente estivesse confiando firmemente nEle, que as opiniões de Abraão
fossem à opinião proveniente do bom relacionamento entre Deus e ele. A
orientação de Tera era adoração prostituída, a de Deus seria viva, sacrificial
e santa, voltada ao Deus vivo, santo, justo e bom.
‘Vai à terra que te
mostrarei: Renúncia dos ideais’
Conforme a descrição de Paulo
aos Gálatas, os diálogos entre Deus e Abraão teria sido a primeira pregação
e/ou revelação do evangelho [Gl. 3. 8]. Deus estava ensinado a Abraão que era
necessário renunciar a sua fé [prostituída devido ao politeísmo existente na
Mesopotâmia] e aceitar o padrão ético celestial seria muito mais prazeroso.
Renunciando seu ideal Abraão entendia que existia [e existe] um colossal abismo
entre a religião e a fé pura em Deus [que segundo Paulo seria o evangelho no
momento revelado a Abraão].
‘A religião é a força do
homem para chegar a Deus e o Evangelho é o poder de Deus para chegar ao homem’.
Diz o escritor aos Hebreus
(11. 8) que ‘pela fé, obedeceu, e saiu sem saber para onde ia’;
Até então Abrão incentivado
pelo pai e por suas convicções ia e via como bem entendia, tomava as decisões e
ora acertava, ora errava como todo ser humano que se preza, mas com o advento
da chamada divina ele precisava entrar no eixo da dependência divina e na mesma
hora que Deus o mandou sair para um lugar que seria mais tarde revelado, ele
saiu prontamente, sem saber para onde ia, mas, sabia com quem ia.
Renunciando seus ideais,
Abraão entendia que Deus estava a dizer-lhe: ‘Eu sei aonde tu podes chegar
pelas tuas forças e sei aonde vais chegar com minha presença’.
Pelas suas forças Abraão,
chegou a Harã, ao Egito e com a presença de Deus, Abraão “habitou pela fé na
terra da promessa” [Hb. 11. 9].
Cada um desses requisitos
revelados constituía-se verdadeiramente em uma mudança por completo a vida de
Abraão; deixar tudo para trás, e sair em busca do propósito divino.
‘Abraão saiu sem questionar’.
A fé de Abraão.
O que é Fé? Fé, segundo a
Bíblia é:
‘Firme fundamento das coisas
que se esperam e a prova das coisas que se não vêem e sem ele e impossível
agradar a Deus’ [Hb. 11. 1, 6].
Embora a palavra fé apareça
no Antigo Testamento uma única vez em Habacuque [Hc. 2. 4], na vida de Abraão
ela aparece implícita como ‘confiança’, ‘creu’ pois a palavra fé entre tantos
significados significa: confiar, acreditar, crer. Sempre que a Bíblia fala que
Abraão confiou, está literalmente dizendo: Abraão teve fé.
A fé implica uma disposição
de alma para confiar em outra pessoa. Difere da credulidade, porque aquilo em
que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes
transcenda a nossa razão, não Lhe é contrário. A credulidade alimenta-se de
coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da
crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual.
‘A fé tem uma razão que a
própria razão desconhece’ [Desconhecido].
A fé é uma confiança tão
forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na
atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida.
A fé é uma atitude, e deve ser um impulso. A fé cristã é uma completa confiança
em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade
de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas
um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua
Palavra.
‘Abraão demonstrou fé num
futuro incerto, fé na promessa impossível e fé na prova fatal’.
Deus tinha um plano a
cumprir. Os filhos de Adão falharam; os filhos de Noé, também, mas Abraão com a
graça de Deus em sua vida não falhou, dentro do plano divino.
Deus é Absoluto,
Auto Existente, Soberano, Todo-Poderoso, assim sendo Ele [Deus] não depende de
nada nem de ninguém. Mesmo assim Deus precisa da ajuda de homens e mulheres que
se mantenham fiéis a Ele e ao seu propósito na terra. Deus viu em Abraão isso e
não desistiu dele.
‘Demonstre a Deus a fé
necessária para realizar o que Ele tem para realizar através de você e você
fará coisas com Deus extraordinárias como fez Abraão’.
‘Fé, no futuro incerto’ ².
‘Saiu sem saber para onde
ia’.
É muito fácil hoje fazer uma
viagem para um lugar que não conhecemos, é só comprar-mos um mapa ou acessar a
internet e saberemos as pistas, estradas, à distância e até quanto tempo
gastaremos para lá chegarmos.
Nos diz a Bíblia, que Abraão
saiu sem saber para onde ia [Hb. 11.8c].
‘Saiu sem saber para onde ia,
mas sabia com quem ia’.
Lembro-me que certa vez que fui
convidado por Marcelo, um amigo meu a ir com ele, que me disse: - vamos ‘ali’.
Fui com ele e saí da Avenida Paissandu no bairro da ilha do leite para a Av.
Dantas Barreto, no centro do Recife [de carro levaria apenas 10mim para
percorrer os 3,5km de distância do ponto de partida ao ponto final em pleno sol
de meio-dia], mas para infelicidade e nostalgia [hoje] minha, fomos a andando e
no caminho sempre perguntava: ‘ – Já estamos pertos?’ E ele respondia é ‘ali’.
Eu perguntava aonde é? E ele respondia: é ‘ali’. Tinha entre 14 anos de idade
quando me ocorreu este fato nostálgico.
Voltemos ao texto sagrado,
pense comigo, Abraão tinha 75 anos quando Deus o comissionou [Gn. 12. 4] para
caminhar no deserto, sem pai, sem parentes, sem amigo, sem ninguém para orientá-lo;
Abraão tinha a orientação do pai no cap. 11. e o verso 31 diz a Bíblia que Tera
pai de Abraão o tomou e o levou/ guiou até Harã, mas agora era diferente não
tinha papai nem mamãe era só Abraão e Deus.
Abraão deixou a segurança do
lar e as certezas que tinha em casa, para ir, em obediência ao mandado de Deus,
em busca do desconhecido por ele, Abraão, até então saiu de casas bem
estruturadas para habitar em cabanas.
Pense nisto, Deus muitas
vezes nos tira daquilo em que mais estamos seguros para mostra-nos que a
segurança é Ele, o próprio Deus, Ele é ‘O Deus todo-poderoso’; sem Deus você
pode ir a algum lugar, mas com Deus você chega ao lugar do repouso, a terra do
leite e mel.
Confie em Deus e Ele Lhe
levará ao lugar que está reservado a você. Abraão confiou no futuro determinado
por Deus e por isso hoje ele é o ‘amigo de Deus’.
‘Fé, na promessa impossível’
².
‘Far-te-ei uma grande nação’.
Parafraseando: se fosse eu
podia a ter te pensado ou questionado: ‘ – saí para onde não conheço tudo bem,
mas ser pai de uma nação sem nenhum filho e aos 75 anos é demais!’ É um
pensamento que me vem à cabeça quando leio está expressão, mas graças a Deus que
Abraão não era eu.
Segundo o escritor aos
Hebreus [Hb. 11. 12] ele nos diz: ‘e esse já amortecido, descenderam tantos, em
multidão, como as estrelas do céu’ para Sara que estava próxima aos 90 anos, e
já haviam cessado o costume da relação sexual entre ela e seu senhor, haja
vista a própria exclamar: ‘terei ainda deleite depois de haver envelhecido,
sendo também o meu senhor velho’ [Gn. 18. 12], como para Abraão isso era
impossível.
Tudo o que havia sido dito
por Deus a Abraão, entendo eu, foi de algum modo assimilado, mas, ser pai de
uma multidão ai o caso é mais serio. Só que, quem prometeu é fiel e para Ele
nada é impossível, para Abraão e Sara era impossível, sim; para Deus não. Sara
riu, Deus prometeu e Abraão creu, e isso lhe foi ‘imputado por justiça’.
Amado, podem até rirem das
promessas de Deus na tua vida, faça como o patriarca Abraão, creia, nas duvide,
creia, não critique, creia, não questione, creia, creia. Deus que não pode
mentir é o que prometeu, e se Ele prometeu, Ele cumpre.
No tempo determinado Isaque
nasceu e a promessa que parecia impossível aconteceu, pode parecer impossível,
mas não é. A especialidade de Deus é fazer possível o impossível. Fazer Abraão
acreditar no impossível não foi fácil, mas foi amaneira de Deus mostrar-lhe que
nada, absolutamente nada lhe é impossível.
‘confie em Deus e Ele terá
motivos para confiar em você’.
‘Fé, na prova fatal’ ².
‘Toma o teu único filho
Isaque, a quem amas/ oferece-o’[Gn. 22. 2].
Cem anos de espera e Deus
pede a Abraão o seu melhor em sacrifício, aquilo que ele mais amava. Por quanto
tempo você tem esperado pelo que Deus lhe prometeu?
Deus estava com esse pedido
fazendo com que Abraão demonstrasse total abnegação em seu relacionamento com
Deus. Deus estava revelando ao mundo que Abraão tinha um amor impar, singular
por Isaque seu único filho, mas que Deus teria de estar em primazia em sua
vida.
Abraão tinha 100 anos, Sara
90, a Bíblia não nos revela a idade de Isaque, mas, para seus pais pouco
importava a idade diante do pedido divino. Abraão ouviu o pedido de Deus em na
sua mente provavelmente passou uma história singular: ‘Quem era eu? Perdido em
Ur dos Caldeus, no meio de uma geração perversa e politeísta, mais um no meio
da multidão, Deus me apareceu e me enviou para onde hoje estou e me fez varias
promessas, dentre elas a de ser pai de uma multidão de nações, disse que de mim
procederiam, reis e rainhas, que abençoaria os que me abençoasse e amaldiçoaria
os que me amaldiçoassem, passei 75 anos sem filhos e sem esperança, depois fui
animado por Deus que me prometeu um filho, um milagre, depois de minha esposa
ter cessado os costumes das mulheres e já estar eu amortecido, velho. E deste
meu filho procederia ou continuariam Deus com o projeto de abençoar as famílias
da terra. Disse-me Deus que em Isaque seria chamada a minha descendência, que a
promessa de ser abençoado se estenderia a Isaque e que a aliança feita comigo
passaria a ele. Como pode Deus pedir que sacrifique o meu único filho? Como
pode Deus pedir-me tal coisa?’
É fácil pensar que podemos
nos desfazer de coisas e de algo, mas de um filho, E nestas condições. Que
faria você no lugar de Abraão? Levaria seu filho ou não? Obedeceria ou
desobedeceria? Situação não muito agradável, mas que o homem de fé em Deus,
inabalável mostrou que tudo é possível ao que crer.
Diz a Bíblia que pela manhã
Abraão pegou Isaque e junto com alguns moços foram em direção ao lugar que mais
uma vez não conhecia [‘uma das montanhas que te direi’ Gn. 22. 2], mesmo, mais
uma vez sem saber o que aconteceria, Abraão incólume segue o mandado do Senhor.
Às vezes me pergunto se hoje
em dia exista alguém com tamanha coragem? Mas se hoje não existe um dia pisou
na terra dos viventes um homem que contrariou a lógica humana e disse que em
outras palavras: ‘Deus, nada é meu, tudo é teu, a vida, a esposa, o filho, a
fazenda, os trabalhadores, tudo, tudo é teu; e se teu é, faça o que bem parecer
aos teus olhos’.
Se para o pai a morte
prematura de um filho é muito dolorosa imagine sacrificar o próprio filhos com
suas mãos? Abraão já havia caminhado
muito na vida, mas o que ele mais queria era caminhar mais e mais e nunca mais
chegar ao local do sacrifício, quanto mais longe melhor. Caminharam três dias.
Independentemente de amor a
Isaque e a própria vontade de Abraão, Abraão, pois em primeiro lugar o amor e a
vontade boa, perfeita e agradável de Deus. Todo isso Abraão aprendeu no
primeiro encontro com Deus, quando o Todo-Poderoso dizia ‘Eu agora cuidarei de
ti, Abraão’. O quanto confiamos em Deus? Seria a nossa confiança em Deus tal
qual a de Abraão? Independente de tudo,
uma característica que fez de Abraão o ‘amigo de Deus’ foi sem duvida a de
obedecer mesmo quando tudo nos manda desobedecer.
Como cantava o Pr. Paulo
Leivas Macalão: ‘Em seu outono sacrifício duma flor’ [Harpa Cristã nº 380].
Abraão estava levando seu futuro à matança, caminhando três dias à Bíblia
relata um simples e mui profundo dialogo ente Abraão e seu filho Isaque [Gn.
22. 6 – 8].
Caminhou Abraão e Isaque e os
seus moços três dias, depois Abraão pegou a Isaque, a lenha, o cutelo e o fogo
e despediu-se dos moços dizendo: ‘vamos adorar e tornaremos a vos’. Repare o
plural nas palavras ‘vamos e tornaremos’, Abraão tinha em si a convicção que
voltaria com Isaque, será que ele pensou em desistir? Na carta aos Hebreus o
escritor cita que Abraão ‘considerou que Deus era poderoso para até dos mortos
ressuscitar’ [Hb. 11. 18] a Isaque. Que fé impressionante, considero Abraão só
em sair de casa com Isaque para o destino indicado por Deus, extraordinário. No
caminho só Abraão e Isaque, o que se passava no coração do pai Abraão? E no
coração do servo Abraão? As perguntas de Isaque são obvias e objetivas, tem
fogo, lenha e cutelo, onde está à oferta, o cordeiro? Meu querido, considero
que para mim que sou pai neste exato momento teria faltado fôlego, o chão,
tudo, mas para mim. Para Abraão este foi o ápice de sua fé, enche o puma e
solta a voz ‘Deus proverá’. Acredito que Abraão estava aflito, triste no
coração, mas cônscio do poder de Deus, que lhe tirara do lamaçal do pecado para
andar com Ele, Abraão afirma para todos os tempos e todo o mundo ‘Deus
proverá’, antes do nascimento de Isaque Deus disse que para Ele nada era
impossível, Abraão como cria em Deus confiava também em sua provisão.
Queridos, Abraão era um ótimo
pai, mas Isaque também era um ótimo filho, ao chegar ao local designado pelo
Senhor, Abraão faz aquilo que lhe era peculiar, um altar! Amarra Isaque [que
nada questiona] e levanta a mão para imolá-lo, quando o anjo brada e tudo se
resolve.
Ter fé é obedecer, obedecer é
confiar em Deus, confiar em Deus e executar tudo quanto Ele pede que façamos,
pois a fé sem obras nada é; assim também as obras sem a fé nada é; portanto
para ser como Abraão ‘amigo de Deus’ temos que deixarmos de lado o que achamos
ser certo e fazer-mos o que realmente é certo, e certo é aquilo que Deus nos
pede e nos fazemos.
Deus não nos prova além das
nossas forças, quão forte era Abraão!? E você, eu, quão forte somos? Lembre-se,
Deus está no controle de todas as situações, o final da história todos sabemos,
mas até o fim chegar, Deus proverá.
A obediência de Abraão
Para muitos, obediência e
simplesmente cumprir uma ordem. Para você o que é? Obediência é a palavras que
denota: Cumprimento da vontade alheia, submissão, entre tantos outros
significados.
Mas para Abraão o que era
obediência? Para ele obediência era ter fé, somente confiar em Deus. A
expressão ‘sendo chamado’ [particípio do presente] indica que Abraão obedeceu
ao mandado divino enquanto Deus falava com ele, Abraão obedeceu em quanto à
palavra estava soando em seus ouvidos. 4 [Morris, 1981, 118].
Veja a expressão:
‘Assim partiu Abraão como o
Senhor lhe tinha dito’ – [Gn. 12. 4].
Esta característica de Abraão
e uma prova irrefutável de sua fé, ele obedeceu quando chamado, obedeceu quando
teve de mandar Agar e Ismael embora, obedeceu quando teve de se circuncidar,
obedeceu quando teve de sacrificar a Isaque.
A obediência é o maior
requisito para estarmos diante de Deus, disse Jesus que ser-mos-ia amigo dEle
se lhe obedecêssemos guardando os seus mandamentos. Não adianta ser bonzinho,
caridoso, firme, constante e abundante na obra e não lhe obedecermos.
Ser obediente é ser livre,
Abraão vivia aprisionado pelo pecado, mas pelo chamado de Deus e sua obediência
ele tornou-se livre do pecado. É muito mais fácil, muitas vezes desobedecer do
que obedecer, mas também é muito, mas muito mais prazeroso obedecer, para
obedecermos sempre temos que por e fazer mais força do que para desobedecemos.
Deus não quer que o obedeçamos sem amor, mas também não aceita dizermos que o
amamos sem o obedecermos.
‘Quando a obediência deixa de
ser uma coisa irritante e torna- se uma busca, neste momento Deus nos investirá
de poder’ [Ezra Taft Benson]’.
Todos os avivamentos narrados
nas Sagradas Escrituras começaram através da obediência, haja vista o que disse
Habacuque ‘Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi [obedeci]; aviva, ó Senhor, a tua
obra... ’ [Hb. 3. 2].
Para Abraão sua obediência a
Deus constituía-se não de obrigação, mas de um ato recíproco, Deus me fez alma
vivente, para amá-lo e obedecê-lo, Deus me abençoou para obedecê-lo. Foi por
causa da desobediência de um [Adão] que tudo ficou fora da vontade de Deus [Gn.
3], mas foi por causa da obediência de um [Jesus] que todos os que o aceitarem
e viverem em conformidade com suas palavras, estarão dentro da vontade de Deus
[Rm. 5. 19].
‘Se disseres que amas a Deus
e não obedeces a Ele, mentiroso és’.
As promessas de Deus para
Abraão.
Prometer é uma das
especialidades de Deus. Desde a criação Deus promete algo a alguém. No jardim
do éden, como prova que as promessas de Deus são incondicionais [e bom
lembrar-mos que para Deus prometer não é necessário condição, mas para Ele
cumprir, com certeza, temos que estarmos em conformidade com sua palavra] haja
vista o pecado de Adão ter destituído todos da gloria de Deus, Deus promete
restituir o homem ao seu primeiro estado.
Deus prometeu a Noé que
destruiria o mundo de então com um dilúvio, e isso o fez. Deus promete, Deus cumpre.
Abraão ouviu de Deus varias
promessas, promessas essas que se cumpriram com Abraão em vida, e ainda estão
se cumprindo hoje com Abraão morto. Há um errôneo pensamento que dizem alguns
pregadores que: ‘não morreremos sem que Deus tenha cumprido com as promessas
que nos prometeu’, ou seja ‘quem tem promessa, nas morre sem que Deus tenha
cumprido com o que prometeu’. Se quem tem promessa não morre, onde foi que
Abraão foi uma grande nação [Gn. 12. 2]? Com Abraão em vida teve ele 8 filhos
[Gn. 25. 1 – 7] e ter oito filhos é ter uma multidão como as estrelas do céu? O
escritor aos Hebreus cita que Abraão habitou pela fé na terra da promessa [Hb.
11. 9a]; o interessante é que só com Josué [+/- 500 anos depois da morte de
Abraão] o povo ‘os filhos de Abraão’ habitou na terra que Deus havia prometido
a Abraão. Ainda em hebreus o escritor cita que ‘todos [Abraão, Isaque e Jacó
que eram herdeiros das mesmas promessas] morreram/ sem receberam as promessas
[Hb. 11. 13]’.
‘Abraão pode não ter
desfrutado em via de todas as promessas de Deus, mas, com certeza desfrutou do
Deus das promessas’.
As promessas de Deus a Abraão
tinham uma conotação para o presente e para o futuro:
Far-te-ei uma grande nação.
Onde se cumpre está promessa?
Hoje, na carta aos Gálatas, Paulo cita o cumprimento da mesma [Gl. 4. 28]: ‘Mas
nós, irmão, somos filhos da promessa’ Paulo faz alusão a todos os que receberam
a Jesus e que pela fé tornaram-se filhos de Abraão. Leia Gálatas [Gl. 3. 16,
26, 29].
Abençoar-te-ei.
Em [Gn. 13. 2] escrito está:
‘E ia Abraão muito rico em gado, em prata e em ouro’. Em [Gn. 17. 1] ‘Eu sou o
teu grandíssimo galardão’ preciso comentar? Acho que não.
E engrandecerei o teu nome.
Que promessa maravilhosa, o
próprio Deus que tinha o nome exaltado sobre tudo e todos estava prometendo a
um mortal a posição de notável. Em quanto em [Gn. 11. 4] os homens estavam
tentando fazer um nome para si; Deus os confundiu e os fez dispersar. Aos que
se exaltavam Deus os humilhou-os. No capitulo seguinte Deus está elevando um
anônimo ao estrelato demonstrando assim que os humildes serão exaltados.
Tu serás uma benção.
Esta terceira promessa faz
alusão ao relacionamento de muitos com Abraão, e esta promessa está explicada
no versículo seguinte onde lemos: ‘Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoares’
Em ti serão benditas todas as
famílias da terra.
Permita-me dizer: como a
escolha de servir a Deus pode mudar o rumo da Historia! Gloria a Deus! Se
Abraão não tivesse obedecido a Deus, não existiria [provavelmente] Isaque,
Jacó, José, Moisés, Samuel, Davi, Daniel muitos e muitos outros e Jesus [falando
da linhagem humana do Deus-filho], mas devido à obediência de Abraão e de como
a sua escolha foi importante, Deus através de Jesus que é filho de Davi que é
filho de Abraão abençoa a todos os moradores da terra.
Abraão um homem abnegado.
Abnegação, para muitos parece
ser obediência, mas vai além de obedecer, segundo o dicionário abnegação é a
‘renúncia espontânea do interesse, da vontade, da conveniência própria’.
Deus não trabalha em nós e
por nos, por força ou violência, mas, de forma amável e justa. Abraão era um
homem abnegado pelo simples fato de se doar a Deus em troca de nada, vejamos
que Abraão nunca perguntou a Deus: ‘ – É
longe a terra?’ ‘ – Tem o que comer lá? ‘ – É terra fértil como onde moro?’
Abraão saiu e pronto, seja o
que Deus quiser! Se fosse Abraão um homem interesseiro ficado teria na
mesopotâmia, berço da civilização, uma cidade cosmopolita e altamente
estruturada, em Ur dos Caldeus, onde segundo arqueólogos que descobriram
evidencias de uma civilização próspera, numa cidade rica pelo comércio e que
tinha uma grande biblioteca demonstrando assim uma cultura forte. Mas não,
Abraão sauí sem saber para onde ia e quando receberia as recompensas de sua
escolha.
Quantas e quantas vezes
escolhemos em nosso próprio favor, pensando só em nossos interesses? Imagine se
Abraão tivesse pensado no conforto da casa de seu pai Tera? Se tivesse pensado
nos salões de beleza para Sara, sua esposa? Ou na terra fértil para seu gado?
Não, Abraão pensou no futuro.
‘Quem pensa somente no
presente, no agora, nem passado nem futuro haverá para ele’.
O interesse de Abraão pelos
interesses de Deus, pela humanidade levou Abraão a se desinteressar pelos seus
próprios planos. Pense assim, o plano ou projeto Deus é muito maior que o
nosso. Esqueça de sua vontade e conveniência própria e busque a vontade de Deus
que é ‘boa, agradável e perfeita’ [Rm. 12. 2].
A Humildade de Abraão.
Para o ‘dicionário’5
humildade é a capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou
limitações; é o sentimento de inferioridade; demonstração de respeito,
submissão; Ausência de luxo ou sofisticação, simplicidade, sobriedade; pobreza,
penúria. Uma humilde disposição espiritual.
No paganismo não se tem
qualquer palavra para significar a graça e beleza da humildade. Os termos
correspondentes querem dizer fraqueza e baixeza da alma. A humildade é preciosa
aos olhos de Deus [IPe. 3. 4], Ela revela que mais graça será dada a quem a
possuir [Sl. 25. 9/ Tg. 4.6], ela conserva a alma na tranqüilidade e
contentamento [Sl. 69. 32, 33], e gera a paciência e resignação nos momentos de
grandes infelicidades [Jó. 1. 21]. Jesus nos deu o grande exemplo de humildade
[Fp. 2. 6 – 8]. As maiores promessas de felicidade são feitas aos humildes [Sl.
147. 6/ Mt. 5. 5 / IPe. 5. 5]5.
Para o leitor assíduo da
história de Abraão, não se faz necessário ressaltar a sua humildade, pois ela
está explicita na conduta de Abraão para com Deus e seus contemporâneos. Mas
atente para estas palavras do patriarca:
‘Eis que agora me atrevi a
falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza’ [Gn. 18. 27].
Será possível que um homem
como Abraão, considerado por Deus como Seu amigo, não poderia ter dito a Deus,
‘Deus, sou teu amigo faça assim’ como disse tempos depois Moisés? Como ficaria
seu legado para nós?
Humildade não é maneira de
vestir-se, humildade é testemunho, convivência, mansidão, humildade é manter-se
sóbrio diante de elogios, é não se ensoberbecer. Abraão tinha isso, diante da
oferta do rei de Sodoma ele exclamou: ‘So quero o que Deus me der, para que não
digas que enriquecesse a Abrão’ [Gn. 14. 22, 23]’.
‘Não faz vergonha se
humilhar, vergonha faz se exaltar e depois der humilhado’.
Abraão sabia que seu
engrandecimento provinha de Deus então humildemente responde ao rei de Sodoma
que a vitoria era advinda de Deus e não de suas forças ou de suas estratégias
bélicas. O profeta Miquéias declarou através da revelação lhe dada pelo
Espírito Santo que o homem só pode andar com Deus em humildade. [Mq. 6. 8].
‘Você não perde nada por ser
humilde’. [Pastor Manoel Anizio da Silva]
Abraão, um homem de oração.
A vida de Abraão está cheia
de pontos fortes e dentre estes pontos podemos destacar um sobre oração, é
impossível ser intimo de Deus como foi Abraão sem oração.
Diz a Sagrada escritura que
Abraão aonde chegava construía um altar, e altar fala-nos de oração, de oferta,
de sacrifício. Em [Gn. 12. 8/ 13. 4, 18] a Bíblia relata que neste altar Abraão
invocava a Deus e sempre, tinha uma resposta.
Como estar o nosso altar? No
Antigo Testamento era necessário algumas vezes para ouvir Deus falar ou
responder a presença de um altar/ tabernáculo, um sacerdote ou profeta e uma
oferta ou sacrifício. Hoje com o advento de Jesus, somos nós a oferta/
sacrifício agradável [Rm. 12. 1], o sacerdote real [IPe. 2. 9/ Ap. 1. 6], e o
próprio altar/ tabernáculo.
A Bíblia não revela uma
oração de Abraão como à de Esdras, Neemias, Moisés, Daniel, Davi e tantos
outros, mas mostra-nos claramente que Abraão tinha uma vida de oração, isto
fica claro com a comunhão, o relacionamento entre Deus e Abraão. So através da
oração obteremos comunhão com Deus, e todo o crente que se preza não pode
deixar de orar.
‘Onde você tiver uma tenda
tenha um altar’.
Abraão, o intercessor.
Para corroborar com o
capitulo acima, quero destacar o poder da intercessão na vida de Abraão. Havia
Ló se separado de Abraão e ido habitar no que ele considerou como ‘o jardim do
Senhor (Éden)’ [Gn. 13. 10]. Só que estas terras pertenciam às cidades de
Sodoma e Gomorra. Lá habitando, Ló foi juntamente com as cidades condenadas por
Deus à destruição. Deus como sabia que Ló era família de Abraão informou a
Abraão que destruiria as cidades de Sodoma e Gomorra.
Abraão ciente da situação
cuida de tratar do livramento para seu sobrinho Ló e faz uma bela oração
intercessora em prol de Ló.
Intercessão que dizer,
‘suplica humilde por outrem’, assim sendo Abraão argumenta com Deus, de maneira
humilde que chega a equiparar-se ao nada, ‘sou pó e cinza’.
Que modelo, muitas pessoas
estão fazendo a oração do publicano [Lc. 18. 9 – 14] esquecendo que a humildade
deve constar em todos os âmbitos de nossa vida.
Lembre-se que o pai da fé,
era um homem de uma oração humilde.
Abraão, homem como todo
homem.
Com tantos bons exemplos de
Abraão será que ele não era um super-homem? Não. Abraão era homem como todos os
outros homens que viveram que vivem e que surgirão.
Há momentos na vida de Abraão
em que devemos elogiá-lo, aplaudi-lo e imitá-lo; da mesma maneira que existem
homens e mulheres comprometidos e comprometias com Deus, que buscam acertar;
existem na vida de Abraão momentos reprováveis, situações constrangedoras,
embaraçosas, que causaram um dano no presente de Abraão e no futuro para com a
sua posteridade.
Do mesmo jeito que a Bíblia
revela as ações virtuosas de Abraão, ela revela os erros, a fragilidade e a
covardia de Abraão.
Destoa até da nossa razão um
homem cheio de fé passar por autos e baixos, mas, Deus permite isso para que
saibamos que apesar de agirmos muitas vezes virtuosamente, haverá momentos em
que poderemos cair. Abraão errou, também pudera ele era humano, sujeito as
mesmas paixões ‘sujeito as mesmas paixões [Tg. 5. 17]’ que nós hoje em dia.
Errou a levar Ló consigo
quando da partida da casa de seu pai, da sua terra e de sua parentela.
Pretendia Abraão fazer de seu sobrinho Ló seu herdeiro?
Abraão acovardou-se quando
disse que Sara sua esposa era sua irmã. Ele não mentiu, pois realmente Sara era
sua irmã. Sara era filha do seu pai [Tera] mais de outra mãe [?] [Gn. 20. 12].
E isto fez por duas vezes. Este mau exemplo de Abraão pode ser visto na vida de
Isaque que cometeu o mesmo erro [Gn. 26].
Errou quando aceitou Agar,
escrava de Sara como mulher, para que dela tivesse um filho. Talvez fosse esse
o maior erro cometido por Abraão, ainda hoje se vê reflexos da desarmonia entre
Isaque e Ismael [Gl. 4. 29], o oriente médio vive em guerras constantes em
mulçumanos [descendentes de Ismael] e Israelitas [descendentes de Isaque].
Duvidou de Deus quando Deus
disse que ele e Sara teriam um filho, Sara riu e Abraão exclamou ‘tomara que
viva Ismael diante de Teu rosto!’ [Gn. 17. 18].
Que sirvam de exemplo estes
erros de Abraão para que ninguém pense ser um super crente, Abraão foi sim, um
grande homem e como homem que era ele acertou e errou. Eu, você, nós nunca
seremos um super crente, mas sempre teremos o que é maior do que o super homem
ao nosso lado, Jesus.
‘Meu Deus, me ensine para não errar. Para não
ter que errar para aprender’ [Pastor Manoel Anizio da Silva].
Abraão, o mundo não era digno
dele.
Na carta aos Hebreus do
capítulo [10. 19] ao capítulo [11. 40] o escritor transcorre sobre a
preeminência da Fé. É exatamente em Hebreus que o Espírito Santo revela a
importância e a grandiosidade de Abraão:
‘Homens dos quais o mundo não
era digno’ [Hb. 11. 38].
Em hebreus a proeminência é
sobre a fé dos chamados ‘heróis da fé’ homens e mulheres que ‘venceram reinos,
praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca as bocas dos leões,
apagaram a força do fogo, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os
exércitos dos estranhos. Foram torturados, experimentaram escárnio e açoites,
cadeias e prisões, foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio da
espada, andaram vestidos de peles de ovelha e de cabras, desamparados aflitos e
maltratados, errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da
terra’ [Hb. 11. 33 – 38].
Queridos, a revelação do
Espírito Santo ao escritor aos Hebreus é clara e perfeita, Abraão que consta na
lista dos ‘heróis da fé’ era um homem comum, mas que com a Abnegação a Deus
transformou-se no que hoje vemos, o ‘Pai da Fé’.
O mundo não era digno de
Abraão por que ele era Abraão, mas porque ele desafiou o mundo vivendo em
conformidade com o padrão estabelecido por Deus. Vivia Abraão de maneira
‘sóbria, justa e piamente’ [Tt. 2. 12], neste mundo mau. Tornou-se Abraão uma
parte da ‘tão grande nuvem de testemunhas’ [Hb. 12. 1].
Hoje, Deus não quer que você
seja Abraão, Ele quer que você seja você mesmo, mas que tenha a fé, coragem,
humildade, abnegação, destemor que tiveram os homens e mulheres de Deus e que
teve Abraão.
Não se preocupe com a razão,
com a lógica, com o modelo do mundo, esteja focado em sua fé e naquilo que Deus
tem planejado para você.
Os descendestes de Abraão.
O apóstolo Paulo fazendo
menção das promessas de Deus para Abraão, sita que todos quantos aceitaram a
Cristo são filhos de Deus [Gl. 3. 26] e se aceitaram a Cristo que é a
posteridade de Abraão [Gl. 3. 16], são herdeiros das promessas que Deus
concedeu a Abraão [Gl. 3. 29]. Se somos descendência de Abraão e herdeiros com
ele das promessas, honremos, pois a Deus para que tenhamos cumprido na nossa
vida as atitudes, ou seja, as obras de Abraão. Lembre-se, certa feita os
fariseus disseram ser ‘filhos de Abraão’ e Jesus lhes respondeu: ‘Se fôsseis
filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão’ [Jo. 8. 39].
Se quisermos os privilégios
de Abraão cumpramos as obrigações de Abraão, sejamos fieis perseverantes,
obedientes e abnegados, assim fazendo Deus cumprirá com suas promessas em
nossas vidas.
Abraão, o amigo de Deus.
Diante de todo o exposto dos
capítulos anteriores só me resta asseverar, Deus teve motivos para chamar
Abraão de ‘Meu Amigo’.
‘De motivos a Deus e serás
chamado ‘Amigo de Deus’’.
Disse Jesus: ‘O meu
mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei
servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado
amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer’. [Jo. 15.
12 – 15].
A Bíblia cita três passagens
em que Deus chama Abraão de amigo [IICr. 20. 7/ Is. 41. 8/ Tg. 2. 23], e em
nenhuma delas Abraão está presente não há nenhuma referência indicando que Deus
falou ao próprio Abraão, ‘tu és meu amigo’ mas a encontramos na Bíblia Jesus
isso nos dizendo [Jo. 15. 12 – 15].
Para sermos considerados como
amigos de Deus e necessário cumprir-mos com as palavras de Jesus.
‘Não amemos o mundo’ [Tg. 4. 4].
Abraão não é considerado
amigo de Deus por acaso, mas pelo fato de ter perseverado em segui-lo, Deus
intitulou Abraão com ‘Meu Amigo’.
Bibliografia
01 – Texto extraído da versão
Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada – SBB, 2000.
02 – Titulo extraído do
Comentário Bíblico Pentecostal do novo testamento – CPAD, 2003 – Pág.1614,
1615.
– Todos os textos bíblicos
são da versão Bíblia Almeida Revista e Atualiza.
03 – Extraído da enciclopédia
eletrônica Wikipédia [acessado sábado, 21 fevereiro de 2009].
04 – Extraído do Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento – CPAD, 2003 – Pág.1615.
05 – http://www.priberam.pt
06 –
http://www.bibliaonline.net
2 comentários:
Muito edificante! Lindo... Cresci muito mais!
Exuberante
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