segunda-feira, 24 de outubro de 2016

AUTORIDADE

A concessão de direitos e/ou poderes de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer dada por Deus ao Homem.

Introdução
Imagine um veículo a 120 quilômetros por hora numa rodovia onde o limite é de 80 km/h, agora imagine um homem de 1,60 metros de altura, com um apito nas mãos sinalizando para que o veículo pare, e o veículo para! Isso é um clássico exemplo de autoridade e dentre suas características, a autoridade é acima de tudo reconhecida, notada, não necessariamente imposta; nada tem de igualdade com autoritarismo, totalitarismo, autoridade é divina e se e divida é boa, é agradável, é perfeita, pois ela é fruto da vontade de Deus!

O termo “autoridade” vem do gregoexousia” que também pode ser traduzido por “poder”, dando um entendimento singelo de “liberdade para agir”; já o dicionário eletrônico Priberam da Língua Portuguesa trás a definição advinda no latimauctoritas”, definido como “Direito legalmente estabelecido de se fazer obedecer”; “A pessoa que tem esse direito”; “Valor pessoal”; “importância”; “Autorização”; em fim, numa definição livre, desse autor, autoridade é “a concessão de direitos e/ou poderes de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer dada por Deus ao Homem”, mais um dos muitos benefícios concedidos pelo Criador Bendito à criatura quando o criou, formou e os fez!

Nesse estudo dedicaremos nossa atenção à necessidade de reconhecer, respeitar e obedecer às autoridades constituídas, pois “... não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus (Romanos 13.1)” e quem não reconhece, respeita e obedece, “... resiste à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação (Romanos 13.2)”.

Que Deus conceda-nos mais de sua sabedoria, para que possamos aprender mais e mais para que “vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. Fala disto, e exorta e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze. (Tito 2:12-15)”.

A jurisprudência da Autoridade
Segundo nosso dicionário, jurisprudência é o “conjunto das decisões e interpretações das leis feitas pelos tribunais superiores, adaptando as normas às situações de fato”, em miúdos, é a palavra que define a abrangência, o alcance da autoridade, sendo mais simplista ainda, em tudo há uma “autoridade” que limita, delineia, distingue, congrega, segrega, em fim, a autoridade atua sobre todos os aspectos, sobre todas as áreas e como o assunto é abalizado nas Sagras Letras, vemos a abrangência dela no âmbito espiritual, secular, eclesiástico, doutrinário, litúrgico, social, interpessoal, familiar, conjugal, filial, em tudo!

Na Bíblia vemos diversos tipos de autoridade e como já lemos na introdução, todas foram designas por Deus (Romanos 13:1-7). Exemplos:

Autoridade patriarcal, o pai é a autoridade máxima na família no período patriarcal ele também era uma autoridade religiosa, a exemplos disso temos Abraão, Isaque e Jacó. Vale ressaltar que essa autoridade fica evidenciada logo no decálogo, quando Deus diz: “Honra a teu pai e a tua mãe, (Êxodo 20:12)”.

Autoridade sacerdotal, o sumo sacerdote era o mais alto posto religioso do antigo povo de Israel e posteriormente a época do exílio babilônico era também a mais alta autoridade política do país. O sumo sacerdote coordenava o culto e os sacrifícios, primeiro no tabernáculo, depois no Templo de Jerusalém. A autoridade sacerdotal fica evidenciada nas palavras de Paulo: “E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo.” (Atos 23:4,5)

Autoridade profética, o profeta era outra autoridade religiosa-espiritual, esse era o canal que Deus revelava sua vontade ao povo, dando resposta as orações e dedicações feitas pelo povo à Deus. A exemplo disso temos Moises “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face; nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra. E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel. (Deuteronômio 34:10-12)” e Jesus “E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. (Lucas 7:16)”.

Autoridades governamentais, sejam elas, imperial (imperadores como Nero, Napoleão e etc.), monárquica (os reis Saul, Davi, Salomão e etc.), jurídica (os juízes Otiniel, Gideão, Jefté), legislativas (o escribas Esdras) e autônomas (pessoas que por sua habilidade natural de liderar ao se deparar com uma oportunidade de liderar, exercia influencia, mesmo não sendo constituído por um colegiado superior, como no caso de insurgentes como Absalão, Corá e etc.).

Faz-se necessário entender que para ter alguma autoridade sobre os homens, é preciso distinguir-se deles, não meramente pelo querer, nem exclusivamente pela capacidade, mas pela imputação de Deus, pois se faz necessário reconhecer que ter autoridade sobre si é um sinal de superior humanidade, que ela não advém de nós mesmo, estando ciente que essa autoridade traz consigo a verdade e declara o erro, e não tendo equilíbrio no exercício da mesma, torna-se tirania e é tão ou mais destrutivo do que não ter autoridade alguma.

A autoridade é algo tão poderoso, que muitos sustentam e a defendem com seus argumentos pessoais, descabidos do mínimo conhecimento necessário do que de fato é autoridade, assim constituem achando está abalizado nessa “autoridade pessoal” coisas desnecessárias, e também coisas inúteis; vale salientar que quando nascemos alguns de nós somos destinados a obedecer; outros a mandar.

Na carta aos Coríntios, no capitulo 12 Paulo deixa isso bem claro quando diz:
“Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. Se o pé disser: "Porque não sou mão, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. E se o ouvido disser: "Porque não sou olho, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, há muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você!”“ Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês!” pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honrosos trataram com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta, a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros. Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Têm todos o dom de realizar milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam? (1 Coríntios 12:12-30)”

Está mais do que claro que a autoridade delegada por Deus, em sua essência põe tudo em ordem, é útil e acima de tudo santifica e edifica; como disse o historiador Italiano, Cesare Cantú, “a autoridade é necessária para guardar a liberdade de cada um contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada um”.

“Você se nega a falar comigo?”, disse Pilatos. "Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo?” “Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não te fosse dada de cima. Por isso, aquele que me entregou a ti é culpado de um pecado maior”. (João 19:10, 11). 

Autoridade no lar
Você deve lembrar-se do adagio popular “o costume de casa vai à praça”, pois bem, isso é tão claro em nosso dia-a-dia que dentre as muitas virtudes que o candidato ao ministério deve ter, uma é a do sadio exercício da autoridade no lar “Que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (1 Timóteo 3:4)”. Dentro de casa, cada membro tem suas obrigações e dentro da hierarquia familiar todos devem exercer e proceder dentro dos limites que a autoridade estabelece, Paulo trata isso com muita riqueza na carta aos Efésios: 

Características Gerais (Efésios 5.15-21; 32-33; 6.4): “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo.”

“Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja. Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.”

“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.”

Características dos maridos (pais) (Efésios 5.25-31): “Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo. "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne". 

Características das mulheres (mães) (Efésios 5.22-24): “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.”

Características dos filhos (Efésios 6:1-3): “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. "Honra teu pai e tua mãe", este é o primeiro mandamento com promessa: "para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra".

Há inúmeros textos falando sobre as atribuições de cada membro da família, mas o nosso foco é quanto à autoridade, nesse quesito, nosso cotidiano está repleto de maus exemplos, pais que não exercem a sua autoridade, pais que não sabem da autoridade que tem, pais que rejeitam a autoridade transferindo-as ao governo, parentes e ate mesmo deixando-as a mercê dos filhos, não lhes impondo limites; isso sem falar que em todos os níveis de relacionamento familiar há uma resistência à autoridade legada por Deus a cada membro. Há falhas na observância do marido para com a esposa e os filhos, da esposa para com os filhos e marido e dos filhos para com seus pais! Essa inobservância acarreta em ônus para todos, para a família, haja vista que resistir à autoridade é resistir a Deus (Romanos 13.2) e resistir a Deus, é atrai para si as consequências da desobediência!

É preciso estar ciente que a figura do pai é responsável por estabelecer o padrão de amor na família (Maridos, amem) ele deve exercer a autoridade em amor, já a mãe é a responsável pelo padrão de obediência (Mulheres, sujeitem-se) isso reflete nos filho e na família, exercendo a autoridade em abnegação. Na família a disciplina também está presente como exercício da autoridade, “Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, (Provérbios 1:8)” ressalta-se aqui o papel da mãe, exercendo papel fundamental e não excluindo o pai, pois o que ela faz, é uma extensão da autoridade do pai no lar. É preciso que o marido e pai assuma a liderança nesta área da família e a esposa e mãe deve estar em submissão. Essa responsabilidade compartilhada é estabelecida de duas maneiras: Primeiro, o que os pais não devem fazer: “não provoqueis a ira a vossos filhos (Ef. 6:4)” é evidenciado aqui a necessidade de moderação, não devendo discipliná-lo em excesso ou reinar em terror, pois como consequência, o filho só conseguirá reagir num rompante cego de ira. Segundo, o que os pais devem fazer “criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”, “criar” aqui envolve subjetivamente envolve os três estágios da disciplina, a disciplina normativa, a disciplina corretiva e a disciplina punitiva, exemplificada aos (Hebreus 12:5-6):

Norma: “Já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos”.

Correção: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido”.
Punição: “o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho”.

O exercício da autoridade no lar é eficaz quando aplicada com a observância do padrão bíblico, acima de tudo, a autoridade deve ser aplicada pelo exemplo, para que transpassado os limites estabelecidos, a disciplina seja atuante e eficaz “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar. (Provérbios 19:18)”.

A autoridade na Igreja
Como disse no inicio do artigo, a autoridade é algo que está em todos os níveis da sociedade, assim sendo não poderia deixar de estar na Igreja! Cabe ressaltar que a autoridade máxima da Igreja é Jesus, o qual deixa isso bem claro quando fala aos discípulos sobre a mesma “a minha igreja” (Mateus 16:18)”, tendo Ele próprio dado muita coisa a Igreja, mas a Igreja não deu a ninguém “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; (Efésios 4:11,12)” e isso fez para edificação! Com a facilidade de informação muitos estão “se informando” em entendimento, é cada dia maior o número de “crentes” que não se sujeitam aos líderes e pensam que estão certos, usam ate argumentação bíblica “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. (Atos 5:29)”; estes não respeitam pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos, dirigentes, todo e qualquer líder designado pelo ministério da igreja local, agem contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus; sem temor algum, julgam e rotulam qualquer liderança firme, segura, doutrinaria de coronelista, e classificam-na como doutrina de homens! 

A Bíblia mostra Deus delegando ao homem a autoridade de pastoreio do rebanho cujo sumo pastor é Jesus (1 Pedro 5:4), o próprio Deus, e isso Ele fez “querendo o aperfeiçoamento dos santos (Efésios 4:12)” essa autoridade dada por Jesus, está muito bem definida, em outras palavras, está perfeitamente hierarquizada, além de está estabelecida a ordem de prioridade!

O estabelecer da hierarquia na Igreja por Jesus demonstrar claramente que Deus é ordeiro, Deus é Deus de ordem! Esse princípio divino da hierarquização aparece em várias outras passagens neotestamentárias. Em 1 Coríntios 14:26, vemos que, no culto coletivo a Deus, deve haver ordem. Quanto à ressurreição, está escrito: “Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Coríntios 15:23). E, no Arrebatamento, tal princípio também será aplicado: “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens” (1 Tessalonicenses 4.17). Em 1 Tessalonicenses 5.23, vemos que Deus prioriza o espírito, na santificação, em seguida a alma e por fim o corpo. 

No tocante a hierarquia, de cargos e ministérios na igreja, existe não para que o portador de certo dom e ministério se considere superior aos outros, e sim para que haja ordem os obreiros são homens de Deus, enviados por Ele, com grande autoridade, e não autoritarismo, que formam a liderança maior da igreja e isso independentemente dos títulos empregados pelas denominações (se pastores, se bispos, se apóstolos, se reverendos e etc.) não se deve confundir títulos com ministérios e dons, títulos são dados pelos homens já os ministérios e dons, somente o Espírito Santo dá (1 Coríntios 12; Efésios 4:11-15).

Há uma ordem expressa de Deus em sua palavra para obedecermos à liderança da Igreja, “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas... (Hebreus. 13.17)” o pastor aqui pode ser entendido como toda e qualquer autoridade espiritual que está há frente do trabalho, serve para o dirigente da congregação, para o dirigente do culto, para o líder do conjunto, devemos obedece, pois quem obedece vive mais!

Temos inúmeros exemplos bíblicos de desobediência, insubordinação relatados na Bíblia que é de admirar que os tais “informados” ignorem o fim dos desobedientes, enquanto que a orientação para o líder é orientar e suportar, a do liderado é somente obedecer, e o mesmo não o faz! Não pense você que o líder não tem limite, sua autoridade também tem limite, mas ainda que o mesmo ultrapasse esse limite, não devemos nós os liderados, corrigir ou punir esse líder, mas sim, entender que há sempre um líder do líder, e um ministério, presbitério que o fará em conformidade do padrão bíblico. 

Paulo em sua sabedoria e inspirado pelo Santo Espírito escreveu aos Tessalonicenses, algumas das obrigações de todos os crentes para com o que exerce a autoridade na Igreja, bem como, o que exerce autoridade:

“Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-vos uns aos outros, como também o fazeis. E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós. Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos. (1 Tessalonicenses 5:11-15)”.

A rebeldia ou insubordinação a autoridade na Igreja é um infeliz caminho para os que trilham por ele, assim como foi como Mirian (Números 12 1-10), Como Corá, Datã e Abirão (Números 16), nem como Janes e Jambres que resistiram a Moisés 2 Timóteo 3:8, mas temos também o bom exemplo dado por Davi, “E disse Davi a Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem estendeu a sua mão contra o ungido do Senhor, e ficou inocente? (1 Samuel 26:9)”.

É importante estarmos cientes de que, podemos discordar de tudo e de todos, mas temos que por educação e formação, respeitarmos a tudo e a todos! Precisamos entender que, para exercer liderança (exercício da autoridade), o obreiro precisa ser forte e corajoso para não ser vencido pelos murmuradores, observando que obedecer é melhor que sacrificar e tornar claro que os líderes precisam de apoio, estímulo e amizade dos liderados, pois a autoridade que exercem é para a comunhão do corpo de Cristo, do qual ela também é membro!
Enfim, a autoridade eclesiástica visa ao benefício (edificação e santificação) da igreja em sua organização e disciplina. Deus instituiu as lideranças pastorais para cuidar do Seu rebanho enquanto peregrinam fielmente aqui na terra. Orar por essas lideranças é dever do povo de Deus; apoiá-los é de total responsabilidade da igreja, enquanto eles estiverem no caminho do Senhor; ajudá-los é a nossa maneira carinhosa de dizer-lhes muito obrigado, e entendermos o quanto é fundamental para a divulgação e expansão do Reino de Deus.

A autoridade na sociedade
As credenciais desse mundo são as piores possíveis, “o mundo está no maligno. (1 João 5:19)”, somente essa declaração de João é suficiente para que não amar o mundo, nem o que no mundo há, pois se amarmos o mundo, não teremos o amor de Deus (1 João 2:15), mas o mundo aqui não é o globo Terra e sim o sistema que opera nele! 

Você pode ate se questionar e questionar, mas o poder das autoridades governamentais, em última análise, provém de Deus de Quem vem toda a autoridade. É a Ele que darão contas dos seus atos, e não aos seus próprios subordinados. As autoridades governamentais não são o inimigo contra quem o cristão deve combater, mas sim, as “forças espirituais do mal nas regiões espirituais”, sendo o diabo o “príncipe deste mundo” (Efésios 2:2). O cristão deve tributar às autoridades governamentais o que lhes for devido, com temor e honra, e estará, portanto, faltando com o seu dever se falar, ou agir de forma desrespeitosa ou rebelde contra elas. A Bíblia nos informa que injuriar, difamar ou rejeitar as autoridades é a atitude dos “mestres ímpios” conforme identificada por Judas, o irmão do Senhor Jesus. Eles “Rejeitam as autoridades e difamam tudo o que não entendem”. “Nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse 'O Senhor o repreenda! '” (Ver. 8 a 10 - NVI). O crente deve se submeter às leis do país em que vive, salvo se, ao cumpri-las, ele estiver desobedecendo a Palavra de Deus.
Há dois textos que poderíamos dizer que são áureos no trato desse assunto, um é Romanos 13:1-7 e o outro é 1 Pedro 2:11-18, esses textos deixam claro:

Toda autoridade vem de Deus (Romanos. 13:1);

Todos devem estar sujeitos às autoridades (Romanos. 13:1);

Resistir à autoridade constituída é resistir a Deus (Romanos. 13:2);

Resistir à autoridade constituída é trazer sobre si a condenação (Romanos. 13:2);

A autoridade é para nosso bem (Romanos. 13:3-4);

A autoridade é para punir os maus (Romanos. 13:3-4);

Não devemos nos sujeitar por medo do castigo, mas pela consciência (Romanos. 13:5);

A obediência deve ser por amor (1 Pedro 2:13);

Obedecer aos bons e aos maus (1 Pedro 2:18);

Aqui temos as respostas das perguntas:

- Porque obedecer às autoridades? 
“Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. (Romanos 13:1, 2)”.

- Os cristãos têm que obedecer às leis da terra?
“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma; tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem. Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem. porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei. Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus. (1 Pedro 2:11-18)”.

- Devemos obedecer ao governo que Deus põe sobre nós?
“Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. (Romanos 13:3-5)”.

- Há alguma ocasião em que não devamos obedecer às leis da terra?
Sim! Quando a ordem das coisas são contrarias as ordens de Deus, “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. (Atos 5:29)”.

- Como cristão, posso questionar ou mesmo confrontar autoridades constituídas?
É preciso analisar muito cuidadosamente esse quesito, se a autoridade se opõe aos princípios de Deus, que a instituiu, perdeu seu sentido de ser, pois a autoridade deve passar pelo crivo: promove o bem e castiga o mal (“Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. (Romanos 13:3, 4)”); se a resposta não pode ser afirmativamente a essas assertivas, essa não é uma autoridade passível de repreensão, de questionamento, cabe também entender que, não é o que digo, nem o que faço, mas como faço e como digo, que nos dá a medida correta para fazermos o que tem que ser feito, para dizermos o que tem que ser dito! Cuidado, pois mesmo repreendido ou questionado ele permanece autoridade ate ser destituído. “O coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra coisas más. (Provérbios 15:28)”. Lembremo-nos de João Batista confrontando o grande Herodes e denunciando seus pecados (Mateus 14). O resultado foi que ele sofreu, foi preso e decapitado, perdeu a vida, mas não perdeu a moral a escolha é sua!

- Se toda autoridade vem de Deus, como explicar Hitler, que matou milhões de pessoas e crianças inocentes?
Deus concedeu a autoridade, não as atrocidades, é preciso entender que ele estabeleceu o poder atribuído ao cargo e não o exercício desse poder e é juntando a fala de três homens que entendemos o que acontece com quem está no poder:

autoridade (poder) ao homem, e descobrirá quem ele realmente é (Maquiavel).

Todo homem investido de autoridade (poder) é tentado a abusar dela (Montesquieu).

Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe autoridade (poder) (Abraham Lincoln).

Enfim, Deus concedeu a autoridade, não o autoritário homem; instituiu o governo, o povo elegeu o governante! Há inúmeros casos bíblicos (I Reis 13; I Reis 16:1-7; I Reis 18:1-19; Jeremias 22:1-9), mas em todos estes, as atrocidades foram por não estarem em conformidade com Deus!

A autoridade de Jesus
É maravilhoso ler sobre a autoridade de Jesus, e são tantos textos que fica difícil falar somente de um, mas sendo objetivo vamos analise de alguns, o primeiro está explicitamente ligado à autoridade que Jesus tinha sobre tudo:

“E tornaram a Jerusalém, e, andando ele pelo templo, os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos, se aproximaram dele. E lhe disseram: Com que autoridade fazes tu estas coisas? ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas? Mas Jesus, respondendo, disse-lhes: Também eu vos perguntarei uma coisa, e respondei-me; e então vos direi com que autoridade faço estas coisas: O batismo de João era do céu ou dos homens? respondei-me. E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que o não crestes? Se, porém, dissermos: Dos homens, tememos o povo. Porque todos sustentavam que João verdadeiramente era profeta. E, respondendo, disseram a Jesus: Não sabemos. E Jesus lhes replicou: Também eu vos não direi com que autoridade faço estas coisas. (Marcos 11:27-33)”
Nós bem sabemos donde vinha essa autoridade de Jesus "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar". (Lucas 10:22)”; “E deu-lhe o poder (autoridade) de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. (João 5:27)”, e Ele a exercia de diversas formas, seu ensinamento era com autoridade “Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas. (Mateus 7:29)”, seu ensinamento incomodava aos lideres pecadores de Israel, mas maravilhava os simples de coração “E admiravam a sua doutrina porque a sua palavra era com autoridade. (Lucas 4:32)”; suas ordens eram com autoridade “E veio espanto sobre todos, e falavam uns com os outros, dizendo: Que palavra é esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem? (Lucas 4:36)”.

Em Lucas 7:1-10 a autoridade de Jesus é reconhecida, um por um homem que também tinha autoridade! Um centurião romano manda um pedido de ajuda a Jesus “pedindo-lhe que fosse curar o seu servo (Lucas 7:3)”, mas acompanhava uma declaração fantástica, cuja mesma maravilhou Jesus “Senhor, não te incomodes, pois não mereço receber-te debaixo do meu teto. Por isso, nem me considerei digno de ir ao teu encontro. Mas dize uma palavra, e o meu servo será curado. Pois eu também sou homem sujeito a autoridade, e com soldados sob o meu comando. Digo a um: ‘Vá’, e ele vai; e a outro: ‘Venha’, e ele vem. Digo a meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz". (Lucas 7:6-8), as palavras do centurião reconhece que ter autoridade sobre si é um sinal de superior humanidade, e que ela não advém de nós mesmo ao dizer que “eu também sou homem sujeito a autoridade”, ele reconhece que tinha alguém que o legou tal poder, mas via em Jesus, um poder inimaginável que julgou ser indigno de estar perto dele, e Jesus sabia que o exercício da autoridade que tinha, em sua essência perfeita, mostrava ao um homem de autoridade que alguém de maior autoridade deve estar perto de toda a humanidade! A grandiosidade de Jesus não somente consistia em seu quem era, mas fazer como ele fazia! Quantas autoridades tocariam num leproso? Jesus tocou (Mateus 8)! Quantas autoridades se relacionam com pobres e pecadores? Jesus, sim (Lucas 7:34)! Jesus exerceu sua autoridade somente em admirar a declaração do centurião, ao voltar para casa, o servo do mesmo estava curado!

A autoridade que Cristo tinha revelava a sua divindade, messianidade, coisa que os religiosos da época ficaram estupefatos, porque isso? Em Israel, os rabinos ensinavam que somente o Messias quando viesse, ele teria poderes que aos homens não foram dados, embora tenhamos registro de inúmeros milagres e curas realizado no antigo testamento, três milagres jamais existiram em Israel, e esses milagres, asseveravam os rabinos que somente o Cristo realizaria, os quais são, a cura do Leproso (Mateus 8:2-4, Marcos 1:40-45 e Lucas 5:12-16), a expulsão de um demônio surdo-mudo (Mateus 12:22-37 e Marcos 3:19-30) e por fim, a cura do cego de nascença (João 9: 1-41), esses milagres eram atribuídos somente ao Messias, ao realiza-los, Jesus declarou aos eruditos religiosos de sua época, que Ele era o Messias, não pode dizer, ser, mas por fazer o que somente o Messias podia fazer, e que eles mesmos ensinaram por anos e anos!

A autoridade de Jesus diverge dos demais homens, pelo simples fato de ser Ele mesmo o autor e outorgador da autoridade aos homens, e não somente isso, por que sua autoridade é exercitada na pratica, assim como na fala e obedecida ate pela natureza! 
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“E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem? (Mateus 8:27)”.

“E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem? (Marcos 4:41)”.

“E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? (Lucas 8:25)”.

Conclusão
Muitos de nós não temos plena capacidade de entendermos o que de fato é autoridade ate que sejamos repreendidos por uma ou por ela, mas como servos de Deus, “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. (Hebreus 2:1)” a expressão máxima da autoridade é Cristo e seu legado, ou seja, sua Palavra, sua Igreja! Sujeitemos, pois a Deus (Tiago 4:7), e sujeitar-se a Deus é atentar para sua autoridade e para as autoridades que ele concedeu-nos: 

“Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. (1 Coríntios 15:27)”.

 “Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam, e estejam preparados para toda a boa obra; (Tito 3:1)”.

“Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior; (1 Pedro 2:13)”.

“De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. (Efésios 5:24)”, Estar sujeito “... não somente pelo castigo, mas também pela consciência. (Romanos 13:5)”, pois devemos isso fazer no temor, “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. (Efésios 5:21)”, sem se esquecer de que “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. (Atos 5:29)”!

Que Deus nos conceda mais e mais de sua graça e sabedoria para sermos como temos que ser, a entendermos que submissão está estritamente ligada a autoridade e obediência, e isso é sadio quando exercido com amor e respeito, pois assim Deus o quis, sendo ele mesmo detentor de toda autoridade!

- Gustavo Clemente