domingo, 29 de dezembro de 2013

ABRAÃO O AMIGO DE DEUS.

Introdução

Há os que dizem que o cão é o melhor amigo do homem, outros que cantam que o amigo é ‘coisa’ para se guardar do lado esquerdo do peito, mas você o que diz? Que qualidades você enxerga nos seus amigos? Você tem amigos? O que é necessário para ser um amigo? Quais as virtudes para ser amigo? Não existe ‘amigo bom’ ou ‘amigo mau’, ou se é amigo ou não.

Diz as paginas afogueadas do cânon sagrado que ‘O homem que tem muitos amigos pode congratular-se [Pv. 18. 24]’ e diz mais, o ‘amigo na angústia vira irmão [Pv. 17. 17]’ e este amigo é ‘mais chegado do que um irmão [Pv. 18. 24]’.

Quais as virtudes de Abraão para tornar-se ‘o amigo de Deus’? Será que Abraão nunca errou, pecou, mentiu, enganou, cometeu falhas que causou danos a outros? Era Abraão perfeito e por isso Deus o considerou como seu amigo?

Diante de tantas indagações a Bíblia responde ‘e foi lhe imputado por justiça [Gl. 3. 6]’ Abraão tinha defeitos como eu e você, era ‘sujeito as mesmas paixões [Tg. 5. 17]’, mas perseverou em servir, honrar, temer, adorar e acima de tudo obedecer somente a Deus, e, por tudo isso e muito mais, tornaram o perdido em Ur dos caldeus a conhecidíssimo na historia e na eternidade.

Que no transcorrer deste estudo abalizado nas Sagradas Escrituras Deus, venha a corroborar o nosso entendimento para que sejamos cheios do conhecimento da sua vontade, em todos os aspectos com toda a sabedoria e inteligência para agradarmos a Deus e assim entendermos que já não somos mais servos, mas, amigos de Deus [Jo. 15. 15].

Abrão / Abraão.

Quem era Abrão? Porque teve Abrão seu nome mudado por Deus para Abraão? Abraão tornou-se um marco na vida de muitos estudiosos da Bíblia, devido a sua vida humilde, abnegada e fiel a Deus em meio às dificuldades.

A Bíblia reserva em Gênesis apenas dois capítulos para a história da criação do cosmo ou a reorganização do estado caótico; um capítulo para a queda do homem, mas reserva treze capítulos só em Gênesis para a história de Abraão, sem levarmos em conta que ele também é citado em outros dois capítulos de Gênesis e em quase toda a Bíblia, quer no Antigo Testamento como no Novo Testamento.

Abrão teve o seu nome mudado por Deus por um simples motivo, o nome representava tudo o que a própria pessoa era e significava na sociedade, nos tempos bíblicos o nome era tão importante como a pessoa, seu nome designava o seu futuro, apagar o nome de alguém era a mesma coisa que matá-lo; assim sendo Deus queria fazer de Abrão [pai enaltecido], Abraão [pai de uma multidão], Abrão se dominava, Abraão dependia de Deus única e exclusivamente; Abrão tinha o pai como líder, Abraão tinha a Deus como líder, que era o Todo-Poderoso, Abrão nunca teria filho [devido à esterilidade de Sarai sua mulher que também teve o nome mudado por Deus], mas Abraão viria a ser uma grande e poderosa nação, ser Abrão é ser autossuficiente, ser Abraão é ser totalmente dependente de Deus.

Abraão é considerado por muitos estudiosos o ‘pai do monoteísmo’.

Abraão é lembrado em três das maiores religiões do mundo de então: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Abraão, perdido em Ur dos Caldeus.

Como habitante de Ur dos caldeus, região da Mesopotâmia, [Mesopotâmia essa que muitos a consideram ‘o berço das civilizações’, de cultura muito diversificada, devido à variedade dos povos que ocupavam a Mesopotâmia na época, eram eles: os sumérios, os acádios, os amoritas ou antigos babilônios, os assírios, os elamitas e os caldeus ou novos babilônios, com deuses extremamente numerosos, deuses estes que eram representados à imagem e semelhança dos seres humanos; o sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais, também eram cultuadas. Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os sumérios algumas divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o mal, tanto que adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações]³.

Imagine com tanta idolatria Deus escolher um homem, podemos assim dizer idolatra [Js. 24. 2], mas, havia algo diferente em Abraão, seria o fato do mesmo, mesmo em terra politeísta, adorar ao único Deus verdadeiro?

Paulo cita: ‘Do céu se manifesta à ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detém a verdade em injustiça; por quanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis’ [Rm. 1. 18 – 20].

Nesta passagem me aflora o pensamento que Abraão mesmo num antro politeísta estava inclinado ao Deus ‘até em tão’ desconhecido [At. 17. 23], no interior dele havia a centelha monoteísta que possivelmente o levou a Deus [Ne. 9. 7, 8], haja vista Deus conhecer o homem melhor que o próprio homem [Sl. 139]. Mesmo morando numa terra pagã, mas com um coração voltado para Deus [Ne. 9. 7, 8], [Neemias em sua oração inspirado pelo Espírito Santo revela que Deus achara o coração de ‘Abraão fiel diante dEle’]; ainda que inconscientemente, como o escultor do altar ao Deus desconhecido que viu Paulo em Atenas, Abraão foi achado por Deus, escolhido e eternizado nas Sagradas Escrituras como o ‘amigo de Deus’, tudo isso porque viveu de forma íntegra e abnegada a Deus.

A chamada de Abraão.

Nos capítulos anteriores ao chamado de Abraão, Deus está andando com um homem santo, Enoque e escolhendo um homem Justo, Noé no meio de uma geração perversa [IPe. 2. 5 – 6], mas agora Deus está escolhendo Abrão, quais as credencias ou o que levou Deus a escolhê-lo? Deus que não respeita a aparência do homem [ISm. 16. 7; Gl. 2. 6] ciente que em Abraão viria ser uma grande nação, chama a Abrão.

‘Deus ao chamar Abraão mostra que servi-lo e segui-lo é renunciar a tudo, e todos’.

De forma abrupta o escrito inicia o diálogo entre Deus e Abraão com pedidos e promessas. Deus não precisou de condições para prometer nada a Abraão, mas, fica muito claro e evidente que se faz necessário por parte de Abraão que, para o cumprimento das promessas, Abraão teria que permanecer fiel a Deus [Gn. 17. 1].

‘Sai da tua terra: Renúncia social’

A primeira frase descrita pela Bíblia que Deus disse a Abrão condicionava a Abrão que estar vinculado a Ele [Deus] era estar desvinculado dos moldes mundanos de até então. Era padronizar-se ao modo divino, viver em conformidade com os padrões morais e éticos do céu, deixando de lado os costumes de outrora e seguindo a nova vida debaixo do beneplácito da vontade de Deus. Deus estava conclamando Abraão para ser seu amigo, seu vizinho, seu conhecido, seu patrão, seu sócio e tudo o que diz respeito ao bom relacionamento interpessoal.

‘Sai da tua parentela: Renúncia familiar’

Nesta segunda renúncia, Deus dizia à Abraão que seria muito mais que ele podia esperar, Deus seria para Abraão um verdadeiro pai, confortando, consolando, conversando, provendo, cuidando, guardando e protegendo do mal.
Deus supriria toda necessidade afetiva dele, toda a necessidade de convivência entre pais e filhos, primos e primas, amigos e amigas, e etc. Deus seria muito mais do que um mero deus pagão, Ele seria tudo para Abrão [Gn. 15. 1].

Deus queria mostrar a Abraão que estar com Ele é mais importante que estar com tudo e com todos.

‘Sai da casa de teu pai: Renúncia religiosa’

Abraão na casa do pai tinha a direção do pai, a religião do pai, estava moldado aos ditames introduzidos pelo mundo de então através do pai que na tal civilização era inquestionável e sua palavra era a primeira e a ultima.

Deus precisava que Abraão inteiramente estivesse confiando firmemente nEle, que as opiniões de Abraão fossem à opinião proveniente do bom relacionamento entre Deus e ele. A orientação de Tera era adoração prostituída, a de Deus seria viva, sacrificial e santa, voltada ao Deus vivo, santo, justo e bom.

‘Vai à terra que te mostrarei: Renúncia dos ideais’

Conforme a descrição de Paulo aos Gálatas, os diálogos entre Deus e Abraão teria sido a primeira pregação e/ou revelação do evangelho [Gl. 3. 8]. Deus estava ensinado a Abraão que era necessário renunciar a sua fé [prostituída devido ao politeísmo existente na Mesopotâmia] e aceitar o padrão ético celestial seria muito mais prazeroso. Renunciando seu ideal Abraão entendia que existia [e existe] um colossal abismo entre a religião e a fé pura em Deus [que segundo Paulo seria o evangelho no momento revelado a Abraão].

‘A religião é a força do homem para chegar a Deus e o Evangelho é o poder de Deus para chegar ao homem’.

Diz o escritor aos Hebreus (11. 8) que ‘pela fé, obedeceu, e saiu sem saber para onde ia’;

Até então Abrão incentivado pelo pai e por suas convicções ia e via como bem entendia, tomava as decisões e ora acertava, ora errava como todo ser humano que se preza, mas com o advento da chamada divina ele precisava entrar no eixo da dependência divina e na mesma hora que Deus o mandou sair para um lugar que seria mais tarde revelado, ele saiu prontamente, sem saber para onde ia, mas, sabia com quem ia. 

Renunciando seus ideais, Abraão entendia que Deus estava a dizer-lhe: ‘Eu sei aonde tu podes chegar pelas tuas forças e sei aonde vais chegar com minha presença’.

Pelas suas forças Abraão, chegou a Harã, ao Egito e com a presença de Deus, Abraão “habitou pela fé na terra da promessa” [Hb. 11. 9].

Cada um desses requisitos revelados constituía-se verdadeiramente em uma mudança por completo a vida de Abraão; deixar tudo para trás, e sair em busca do propósito divino.

‘Abraão saiu sem questionar’.

A fé de Abraão.

O que é Fé? Fé, segundo a Bíblia é:

‘Firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem e sem ele e impossível agradar a Deus’ [Hb. 11. 1, 6].

Embora a palavra fé apareça no Antigo Testamento uma única vez em Habacuque [Hc. 2. 4], na vida de Abraão ela aparece implícita como ‘confiança’, ‘creu’ pois a palavra fé entre tantos significados significa: confiar, acreditar, crer. Sempre que a Bíblia fala que Abraão confiou, está literalmente dizendo: Abraão teve fé.

A fé implica uma disposição de alma para confiar em outra pessoa. Difere da credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não Lhe é contrário. A credulidade alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual.

‘A fé tem uma razão que a própria razão desconhece’ [Desconhecido].

A fé é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso. A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra.

‘Abraão demonstrou fé num futuro incerto, fé na promessa impossível e fé na prova fatal’.

Deus tinha um plano a cumprir. Os filhos de Adão falharam; os filhos de Noé, também, mas Abraão com a graça de Deus em sua vida não falhou, dentro do plano divino.

Deus é Absoluto, Auto Existente, Soberano, Todo-Poderoso, assim sendo Ele [Deus] não depende de nada nem de ninguém. Mesmo assim Deus precisa da ajuda de homens e mulheres que se mantenham fiéis a Ele e ao seu propósito na terra. Deus viu em Abraão isso e não desistiu dele.

‘Demonstre a Deus a fé necessária para realizar o que Ele tem para realizar através de você e você fará coisas com Deus extraordinárias como fez Abraão’.

‘Fé, no futuro incerto’ ².

‘Saiu sem saber para onde ia’.

É muito fácil hoje fazer uma viagem para um lugar que não conhecemos, é só comprar-mos um mapa ou acessar a internet e saberemos as pistas, estradas, à distância e até quanto tempo gastaremos para lá chegarmos.

Nos diz a Bíblia, que Abraão saiu sem saber para onde ia [Hb. 11.8c].

‘Saiu sem saber para onde ia, mas sabia com quem ia’.

Lembro-me que certa vez que fui convidado por Marcelo, um amigo meu a ir com ele, que me disse: - vamos ‘ali’. Fui com ele e saí da Avenida Paissandu no bairro da ilha do leite para a Av. Dantas Barreto, no centro do Recife [de carro levaria apenas 10mim para percorrer os 3,5km de distância do ponto de partida ao ponto final em pleno sol de meio-dia], mas para infelicidade e nostalgia [hoje] minha, fomos a andando e no caminho sempre perguntava: ‘ – Já estamos pertos?’ E ele respondia é ‘ali’. Eu perguntava aonde é? E ele respondia: é ‘ali’. Tinha entre 14 anos de idade quando me ocorreu este fato nostálgico.

Voltemos ao texto sagrado, pense comigo, Abraão tinha 75 anos quando Deus o comissionou [Gn. 12. 4] para caminhar no deserto, sem pai, sem parentes, sem amigo, sem ninguém para orientá-lo; Abraão tinha a orientação do pai no cap. 11. e o verso 31 diz a Bíblia que Tera pai de Abraão o tomou e o levou/ guiou até Harã, mas agora era diferente não tinha papai nem mamãe era só Abraão e Deus.

Abraão deixou a segurança do lar e as certezas que tinha em casa, para ir, em obediência ao mandado de Deus, em busca do desconhecido por ele, Abraão, até então saiu de casas bem estruturadas para habitar em cabanas.

Pense nisto, Deus muitas vezes nos tira daquilo em que mais estamos seguros para mostra-nos que a segurança é Ele, o próprio Deus, Ele é ‘O Deus todo-poderoso’; sem Deus você pode ir a algum lugar, mas com Deus você chega ao lugar do repouso, a terra do leite e mel.

Confie em Deus e Ele Lhe levará ao lugar que está reservado a você. Abraão confiou no futuro determinado por Deus e por isso hoje ele é o ‘amigo de Deus’.

‘Fé, na promessa impossível’ ².

‘Far-te-ei uma grande nação’.

Parafraseando: se fosse eu podia a ter te pensado ou questionado: ‘ – saí para onde não conheço tudo bem, mas ser pai de uma nação sem nenhum filho e aos 75 anos é demais!’ É um pensamento que me vem à cabeça quando leio está expressão, mas graças a Deus que Abraão não era eu.

Segundo o escritor aos Hebreus [Hb. 11. 12] ele nos diz: ‘e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu’ para Sara que estava próxima aos 90 anos, e já haviam cessado o costume da relação sexual entre ela e seu senhor, haja vista a própria exclamar: ‘terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor velho’ [Gn. 18. 12], como para Abraão isso era impossível.

Tudo o que havia sido dito por Deus a Abraão, entendo eu, foi de algum modo assimilado, mas, ser pai de uma multidão ai o caso é mais serio. Só que, quem prometeu é fiel e para Ele nada é impossível, para Abraão e Sara era impossível, sim; para Deus não. Sara riu, Deus prometeu e Abraão creu, e isso lhe foi ‘imputado por justiça’.

Amado, podem até rirem das promessas de Deus na tua vida, faça como o patriarca Abraão, creia, nas duvide, creia, não critique, creia, não questione, creia, creia. Deus que não pode mentir é o que prometeu, e se Ele prometeu, Ele cumpre.

No tempo determinado Isaque nasceu e a promessa que parecia impossível aconteceu, pode parecer impossível, mas não é. A especialidade de Deus é fazer possível o impossível. Fazer Abraão acreditar no impossível não foi fácil, mas foi amaneira de Deus mostrar-lhe que nada, absolutamente nada lhe é impossível.

‘confie em Deus e Ele terá motivos para confiar em você’.

‘Fé, na prova fatal’ ².

‘Toma o teu único filho Isaque, a quem amas/ oferece-o’[Gn. 22. 2].

Cem anos de espera e Deus pede a Abraão o seu melhor em sacrifício, aquilo que ele mais amava. Por quanto tempo você tem esperado pelo que Deus lhe prometeu? 

Deus estava com esse pedido fazendo com que Abraão demonstrasse total abnegação em seu relacionamento com Deus. Deus estava revelando ao mundo que Abraão tinha um amor impar, singular por Isaque seu único filho, mas que Deus teria de estar em primazia em sua vida.

Abraão tinha 100 anos, Sara 90, a Bíblia não nos revela a idade de Isaque, mas, para seus pais pouco importava a idade diante do pedido divino. Abraão ouviu o pedido de Deus em na sua mente provavelmente passou uma história singular: ‘Quem era eu? Perdido em Ur dos Caldeus, no meio de uma geração perversa e politeísta, mais um no meio da multidão, Deus me apareceu e me enviou para onde hoje estou e me fez varias promessas, dentre elas a de ser pai de uma multidão de nações, disse que de mim procederiam, reis e rainhas, que abençoaria os que me abençoasse e amaldiçoaria os que me amaldiçoassem, passei 75 anos sem filhos e sem esperança, depois fui animado por Deus que me prometeu um filho, um milagre, depois de minha esposa ter cessado os costumes das mulheres e já estar eu amortecido, velho. E deste meu filho procederia ou continuariam Deus com o projeto de abençoar as famílias da terra. Disse-me Deus que em Isaque seria chamada a minha descendência, que a promessa de ser abençoado se estenderia a Isaque e que a aliança feita comigo passaria a ele. Como pode Deus pedir que sacrifique o meu único filho? Como pode Deus pedir-me tal coisa?’

É fácil pensar que podemos nos desfazer de coisas e de algo, mas de um filho, E nestas condições. Que faria você no lugar de Abraão? Levaria seu filho ou não? Obedeceria ou desobedeceria? Situação não muito agradável, mas que o homem de fé em Deus, inabalável mostrou que tudo é possível ao que crer.
Diz a Bíblia que pela manhã Abraão pegou Isaque e junto com alguns moços foram em direção ao lugar que mais uma vez não conhecia [‘uma das montanhas que te direi’ Gn. 22. 2], mesmo, mais uma vez sem saber o que aconteceria, Abraão incólume segue o mandado do Senhor.

Às vezes me pergunto se hoje em dia exista alguém com tamanha coragem? Mas se hoje não existe um dia pisou na terra dos viventes um homem que contrariou a lógica humana e disse que em outras palavras: ‘Deus, nada é meu, tudo é teu, a vida, a esposa, o filho, a fazenda, os trabalhadores, tudo, tudo é teu; e se teu é, faça o que bem parecer aos teus olhos’.

Se para o pai a morte prematura de um filho é muito dolorosa imagine sacrificar o próprio filhos com suas mãos?  Abraão já havia caminhado muito na vida, mas o que ele mais queria era caminhar mais e mais e nunca mais chegar ao local do sacrifício, quanto mais longe melhor. Caminharam três dias.

Independentemente de amor a Isaque e a própria vontade de Abraão, Abraão, pois em primeiro lugar o amor e a vontade boa, perfeita e agradável de Deus. Todo isso Abraão aprendeu no primeiro encontro com Deus, quando o Todo-Poderoso dizia ‘Eu agora cuidarei de ti, Abraão’. O quanto confiamos em Deus? Seria a nossa confiança em Deus tal qual a de Abraão?   Independente de tudo, uma característica que fez de Abraão o ‘amigo de Deus’ foi sem duvida a de obedecer mesmo quando tudo nos manda desobedecer.

Como cantava o Pr. Paulo Leivas Macalão: ‘Em seu outono sacrifício duma flor’ [Harpa Cristã nº 380]. Abraão estava levando seu futuro à matança, caminhando três dias à Bíblia relata um simples e mui profundo dialogo ente Abraão e seu filho Isaque [Gn. 22. 6 – 8].

Caminhou Abraão e Isaque e os seus moços três dias, depois Abraão pegou a Isaque, a lenha, o cutelo e o fogo e despediu-se dos moços dizendo: ‘vamos adorar e tornaremos a vos’. Repare o plural nas palavras ‘vamos e tornaremos’, Abraão tinha em si a convicção que voltaria com Isaque, será que ele pensou em desistir? Na carta aos Hebreus o escritor cita que Abraão ‘considerou que Deus era poderoso para até dos mortos ressuscitar’ [Hb. 11. 18] a Isaque. Que fé impressionante, considero Abraão só em sair de casa com Isaque para o destino indicado por Deus, extraordinário. No caminho só Abraão e Isaque, o que se passava no coração do pai Abraão? E no coração do servo Abraão? As perguntas de Isaque são obvias e objetivas, tem fogo, lenha e cutelo, onde está à oferta, o cordeiro? Meu querido, considero que para mim que sou pai neste exato momento teria faltado fôlego, o chão, tudo, mas para mim. Para Abraão este foi o ápice de sua fé, enche o puma e solta a voz ‘Deus proverá’. Acredito que Abraão estava aflito, triste no coração, mas cônscio do poder de Deus, que lhe tirara do lamaçal do pecado para andar com Ele, Abraão afirma para todos os tempos e todo o mundo ‘Deus proverá’, antes do nascimento de Isaque Deus disse que para Ele nada era impossível, Abraão como cria em Deus confiava também em sua provisão.

Queridos, Abraão era um ótimo pai, mas Isaque também era um ótimo filho, ao chegar ao local designado pelo Senhor, Abraão faz aquilo que lhe era peculiar, um altar! Amarra Isaque [que nada questiona] e levanta a mão para imolá-lo, quando o anjo brada e tudo se resolve. 

Ter fé é obedecer, obedecer é confiar em Deus, confiar em Deus e executar tudo quanto Ele pede que façamos, pois a fé sem obras nada é; assim também as obras sem a fé nada é; portanto para ser como Abraão ‘amigo de Deus’ temos que deixarmos de lado o que achamos ser certo e fazer-mos o que realmente é certo, e certo é aquilo que Deus nos pede e nos fazemos.

Deus não nos prova além das nossas forças, quão forte era Abraão!? E você, eu, quão forte somos? Lembre-se, Deus está no controle de todas as situações, o final da história todos sabemos, mas até o fim chegar, Deus proverá.

A obediência de Abraão

Para muitos, obediência e simplesmente cumprir uma ordem. Para você o que é? Obediência é a palavras que denota: Cumprimento da vontade alheia, submissão, entre tantos outros significados.

Mas para Abraão o que era obediência? Para ele obediência era ter fé, somente confiar em Deus. A expressão ‘sendo chamado’ [particípio do presente] indica que Abraão obedeceu ao mandado divino enquanto Deus falava com ele, Abraão obedeceu em quanto à palavra estava soando em seus ouvidos. 4 [Morris, 1981, 118].

Veja a expressão:

‘Assim partiu Abraão como o Senhor lhe tinha dito’ – [Gn. 12. 4].

Esta característica de Abraão e uma prova irrefutável de sua fé, ele obedeceu quando chamado, obedeceu quando teve de mandar Agar e Ismael embora, obedeceu quando teve de se circuncidar, obedeceu quando teve de sacrificar a Isaque.

A obediência é o maior requisito para estarmos diante de Deus, disse Jesus que ser-mos-ia amigo dEle se lhe obedecêssemos guardando os seus mandamentos. Não adianta ser bonzinho, caridoso, firme, constante e abundante na obra e não lhe obedecermos.

Ser obediente é ser livre, Abraão vivia aprisionado pelo pecado, mas pelo chamado de Deus e sua obediência ele tornou-se livre do pecado. É muito mais fácil, muitas vezes desobedecer do que obedecer, mas também é muito, mas muito mais prazeroso obedecer, para obedecermos sempre temos que por e fazer mais força do que para desobedecemos. Deus não quer que o obedeçamos sem amor, mas também não aceita dizermos que o amamos sem o obedecermos.

‘Quando a obediência deixa de ser uma coisa irritante e torna- se uma busca, neste momento Deus nos investirá de poder’ [Ezra Taft Benson]’.

Todos os avivamentos narrados nas Sagradas Escrituras começaram através da obediência, haja vista o que disse Habacuque ‘Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi [obedeci]; aviva, ó Senhor, a tua obra... ’ [Hb. 3. 2].

Para Abraão sua obediência a Deus constituía-se não de obrigação, mas de um ato recíproco, Deus me fez alma vivente, para amá-lo e obedecê-lo, Deus me abençoou para obedecê-lo. Foi por causa da desobediência de um [Adão] que tudo ficou fora da vontade de Deus [Gn. 3], mas foi por causa da obediência de um [Jesus] que todos os que o aceitarem e viverem em conformidade com suas palavras, estarão dentro da vontade de Deus [Rm. 5. 19].

‘Se disseres que amas a Deus e não obedeces a Ele, mentiroso és’.

As promessas de Deus para Abraão.

Prometer é uma das especialidades de Deus. Desde a criação Deus promete algo a alguém. No jardim do éden, como prova que as promessas de Deus são incondicionais [e bom lembrar-mos que para Deus prometer não é necessário condição, mas para Ele cumprir, com certeza, temos que estarmos em conformidade com sua palavra] haja vista o pecado de Adão ter destituído todos da gloria de Deus, Deus promete restituir o homem ao seu primeiro estado.
Deus prometeu a Noé que destruiria o mundo de então com um dilúvio, e isso o fez.  Deus promete, Deus cumpre.

Abraão ouviu de Deus varias promessas, promessas essas que se cumpriram com Abraão em vida, e ainda estão se cumprindo hoje com Abraão morto. Há um errôneo pensamento que dizem alguns pregadores que: ‘não morreremos sem que Deus tenha cumprido com as promessas que nos prometeu’, ou seja ‘quem tem promessa, nas morre sem que Deus tenha cumprido com o que prometeu’. Se quem tem promessa não morre, onde foi que Abraão foi uma grande nação [Gn. 12. 2]? Com Abraão em vida teve ele 8 filhos [Gn. 25. 1 – 7] e ter oito filhos é ter uma multidão como as estrelas do céu? O escritor aos Hebreus cita que Abraão habitou pela fé na terra da promessa [Hb. 11. 9a]; o interessante é que só com Josué [+/- 500 anos depois da morte de Abraão] o povo ‘os filhos de Abraão’ habitou na terra que Deus havia prometido a Abraão. Ainda em hebreus o escritor cita que ‘todos [Abraão, Isaque e Jacó que eram herdeiros das mesmas promessas] morreram/ sem receberam as promessas [Hb. 11. 13]’.

‘Abraão pode não ter desfrutado em via de todas as promessas de Deus, mas, com certeza desfrutou do Deus das promessas’.

As promessas de Deus a Abraão tinham uma conotação para o presente e para o futuro:

Far-te-ei uma grande nação.

Onde se cumpre está promessa? Hoje, na carta aos Gálatas, Paulo cita o cumprimento da mesma [Gl. 4. 28]: ‘Mas nós, irmão, somos filhos da promessa’ Paulo faz alusão a todos os que receberam a Jesus e que pela fé tornaram-se filhos de Abraão. Leia Gálatas [Gl. 3. 16, 26, 29].

Abençoar-te-ei.

Em [Gn. 13. 2] escrito está: ‘E ia Abraão muito rico em gado, em prata e em ouro’. Em [Gn. 17. 1] ‘Eu sou o teu grandíssimo galardão’ preciso comentar? Acho que não.

 E engrandecerei o teu nome.

Que promessa maravilhosa, o próprio Deus que tinha o nome exaltado sobre tudo e todos estava prometendo a um mortal a posição de notável. Em quanto em [Gn. 11. 4] os homens estavam tentando fazer um nome para si; Deus os confundiu e os fez dispersar. Aos que se exaltavam Deus os humilhou-os. No capitulo seguinte Deus está elevando um anônimo ao estrelato demonstrando assim que os humildes serão exaltados. 

Tu serás uma benção.

Esta terceira promessa faz alusão ao relacionamento de muitos com Abraão, e esta promessa está explicada no versículo seguinte onde lemos: ‘Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoares’

Em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Permita-me dizer: como a escolha de servir a Deus pode mudar o rumo da Historia! Gloria a Deus! Se Abraão não tivesse obedecido a Deus, não existiria [provavelmente] Isaque, Jacó, José, Moisés, Samuel, Davi, Daniel muitos e muitos outros e Jesus [falando da linhagem humana do Deus-filho], mas devido à obediência de Abraão e de como a sua escolha foi importante, Deus através de Jesus que é filho de Davi que é filho de Abraão abençoa a todos os moradores da terra.

Abraão um homem abnegado.

Abnegação, para muitos parece ser obediência, mas vai além de obedecer, segundo o dicionário abnegação é a ‘renúncia espontânea do interesse, da vontade, da conveniência própria’.

Deus não trabalha em nós e por nos, por força ou violência, mas, de forma amável e justa. Abraão era um homem abnegado pelo simples fato de se doar a Deus em troca de nada, vejamos que Abraão nunca perguntou a Deus:  ‘ – É longe a terra?’ ‘ – Tem o que comer lá? ‘ – É terra fértil como onde moro?’

Abraão saiu e pronto, seja o que Deus quiser! Se fosse Abraão um homem interesseiro ficado teria na mesopotâmia, berço da civilização, uma cidade cosmopolita e altamente estruturada, em Ur dos Caldeus, onde segundo arqueólogos que descobriram evidencias de uma civilização próspera, numa cidade rica pelo comércio e que tinha uma grande biblioteca demonstrando assim uma cultura forte. Mas não, Abraão sauí sem saber para onde ia e quando receberia as recompensas de sua escolha.

Quantas e quantas vezes escolhemos em nosso próprio favor, pensando só em nossos interesses? Imagine se Abraão tivesse pensado no conforto da casa de seu pai Tera? Se tivesse pensado nos salões de beleza para Sara, sua esposa? Ou na terra fértil para seu gado? Não, Abraão pensou no futuro.

‘Quem pensa somente no presente, no agora, nem passado nem futuro haverá para ele’.

O interesse de Abraão pelos interesses de Deus, pela humanidade levou Abraão a se desinteressar pelos seus próprios planos. Pense assim, o plano ou projeto Deus é muito maior que o nosso. Esqueça de sua vontade e conveniência própria e busque a vontade de Deus que é ‘boa, agradável e perfeita’ [Rm. 12. 2].

A Humildade de Abraão.

Para o ‘dicionário’5 humildade é a capacidade de reconhecer os próprios erros, defeitos ou limitações; é o sentimento de inferioridade; demonstração de respeito, submissão; Ausência de luxo ou sofisticação, simplicidade, sobriedade; pobreza, penúria. Uma humilde disposição espiritual.

No paganismo não se tem qualquer palavra para significar a graça e beleza da humildade. Os termos correspondentes querem dizer fraqueza e baixeza da alma. A humildade é preciosa aos olhos de Deus [IPe. 3. 4], Ela revela que mais graça será dada a quem a possuir [Sl. 25. 9/ Tg. 4.6], ela conserva a alma na tranqüilidade e contentamento [Sl. 69. 32, 33], e gera a paciência e resignação nos momentos de grandes infelicidades [Jó. 1. 21]. Jesus nos deu o grande exemplo de humildade [Fp. 2. 6 – 8]. As maiores promessas de felicidade são feitas aos humildes [Sl. 147. 6/ Mt. 5. 5 / IPe. 5. 5]5.

Para o leitor assíduo da história de Abraão, não se faz necessário ressaltar a sua humildade, pois ela está explicita na conduta de Abraão para com Deus e seus contemporâneos. Mas atente para estas palavras do patriarca:

‘Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza’ [Gn. 18. 27].

Será possível que um homem como Abraão, considerado por Deus como Seu amigo, não poderia ter dito a Deus, ‘Deus, sou teu amigo faça assim’ como disse tempos depois Moisés? Como ficaria seu legado para nós?

Humildade não é maneira de vestir-se, humildade é testemunho, convivência, mansidão, humildade é manter-se sóbrio diante de elogios, é não se ensoberbecer. Abraão tinha isso, diante da oferta do rei de Sodoma ele exclamou: ‘So quero o que Deus me der, para que não digas que enriquecesse a Abrão’ [Gn. 14. 22, 23]’.
‘Não faz vergonha se humilhar, vergonha faz se exaltar e depois der humilhado’.

Abraão sabia que seu engrandecimento provinha de Deus então humildemente responde ao rei de Sodoma que a vitoria era advinda de Deus e não de suas forças ou de suas estratégias bélicas. O profeta Miquéias declarou através da revelação lhe dada pelo Espírito Santo que o homem só pode andar com Deus em humildade. [Mq. 6. 8].

‘Você não perde nada por ser humilde’. [Pastor Manoel Anizio da Silva]

Abraão, um homem de oração.

A vida de Abraão está cheia de pontos fortes e dentre estes pontos podemos destacar um sobre oração, é impossível ser intimo de Deus como foi Abraão sem oração.

Diz a Sagrada escritura que Abraão aonde chegava construía um altar, e altar fala-nos de oração, de oferta, de sacrifício. Em [Gn. 12. 8/ 13. 4, 18] a Bíblia relata que neste altar Abraão invocava a Deus e sempre, tinha uma resposta.

Como estar o nosso altar? No Antigo Testamento era necessário algumas vezes para ouvir Deus falar ou responder a presença de um altar/ tabernáculo, um sacerdote ou profeta e uma oferta ou sacrifício. Hoje com o advento de Jesus, somos nós a oferta/ sacrifício agradável [Rm. 12. 1], o sacerdote real [IPe. 2. 9/ Ap. 1. 6], e o próprio altar/ tabernáculo.

A Bíblia não revela uma oração de Abraão como à de Esdras, Neemias, Moisés, Daniel, Davi e tantos outros, mas mostra-nos claramente que Abraão tinha uma vida de oração, isto fica claro com a comunhão, o relacionamento entre Deus e Abraão. So através da oração obteremos comunhão com Deus, e todo o crente que se preza não pode deixar de orar.

‘Onde você tiver uma tenda tenha um altar’.

Abraão, o intercessor.

Para corroborar com o capitulo acima, quero destacar o poder da intercessão na vida de Abraão. Havia Ló se separado de Abraão e ido habitar no que ele considerou como ‘o jardim do Senhor (Éden)’ [Gn. 13. 10]. Só que estas terras pertenciam às cidades de Sodoma e Gomorra. Lá habitando, Ló foi juntamente com as cidades condenadas por Deus à destruição. Deus como sabia que Ló era família de Abraão informou a Abraão que destruiria as cidades de Sodoma e Gomorra.

Abraão ciente da situação cuida de tratar do livramento para seu sobrinho Ló e faz uma bela oração intercessora em prol de Ló.

Intercessão que dizer, ‘suplica humilde por outrem’, assim sendo Abraão argumenta com Deus, de maneira humilde que chega a equiparar-se ao nada, ‘sou pó e cinza’.

Que modelo, muitas pessoas estão fazendo a oração do publicano [Lc. 18. 9 – 14] esquecendo que a humildade deve constar em todos os âmbitos de nossa vida.
Lembre-se que o pai da fé, era um homem de uma oração humilde.

Abraão, homem como todo homem.

Com tantos bons exemplos de Abraão será que ele não era um super-homem? Não. Abraão era homem como todos os outros homens que viveram que vivem e que surgirão.

Há momentos na vida de Abraão em que devemos elogiá-lo, aplaudi-lo e imitá-lo; da mesma maneira que existem homens e mulheres comprometidos e comprometias com Deus, que buscam acertar; existem na vida de Abraão momentos reprováveis, situações constrangedoras, embaraçosas, que causaram um dano no presente de Abraão e no futuro para com a sua posteridade.

Do mesmo jeito que a Bíblia revela as ações virtuosas de Abraão, ela revela os erros, a fragilidade e a covardia de Abraão.

Destoa até da nossa razão um homem cheio de fé passar por autos e baixos, mas, Deus permite isso para que saibamos que apesar de agirmos muitas vezes virtuosamente, haverá momentos em que poderemos cair. Abraão errou, também pudera ele era humano, sujeito as mesmas paixões ‘sujeito as mesmas paixões [Tg. 5. 17]’ que nós hoje em dia.

Errou a levar Ló consigo quando da partida da casa de seu pai, da sua terra e de sua parentela. Pretendia Abraão fazer de seu sobrinho Ló seu herdeiro?

Abraão acovardou-se quando disse que Sara sua esposa era sua irmã. Ele não mentiu, pois realmente Sara era sua irmã. Sara era filha do seu pai [Tera] mais de outra mãe [?] [Gn. 20. 12]. E isto fez por duas vezes. Este mau exemplo de Abraão pode ser visto na vida de Isaque que cometeu o mesmo erro [Gn. 26].

Errou quando aceitou Agar, escrava de Sara como mulher, para que dela tivesse um filho. Talvez fosse esse o maior erro cometido por Abraão, ainda hoje se vê reflexos da desarmonia entre Isaque e Ismael [Gl. 4. 29], o oriente médio vive em guerras constantes em mulçumanos [descendentes de Ismael] e Israelitas [descendentes de Isaque].

Duvidou de Deus quando Deus disse que ele e Sara teriam um filho, Sara riu e Abraão exclamou ‘tomara que viva Ismael diante de Teu rosto!’ [Gn. 17. 18].

Que sirvam de exemplo estes erros de Abraão para que ninguém pense ser um super crente, Abraão foi sim, um grande homem e como homem que era ele acertou e errou. Eu, você, nós nunca seremos um super crente, mas sempre teremos o que é maior do que o super homem ao nosso lado, Jesus.

 ‘Meu Deus, me ensine para não errar. Para não ter que errar para aprender’ [Pastor Manoel Anizio da Silva].

Abraão, o mundo não era digno dele.

Na carta aos Hebreus do capítulo [10. 19] ao capítulo [11. 40] o escritor transcorre sobre a preeminência da Fé. É exatamente em Hebreus que o Espírito Santo revela a importância e a grandiosidade de Abraão:

‘Homens dos quais o mundo não era digno’ [Hb. 11. 38].
Em hebreus a proeminência é sobre a fé dos chamados ‘heróis da fé’ homens e mulheres que ‘venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos. Foram torturados, experimentaram escárnio e açoites, cadeias e prisões, foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio da espada, andaram vestidos de peles de ovelha e de cabras, desamparados aflitos e maltratados, errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra’ [Hb. 11. 33 – 38].

Queridos, a revelação do Espírito Santo ao escritor aos Hebreus é clara e perfeita, Abraão que consta na lista dos ‘heróis da fé’ era um homem comum, mas que com a Abnegação a Deus transformou-se no que hoje vemos, o ‘Pai da Fé’.

O mundo não era digno de Abraão por que ele era Abraão, mas porque ele desafiou o mundo vivendo em conformidade com o padrão estabelecido por Deus. Vivia Abraão de maneira ‘sóbria, justa e piamente’ [Tt. 2. 12], neste mundo mau. Tornou-se Abraão uma parte da ‘tão grande nuvem de testemunhas’ [Hb. 12. 1].

Hoje, Deus não quer que você seja Abraão, Ele quer que você seja você mesmo, mas que tenha a fé, coragem, humildade, abnegação, destemor que tiveram os homens e mulheres de Deus e que teve Abraão.

Não se preocupe com a razão, com a lógica, com o modelo do mundo, esteja focado em sua fé e naquilo que Deus tem planejado para você.
  
Os descendestes de Abraão.

O apóstolo Paulo fazendo menção das promessas de Deus para Abraão, sita que todos quantos aceitaram a Cristo são filhos de Deus [Gl. 3. 26] e se aceitaram a Cristo que é a posteridade de Abraão [Gl. 3. 16], são herdeiros das promessas que Deus concedeu a Abraão [Gl. 3. 29]. Se somos descendência de Abraão e herdeiros com ele das promessas, honremos, pois a Deus para que tenhamos cumprido na nossa vida as atitudes, ou seja, as obras de Abraão. Lembre-se, certa feita os fariseus disseram ser ‘filhos de Abraão’ e Jesus lhes respondeu: ‘Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão’ [Jo. 8. 39].

Se quisermos os privilégios de Abraão cumpramos as obrigações de Abraão, sejamos fieis perseverantes, obedientes e abnegados, assim fazendo Deus cumprirá com suas promessas em nossas vidas.

Abraão, o amigo de Deus.

Diante de todo o exposto dos capítulos anteriores só me resta asseverar, Deus teve motivos para chamar Abraão de ‘Meu Amigo’.

‘De motivos a Deus e serás chamado ‘Amigo de Deus’’.

Disse Jesus: ‘O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer’. [Jo. 15. 12 – 15].

A Bíblia cita três passagens em que Deus chama Abraão de amigo [IICr. 20. 7/ Is. 41. 8/ Tg. 2. 23], e em nenhuma delas Abraão está presente não há nenhuma referência indicando que Deus falou ao próprio Abraão, ‘tu és meu amigo’ mas a encontramos na Bíblia Jesus isso nos dizendo [Jo. 15. 12 – 15].

Para sermos considerados como amigos de Deus e necessário cumprir-mos com as palavras de Jesus.

 ‘Não amemos o mundo’ [Tg. 4. 4].

Abraão não é considerado amigo de Deus por acaso, mas pelo fato de ter perseverado em segui-lo, Deus intitulou Abraão com ‘Meu Amigo’.

Bibliografia

01 – Texto extraído da versão Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada – SBB, 2000.

02 – Titulo extraído do Comentário Bíblico Pentecostal do novo testamento – CPAD, 2003 – Pág.1614, 1615.

– Todos os textos bíblicos são da versão Bíblia Almeida Revista e Atualiza.

03 – Extraído da enciclopédia eletrônica Wikipédia [acessado sábado, 21 fevereiro de 2009].

04 – Extraído do Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento – CPAD, 2003 – Pág.1615.

05 – http://www.priberam.pt

06 – http://www.bibliaonline.net

O QUE TE MOTIVA?

Talvez você nunca tenha feito esta pergunta, mas agora dou-te um tempo para pensar antes de ler este sucinto texto sobre motivação!

Tempo...

Tempo... Necessário para pensar!

Tempo... Necessário para se motivar!

Tempo... Tempo... Tempo!

Chega se não se motivou, motive-se, estar vivo já deve ser um motivo entre tantos outros!
Motivar é encher-se de motivo e motivo é movimentar-se, fazer mover, fazer acontecer!

Jesus era motivado por sua missão em suas próprias palavras:

“Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo”.

Paulo se motivava em alcançar o alvo:

“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.

E você?

Dentre tantas historias de motivação uma me chama a atenção:

Certo menino negro do sul dos Estados Unidos passou um natal muito triste porque os pais não tinham dinheiro para comprar-lhe uma bicicleta como a que seus amigos haviam ganhado.

No ano verão do ano seguinte o menino conseguiu um emprego temporário como carregador de caixotes numa mercearia. Durante três meses trabalhou duro e conseguiu juntar dinheiro para comprar a tão sonhada bicicleta! Felicidade total! Um dia, roubaram-lhe a bicicleta. O menino ficou arrasado, desesperado! Dirigiu-se a policia, ao dar a queixa, foi atendido por um sargento que, vendo-o furioso, o encaminhou para o esporte. Mais especificamente para o boxe.

O menino tornou-se lutador. Como amador, ganhou a medalha de ouro dos meio-pesados nos jogos olímpicos de Roma e depois, como profissional, o titulo de campeão mundial dos pesos pesados.

Numa das explicações que deu para seu formidável portfólio de vitorias, ele contou que toda vez que subia ao ringue via no adversário o sujeito que lhe roubara a bicicleta. E partia firme para derrubá-lo. Era isso que o motivava. Seu nome? Cassius Marcelus Clay, depois Muhammad Ali (hoje tido como o maior boxeador de todos os tempos!).

Não se espante, motivação é algo que vem de dentro! Um dos pilares da motivação é a necessidade!

Que o diga o filho prodigo:

“levantar-me-ei e irei ter com meu pai”, porque quis se levantar? Por causa da necessidade!
Meu pai me dizia:

“a necessidade faz o homem”!

Bom, não vamos enumerar os motivos motivacionais que são evidentes para todos, mas uma coisa é certa:


- Não há razão para desistir, temos sempre um motivo para continuar, para conquistar, e que nos fará vencer!